Oficinas na
Costa do Cacau buscam
fortalecer micro
e pequenos negócios
Ação conjunta de parceiros definiu áreas
de capacitação como arte e cultura, gastronomia, turismo, comércio ambulante e
agricultura Familiar
O Comitê Gestor do Projeto de Economia
Criativa da Costa do Cacau, coordenado pela unidade regional do Sebrae em
Ilhéus, dá mais um passo no sentido de consolidar o desenvolvimento sustentável
e o fortalecimento dos micro e pequenos negócios no sul da Bahia. Em mais uma
ação conjunta de parceiros do projeto, um novo encontro de trabalho definiu a
realização de uma série de oficinas para capacitar empreendedores e empresários
em áreas como Agricultura Familiar, arte e cultura, gastronomia, comércio
ambulante e turismo.
O objetivo é fomentar e estimular a
valorização do conhecimento e a experiência das pessoas em negócios rentáveis
que preservem o meio ambiente e sejam socialmente justos. “Juntos vamos criar
um ambiente com conhecimento, metodologias e práticas que permitam as pessoas
descobrirem a criação. Somos uma região culturalmente rica e precisamos
transformar nossa potencialidade criativa em grandes negócios”, assegura a
gestora do projeto, Valdinéia Borges.
Sob coordenação do Sebrae, o comitê é
formado por representantes do governo do Estado, prefeituras, entidades
associativistas e sindicais e Organizações Não-Governamentais dos municípios de
Ilhéus, Itacaré, Itabuna e Una, a exemplo dos Institutos Nossa Ilhéus e
Floresta Viva, Convention Bureau, Associação de Turismo (Atil), e Associação
dos Comerciantes e Empresários do Ramo Turístico de Itacaré (Acerti).
Apoio
Presente ao encontro, o secretário
municipal de Turismo de Ilhéus, Alcides Kruschewsky, afirmou que “o setor
depende muito de projetos com este perfil para crescer e se profissionalizar
ainda mais”. Para o diretor-artístico do Teatro Popular de Ilhéus, Romualdo
Lisboa, a participação do Sebrae é fundamental na construção de uma nova
consciência crítica regional. "Essa instituição é imprescindível no
processo de discussão da cidade, porque a entidade consegue reunir as
ferramentas necessárias para implementar o que para a gente é fundamental:
pensar para Ilhéus e região um outro caminho que invista nos pequenos negócios
e nos pequenos empreendedores", diz.
“A importância maior deste projeto,
dessa nova ideia de negócio, é a oportunidade que teremos de identificar e
apoiar novos produtos turísticos e através da Economia Criativa e da Produção
Associada ao Turismo, gerarmos emprego e renda às pequenas comunidades locais.
Isso é promover desenvolvimento sustentável”, elogia a secretária municipal de
Turismo do município de Una, Thaís Gavazza.
A consultora credenciada do Sebrae, Ana
Paula Oliveira, lembra que apesar de o projeto, neste momento, estar
direcionado a alguns setores específicos da economia, ele ainda encontra-se em
construção. “Não estamos privilegiando ações. O leque é bastante amplo e
resolvemos formatar algumas possibilidades, respeitando a vocação regional,
para servir como ponto de partida. Mas qualquer boa ideia, socialmente justa e
economicamente viável, pode ser inserida”, assegura. “A criação deve sempre
partir da percepção de quem sou”, exemplifica o ambientalista Rui Rocha, do
Instituto Floresta Viva, e um dos integrantes do comitê.
Recursos disponíveis
De acordo com a coordenadora regional do
Sebrae, Claudiana Figueiredo, a região tem um grande celeiro de possibilidades
para atuação no setor da economia criativa, mas precisa passar por uma mudança
de mentalidade sobre o modelo econômico para as próximas décadas. “O importante
é usar o talento, a criatividade e o capital intelectual para desenvolver bens
de consumo que nunca chegam ao fim”, assegura. O sul da Bahia, reforça
Claudiana, já tem disponível do Sebrae da Bahia, recursos da ordem de 300 mil
reais para aplicar no setor.
Ela lembra ainda que há a perspectiva de
captação de mais recursos junto ao Sebrae Nacional para o desenvolvimento do
segmento na região. “Se conseguirmos isso, iremos ser uma das regiões pujantes
da Bahia sem necessitar investir em negócios que comprometam a nossa qualidade
de vida. Com pequenas ações faremos uma grande diferença”, pontua.
Em alta no Brasil e no mundo, a Economia
Criativa já representa 2,84% do PIB brasileiro e teve um crescimento, nos
últimos cinco anos, de 6,3% ao ano, seguindo a Firjan. Já estão trabalhando nos
setores da economia criativa no país, 3.763 milhões de pessoas que representam
8,74% do total de empregos formais no Brasil.
A receita média dos trabalhadores
formais no núcleo, está bem acima das médias nacional e local, com R$ 2.293. Um
dos maiores entusiastas do projeto na Bahia, o superintendente do Sebrae na
Bahia, Edival Passos, destacou recentemente, durante visita ao sul do Estado, a
necessidade de valorização das culturas locais como fator decisivo para a
implantação de um novo modelo de desenvolvimento regional. “Eu sei que nossa
mente não foi trabalhada para enxergar o entorno e as possibilidades existentes
nele. Mas posso garantir que existem mil oportunidades. É possível fazer uma
coisa de várias formas, porque todos nós temos o princípio criativo”, afirmou.
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