Ilhéus cancela
Carnaval por falta de recursos
O prefeito de Ilhéus, Jabes Ribeiro,
anunciou na tarde desta terça-feira, 15, em coletiva à imprensa, que não haverá
festa de Carnaval no município em 2013, por absoluta falta de recursos
públicos. “Seria uma irresponsabilidade de minha parte se eu autorizasse a
realização da festa, diante do estado crítico em que encontrei as finanças da prefeitura”,
atestou o prefeito.
A entrevista ocorreu no Salão Nobre do
Palácio Paranaguá, com a presença do vice-prefeito, Carlos Machado (Cacá) e dos
secretários de Turismo, Alcides Kruschewsky; Administração, Ricardo Machado e
Relações Institucionais, Jailson Nascimento. Jabes comunicou que somou todos os
esforços para a realização da folia momesca, mas nem com o apoio do governo do
Estado seria viável sua realização, diante da dificuldade de oferecer serviços
básicos para garantir o conforto dos foliões, como limpeza, iluminação, ordenamento
dos ambulantes e saúde.
O prefeito disse, contudo, que está
formando parcerias para a realização de um evento festivo durante o período da
Semana Santa. “Estamos tentando junto à Secretaria de Turismo do Estado
promover um evento forte na Páscoa, com motivos da Semana Santa”, comentou,
reafirmando que tudo será feito sem utilização dos recursos municipais.
Finanças – Antes de falar do carnaval, o
prefeito destacou as dificuldades da gestão para equilibrar as contas
municipais. “Estamos reunindo elementos para equacionar as contas públicas, mas
este é um processo longo e de absoluto sofrimento, por conta da realidade em
que encontramos o município”, frisou.
Durante a coletiva, Jabes pontuou alguns
problemas financeiros identificados pelos técnicos da secretaria de
Administração, deixados pela gestão anterior. “O município tem uma dívida de R$
3 milhões em consignação que não foram pagos e cerca de R$ 2,4 milhões com
precatórios junto ao Tribunal de Justiça da Bahia. Somente em 2011, foram
gastos R$ 36 milhões a mais que o arrecadado; além disso, o orçamento previsto
para este ano está muito longe da real arrecadação, e por isso terá que ser
revisto”, informou.
O prefeito também disse que existe a
possibilidade de que o repasse do Fundo de Participação dos Municípios seja
zero até o final deste mês, mas firmou o compromisso de reestruturar a cidade.
“Eu vou organizar esse município, tenho um secretariado competente e
comprometido para isso”, assegurou, destacando que medidas iniciais já foram
tomadas para tanto, a exemplo da redução de 43% dos cargos comissionados,
assinatura dos 12 decretos que estabelecem normas para a funcionalidade dos
serviços públicos, redução da folha de pagamento que chegava a 72% das receitas
líquidas, enquanto a Lei de Responsabilidade Fiscal determina que as despesas
com pessoal não ultrapassem 54%.
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