PEC proíbe
parlamentares de aceitar cargos no Poder Executivo
Uma proposta de emenda à Constituição
pode mudar as regras relacionadas à nomeação de integrantes do Poder
Legislativo para o Executivo. Apresentada pelo senador Pedro Taques (PDT-MT), a
PEC 21/2011 ainda aguarda a designação de relator na Comissão de Constituição,
Justiça e Cidadania (CCJ). A proposta impede que integrantes do Poder
Legislativo ocupem cargos de livre nomeação no Poder Executivo, como os de
ministro de Estado e secretário estadual ou municipal.
Atualmente, deputados federais e
senadores nomeados para esses cargos se licenciam de suas funções no
Legislativo, sendo substituídos por suplentes. Com a mudança, para aceitar a
nomeação no Executivo, teriam de renunciar ao mandato. Com as regras atuais,
ministros como Garibaldi Alves Filho (Previdência), Edison Lobão (Minas e
Energia), Gleisi Hoffmann (Casa Civil), Marcelo Crivella (Aquicultura e Pesca)
e Marta Suplicy (Cultura) podem retornar ao Senado se deixarem seus cargos.
A PEC 21/11 altera o art. 54 da
Constituição para incluir entre as vedações impostas a deputados e senadores a
proibição de ocupar cargo de ministro de Estado; de governador de território;
de secretário de Estado, do Distrito Federal, de território ou de prefeitura de
capital; e de chefe de missão diplomática temporária.
Na justificação da proposta, Pedro
Taques reconhece que a possibilidade de licença para assumir cargo no Executivo
é constitucionalmente assegurada aos parlamentares, mas argumenta que a prática
vem ocasionando "abusos e práticas não condizentes com a moralidade que
deve reger a edificação das instituições públicas".
O senador lembra que a Constituição
adota a teoria da separação dos Poderes da República, com a fiscalização dos
atos do Executivo pelo Legislativo.
"De forma indireta, esse
dispositivo acaba por agravar a falta de ética já tão manifesta em nossos dias
e tão repudiada pela coletividade, que clama por maior lisura por parte dos
nossos mandatários e representantes", opina Taques.
Outro alvo da crítica do senador
mato-grossense é o fato de as vagas dos parlamentares acabarem ocupadas por
suplentes. "Muitos desses substitutos, desconhecidos do eleitorado, acabam
assumindo o mandato por toda a legislatura, enquanto os titulares assumem os
cargos executivos, nem sempre bem intencionados ou vocacionados para a
missão", afirma.
FONTE: AGÊNCIA SENADO
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