Relator
apresentará este mês parecer de proposta de emenda à Constituição sobre verbas
das assembleias
O deputado Marcos Rogério (PDT-RO)
pretende apresentar ainda neste mês seu parecer sobre a Proposta de Emenda à
Constituição (PEC) 205/12, que limita as verbas extras recebidas pelos
deputados estaduais no exercício do mandato. Relator da matéria na Comissão de
Constituição e Justiça (CCJ), o deputado aguarda apenas um estudo técnico que
detalhará as despesas pagas por cada uma das assembleias legislativas do País.
Marcos Rogério é favorável à aprovação
da PEC, sugerida pelo deputado Félix
Mendonça Júnior (PDT-BA). A proposta prevê o mesmo limite de gastos já
fixado para os subsídios dos deputados estaduais, ou seja, 75% dos vencimentos
dos deputados federais. As verbas extras são usadas para despesas com
passagens, combustíveis e consultorias, entre outras.
Coerência - Mendonça explicou que a PEC
busca estabelecer uma simetria, uma regra de coerência que seja proporcional ao
critério adotado para o subsídio dos parlamentares. “A própria Constituição já
estabelece o percentual dos vencimentos dos deputados estaduais. Com relação
tanto às verbas indenizatórias quanto àquela verba de natureza funcional, para
a contratação de pessoal, não existe essa mesma simetria”, lembrou.
O assunto entrou em debate depois que,
por pressão do Ministério Público, a Assembleia Legislativa do Amapá teve que
reduzir a verba indenizatória que os deputados estaduais podem receber de até
R$ 100 mil para até R$ 50 mil. Na Câmara dos Deputados, essas verba varia por
estado de origem do deputado, chegando a R$ 34.700 mil. Além disso, apenas as
despesas efetivas e comprovadas são pagas.
Valores - A Procuradoria-Geral da
República também questiona, junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), os valores
pagos pelas assembleias. O promotor de Justiça do Amapá Afonso Guimarães disse
que em 2011 a Assembleia do estado gastou R$ 18 milhões com as verbas
indenizatórias de até R$ 100 mil. “Recentemente eles reduziram para R$ 50 mil,
mas é um valor ainda que extrapola a realidade do estado em razão da sua frágil
economia. Está fora dos padrões dos outros estados, considerando a relevância
de cada um para estabelecer esses limites”, argumentou.
Guimarães acrescentou que,
independentemente da questão do valor em si, a promotoria apura a regularidade
do uso da verba. “Em que isso está sendo aplicado, se está aplicado
corretamente, se não há comprovantes fraudados, se não há improbidade na aplicação
dos recursos”, detalhou.
De acordo com o deputado Marcos Rogério,
o estudo técnico esclarecerá inclusive quais assembleias colocam em uma mesma
verba as despesas indenizatórias e as usadas com pagamento de pessoal dos
gabinetes, o que, na Câmara dos Deputados, é contabilizado de forma separada.
Tramitação - A Comissão de Constituição
e Justiça analisará apenas a admissibilidade da PEC. Se ela for aprovada, será
criada uma comissão especial para analisar o mérito da proposta. Se aprovada
pelas duas comissões, a matéria seguirá para o Plenário, onde precisa ser
aprovada em dois turnos de votação.
FONTE: AGÊNCIA CÂMARA
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