Aplicação da Lei
Maria da Penha enfrenta problemas, avalia Ana Rita
Grupo de trabalho da Comissão
Parlamentar de Inquérito (CPI) mista que investiga a Violência contra a Mulher
reuniu, nesta terça-feira (23), o consórcio de entidades civis que elaborou a
Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006) para discutir a necessidade de mudanças
no texto legal. Passados seis anos de vigência, a relatora da comissão,
senadora Ana Rita (PT-ES), avalia que há mais problemas na aplicação do que no
conteúdo da norma que estabeleceu uma série de mecanismos para combater a
violência doméstica e familiar contra a mulher.
Nas diversas audiências públicas
realizadas pelo país, ficou evidenciada, segundo Ana Rita, a dificuldade de
policiais, delegados, promotores e até juízes de colocarem em prática os
comandos da Lei Maria da Penha. Essa impressão foi confirmada na reunião desta
terça-feira pela promotora do Mato Grosso Lindinalva Rodrigues, que considerou
mais necessário "mudar a mentalidade dos operadores do Direito" do
que a Lei nº 11.340/2006.
- Falta capacitação para os
profissionais que têm a missão de fazer com que a lei seja implementada. É
preciso assegurar punição para quem agride a mulher - sustentou Ana Rita.
A senadora pelo Espírito Santo também
citou outros problemas associados ao cumprimento da Lei Maria da Penha, como a
falta de profissionais e a precariedade na estrutura física de delegacias e
varas especializadas em atendimento à mulher. A solução passa, como ressaltou,
pela ampliação das verbas para financiamento das ações de enfrentamento à
violência contra a mulher, que devem estar previstas, segundo a parlamentar,
inclusive no próprio Orçamento da União.
Próximos passos
Além de ajustes na Lei Maria da Penha, a
CPI da Violência contra a Mulher está reavaliando toda a legislação em vigor e
os 47 projetos de lei em tramitação na Câmara dos Deputados (36) e no Senado
(11) que tratam do tema. E, paralelamente, vai retomar, em novembro, as
audiências públicas promovidas pelo país.
- Temos cronograma de audiências em mais
cinco estados [Rio de Janeiro, Ceará, Mato Grosso do Sul, Amazonas e Distrito
Federal]; realizaremos mais duas audiências no Senado e, a partir disso, iremos
concluir o relatório, que deverá ser entregue no início de dezembro - informou
Ana Rita.
FONTE: AGÊNCIA SENADO
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