CPI volta aos
trabalhos com depoimento de Carlos Leréia e votação de requerimentos
Depois de ter as reuniões suspensas
durante o mês de setembro, a CPI do Cachoeira volta aos trabalhos nesta
terça-feira (9) com o depoimento do deputado Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO) e
a votação de requerimentos. Entre os pedidos a serem apreciados estão
convocações e quebras de sigilo de empresas supostamente ligadas à organização
criminosa que Carlinhos Cachoeira é acusado de comandar.
Já o depoimento de Carlos Leréia está
marcado para a terça-feira (9), às 15h. Investigação da Polícia Federal apontou
ligação do deputado com a organização de Cachoeira. De acordo com as
investigações, Leréia teria recebido dinheiro da organização. Além disso, teria
alertado Carlinhos Cachoeira sobre uma operação policial e usado o cartão do
contraventor para fazer compras.
Em entrevistas concedidas após as
denúncias, o deputado se declarou amigo de Cachoeira e negou ter ligação com a
exploração de jogos ilegais. O deputado se mostrou disposto a falar, mas,
convocado pela CPI para depor no início de setembro, enviou um ofício com a
informação de que não poderia depor “em virtude de importantes e inadiáveis
compromissos pessoais”.
Novas convocações
Atualmente, 504 requerimentos aguardam o
exame dos membros da CPI. Na lista, há pedidos para a convocação do ex-ministro
das Comunicações, Hélio Costa; de Antônio Pires Perillo, irmão do governador de
Goiás, Marconi Perillo (PSDB); e do
deputado e ex-tesoureiro da campanha de Dilma Rousseff à Presidência, José de
Filippi Júnior (PT-SP), que teria pedido ao Departamento Nacional de
Infraestrutura de Transporte (Dnit) uma relação de empreiteiras, possíveis
doadoras à campanha petista em 2010.
Também há dois pedidos, protocolados
nesta semana, para a convocação do presidente da Associação Nacional das
Empresas de Obras Rodoviárias (Aneor), José Alberto Pereira Ribeiro. Os
parlamentares querem apurar denúncia de fraude em licitações por meio da combinação
prévia entre as empresas. Outros pedidos que podem ser apreciados pedem a
convocação de sócios de empresas apontadas como “laranjas” da organização.
Quebras de sigilo
Várias dessas empresas podem ter os
sigilos bancário, fiscal e telefônico quebrados. As empresas Galula
Empreendimentos e Participações e Diluca Hotelaria e Turismo também podem ter o
sigilo fiscal quebrado. De propriedade do secretário de Planejamento de Goiás,
Giuseppe Vecci, as empresas teriam emprestado mais de R$ 1,2 milhão a Marconi
Perillo, em 2007 e 2008. Os valores, no entanto, não teriam sido devolvidos, o
que pode indicar uma tentativa de dissimular crescimento patrimonial.
Além disso, há pedidos de informações a
empresas que teriam recebido dinheiro da Delta Construções, requerimentos à
Receita Federal para a obtenção de endereços de computadores que enviaram
declarações de imposto de renda e pedidos de compartilhamento de informações. A
reunião administrativa está marcada para a quarta-feira (10), às 10h15.
FONTE: AGÊNCIA SENADO
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