A prótese do PT no Supremo
Quinta-feira, 13 de setembro de 2012 |
15:32
Guilherme Fiuza
Os ministros do Supremo Tribunal Federal
Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli são a prova viva de que a revolução
companheira triunfará. Dois advogados medíocres, cultivados à sombra do poder
petista para chegar onde chegaram, eles ainda poderão render a Luiz Inácio da
Silva o Nobel de Química: possivelmente seja o primeiro caso comprovado de
juízes de laboratório. No julgamento do mensalão, a atuação das duas criaturas
do PT vem provar, ao vivo, que o Brasil não precisa ter a menor inveja do
chavismo.
Alguns inocentes chegaram a acreditar
que Dias Toffoli se declararia impedido de votar no processo do mensalão, por
ter advogado para o PT durante anos a fio. Participar do julgamento seria muita
cara de pau, dizia-se nos bastidores. Ora, essa é justamente a especialidade da
casa. Como um sujeito que só chegou à corte suprema para obedecer a um partido
iria, na hora h, abandonar sua missão fisiológica?
A desinibição do companheiro não é pouca. Quando se deu o escândalo do mensalão,
Dias Toffoli era nada menos do que subchefe da assessoria jurídica de José
Dirceu na Casa Civil. Os empréstimos fictícios e contratos fantasmas pilotados
por Marcos Valério, que segundo o processo eram coordenados exatamente da Casa
Civil, estavam portanto sob as barbas bolivarianas de Dias Toffoli. O ministro
está julgando um processo no qual poderia até ser réu.
A desenvoltura da dupla
Lewandowski-Toffoli, com seus cochichos em plenário e votos certeiros, como na
absolvição ao companheiro condenado João Paulo Cunha, deixariam Hugo Chávez
babando de inveja. O ditador democrata da Venezuela nem precisa disso, mas quem
não gostaria de ter em casa juízes de estimação? A cena dos dois ministros
teleguiados conchavando na corte pela causa petista, como super-heróis
partidários debaixo de suas capas pretas, não deixa dúvidas: é a dupla Batman e
Robin do fisiologismo. Santa desfaçatez.
Já que o aparelhamento das instituições
é inevitável, e que um dia seremos todos
julgados por juízes de estrelinha na lapela, será que não dava para o estado-maior
petista dar uma caprichada na escolha dos interventores? Seria coincidência, ou
esses funcionários da revolução têm como pré-requisito a mediocridade?
NADA DE
CONCURSOS
Como se sabe, antes da varinha de condão
de Dirceu, Dias Toffoli tentou ser juiz duas vezes em São Paulo e foi reprovado
em ambas. Aí sua veia revolucionária foi descoberta e ele não precisou mais
entrar em concursos – essa instituição pequeno-burguesa que só serve para
atrasar os visionários. Graças ao petismo, Toffoli foi ser procurador no Amapá,
e depois de advogar em campanhas eleitorais do partido alçou voo à
Advocacia-Geral da União – porque lealdade não tem preço e o Estado são eles.
É claro que uma carreira brilhante
dessas tinha que acabar no Supremo Tribunal Federal.
O advogado Lewandowski vivia de empregos
na máquina municipal de São Bernardo do Campo. Aqui, um parêntese: está provado que as máquinas administrativas
loteadas politicamente têm o poder de transformar militantes medíocres em
grandes personalidades nacionais – como comprova a carreira igualmente
impressionante de Dilma Rousseff. Lewandowski virou juiz com uma mãozinha do
doutor Márcio Thomaz Bastos, ex-advogado de Carlinhos Cachoeira, que enxergou o
potencial do amigo da família de Marisa Letícia, esposa do bacharel Luiz
Inácio.
Desembargador obscuro, sem nenhum
acórdão digno de citação em processos relevantes, Lewandowski reuniu portanto
as credenciais exatas para ocupar uma cadeira na mais alta esfera da Justiça
brasileira.
Suas diversas manobras para tumultuar o
julgamento do mensalão enchem de orgulho seus padrinhos. A estratégia de
fuzilar o cachorro morto Marcos Valério, para depois parecer independente ao
inocentar o mensaleiro João Paulo, certamente passará à antologia do Supremo –
como um marco da nova Justiça com prótese partidária.
O julgamento prossegue, e os juízes do
PT no STF sabem que o que está em jogo é a integridade (sic) do esquema de
revezamento Lula-Dilma no Planalto. Dependendo da quantidade de cabeças
cortadas, a platéia pode começar a sentir o cheiro dos subterrâneos da
hegemonia petista.
Batman e Robin darão o melhor de si.
Olho neles!
Nenhum comentário:
Postar um comentário