Pais que não
acompanharem desempenho dos filhos na escola podem ser multados
O pai ou responsável que não comparecer
à escola e acompanhar o desempenho de seu filho poderá ser punido. Projeto de
lei com esse objetivo já recebeu parecer favorável e está pronto para ser
votado na Comissão de Educação, Cultura e Esporte.
O senador Cristovam Buarque (PDT/DF),
autor da proposta (PLS 189/2012), afirma que a educação é um direito de toda
criança e que a participação dos pais é essencial no processo educativo.
“A escola sozinha não consegue cumprir
integralmente o papel de formadora, a educação não se faz apenas pela escola,
isolada da responsabilidade e da ação dos pais no acompanhamento do desempenho
de seus filhos”, afirma o autor.
A proposta prevê que o responsável deva
comparecer na escola, seja ela pública ou privada, pelo menos uma vez a cada
dois meses. Será considerada presença o comparecimento em reuniões de pais e mestres,
ou conversas individuais com o professor, sempre atestadas pela direção da
unidade estudantil.
Para o relator, senador João Capiberibe
(PSB/AP), o fato dos pais matricularem seus filhos em escolas não tira a
responsabilidade deles de monitorar e acompanhar o desenvolvimento educacional
da criança ou do adolescente.
Penalidade
As penalidades para o não cumprimento da
lei serão as mesmas previstas no Código Eleitoral para quem deixa de votar.
Dentre elas, uma multa de 3 (três) a 10 (dez) por cento sobre o salário-mínimo,
além da proibição de inscrição em concurso público, receber salário ou
participar de cargos públicos; solicitar empréstimos em estabelecimentos de
crédito mantidos pelo governo e obter passaporte ou carteira de identidade.
Em pesquisa feita pelo Alô Senado, a
população diverge sobre o assunto. Para o cidadão Leonardo dos Santos Marques
Gomes, de Ivinhema (MS), a proposta é positiva.
- Eu concordo com essa iniciativa, pois
tem muitos pais que se omitem em saber como anda o desempenho do filho na
escola. Na grande maioria das escolas, ocorre de apenas de um pai aparecer nas
reuniões, o que é lamentável. Apoio em 100%. Pai preocupado com o filho é
educação garantida e Brasil produzindo com qualidade- afirmou Leonardo.
No entanto, Lidiane Lima Santos, de Belo
Horizonte (MG), é contrária à proposta. Ela afirma que muitos pais, para
proporcionar um bom estudo a seus filhos, trabalham em dois empregos, o que em
sua opinião dificulta a presença deles nas escolas.
- São muitos impostos e o salário é
pouco, por isso muitos optam por trabalhar em mais de um lugar para dar estudo
às crianças. Qual é a hora que esse pai ou mãe vai conseguir ir à escola do seu
filho? - critica Lidiane Santos.
Após analise da CE, a matéria segue para
a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania em caráter terminativo.
FONTE: AGÊNCIA SENADO
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