Cristovam
Buarque reúne ideias para proposta de federalização da educação
O senador Cristovam Buarque (PDT-DF)
voltou a defender em Plenário nesta quinta-feira (18) a federalização da
educação básica como forma de dar início a uma revolução no sistema educacional
brasileiro. O senador afirmou que, sem o envolvimento da União no processo,
será impossível acabar com as desigualdades do sistema de ensino por todo o
país.
A proposta, relatou Cristovam, foi
debatida nessa quarta-feira (17) no Senado, em audiência pública promovida pela
Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE). Do encontro participaram o
filósofo Dermeval Saviani e o representante da União dos Dirigentes Municipais
da Educação (Undime), professor Luiz Walter.
O senador disse ter visto inúmeros candidatos
à prefeitura nas eleições deste ano afirmando ser a educação uma prioridade de
seu governo. Mas ressaltou que esses prefeitos terão dificuldade de concretizar
suas propostas de melhorias nas escolas municipais por falta de recursos,
principalmente. Um reajuste salarial para os professores, por exemplo, é
difícil para boa parte dos municípios brasileiros.
A solução apontada por Cristovam para
melhorar e igualar a qualidade da educação brasileira é tratar a educação como
uma questão “do Brasil” e não dos municípios e estados. A federalização
sugerida pelo senador consiste em duas ações. A primeira é criar uma carreira
nacional do magistério, adotando, por exemplo, o que já existe entre
professores de escolas técnicas e colégios militares. Todos entrariam em uma
carreira federal, com salário pago pelo governo federal. Esse salário seria
então reajustado para R$ 9 mil – valor impossível de ser pago hoje pelos
municípios.
- Essa carreira tem que ser adotada aos
poucos, até porque não há jovens em condições de serem professores neste país,
mesmo a gente pagando bem. Agora, o professor não é uma entidade que se esgota
nela. Cem mil professores equivalem em média a dez mil escolas, em 250 cidades,
atendendo a três milhões de crianças. A gente pode fazer essa revolução
imediata em 250 cidades e paulatina no Brasil inteiro – defendeu, descrevendo a
segunda ação da proposta: a adesão gradativa de grupos de municípios.
Cristovam anunciou ainda que a CE vai
promover mais duas audiências públicas para tratar da federalização da
educação. Ao todo serão seis encontros da comissão debatendo o tema. A intenção
do senador é chegar ao menos a um “acúmulo de idéias” que possa ser apresentado
ao governo federal.
FONTE: AGÊNCIA SENADO
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