Simon acusa CPI
do Cachoeira de não querer investigar corruptores
Durante o depoimento do ex-diretor do
Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) Luiz Antônio
Pagot, nesta terça-feira (28), o senador Pedro Simon (PMDB-RS) voltou a
criticar a comissão parlamentar de inquérito (CPI) que apura as relações
públicas e privadas de Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso pela
Polícia Federal na operação Monte Carlo.
Simon declarou que a bancada governista
manejou para evitar que Pagot, afastado em meio a denúncias de irregularidades
no Ministério dos Transportes, pudesse falar à CPI enquanto manifestava mágoa e
ameaçava fazer revelações comprometedoras.
– Quando o senhor disse que queria
falar, eu me emocionei. A culpa não é sua, entendo sua posição. Não vou cobrar
que fale as coisas que esperávamos que falaria. Mas o momento de o senhor falar
era aquele, quando estava ressentido. Hoje a água esfriou, a CPI já saiu da
capa de jornal, então o senhor vem depor – disse Simon, dirigindo-se a Pagot.
O senador criticou o relator da CPI,
deputado Odair Cunha (PT-MG), que teria dificultado o comparecimento de Pagot.
– Vossa excelência trouxe [Pagot] porque
já sabia que a testemunha vinha para não falar – afirmou Simon, que não integra
a CPI, dirigindo-se ao deputado.
Simon também criticou a CPI do Cachoeira
por se afastar do foco de investigações e perder a oportunidade na história
política do país de investigar seriamente os corruptores.
– Vamos ser muito claros. A CPI não quis
fazer. Investigar uma Delta, uma corruptora, com força, com realidade, com
fatos. Isso seria para valer. E mais triste: houve um acordo com vários
partidos. ‘Não investiga os meus, não investigo os seus, não investiga o deles’
– afirmou Simon, para quem a CPI, para satisfazer à imprensa, convocou pessoas
que não estariam no verdadeiro foco das investigações.
O senador declarou ainda que Fernando
Cavendish, dono da construtora Delta, que segundo a Polícia Federal irrigou
empresas de fachada de Carlinhos Cachoeira, deve permanecer em silêncio durante
o depoimento marcado para esta quarta-feira (29), na CPI.
Após a fala de Simon, o relator Odair
Cunha respondeu que sua posição naturalmente enseja críticas e que a CPI está
investigando os fatos. O vice-presidente da comissão, deputado Paulo Teixeira
(PT-SP), reafirmou a seriedade das investigações.
O deputado Luiz Pitiman (PMDB-DF)
respondeu a Simon que, ao contrário do que este dissera, seu partido, o PMDB,
está empenhado em cobrar explicações, tanto de Pagot, quanto dos demais
depoentes.
FONTE: AGÊNCIA SENADO
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