Projeto sobre
greve no setor bancário divide senadores
Iniciada na terça-feira (18), a greve
dos bancários registrou, em seu primeiro dia de vigência, a paralisação de
5.132 agências e centros administrativos em todo o país, segundo balanço
divulgado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro
(Contraf-Cut).
A paralisação, por tempo indeterminado,
foi aprovada no dia 12, depois de várias rodadas de negociação com
representantes da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). Entre as
reivindicações da categoria estão 10,25% de aumento salarial, além de piso de
R$ 2.416,38 e Plano de Cargos e Salários para todos os bancários.
Se convertido em lei, o projeto do
senador Ciro Nogueira (PP-PI), em análise no Senado, pode restringir greves no
setor. O PLS 127/2012 modifica a lei que trata do direito de greve, define as
atividades essenciais e regula o atendimento das necessidades inadiáveis da
comunidade (Lei 7.783/1989) para incluir todos os serviços bancários como
essenciais. Pela legislação em vigor, apenas a compensação está no rol das
atividades essenciais.
Ciro Nogueira argumenta que é possível
garantir o direito de greve e, ao mesmo tempo, o acesso da população aos
serviços bancários.
“Com intuito de atender às necessidades
dos cidadãos brasileiros, este rol deve contemplar todos os serviços bancários
a toda população e não só a compensação bancária (como já previsto em lei), mas
também aos idosos, gestantes, deficientes físicos e à sociedade de um modo
geral, pois todos são de utilidade pública, essenciais à própria vida e,
portanto, não podem ter interrupção”, afirma.
A matéria já foi aprovada na Comissão de
Assuntos Econômicos (CAE) e encaminhada para a de Assuntos Sociais (CAS), onde
deverá receber decisão terminativa, mas a pedido do senador Paulo Paim (PT-RS),
o projeto passará também por análise da Comissão de Direitos Humanos e
Legislação Participativa (CDH).
Em audiência pública na CDH para debater
o direito de greve, realizada no início do mês, Paim, que evocou também para si
a relatoria da matéria na comissão, entende que a proposta restringe as
reivindicações dos bancários. Em entrevista à Agência Senado, ele antecipou que
defenderá posição contrária à do autor em seu relatório.
- O projeto do senador Ciro Nogueira
proíbe a greve dos bancários. Mas eu acredito que todo assalariado tem direito
a fazer greve, desde que sejam garantidos os serviços de emergência - disse.
FONTE: AGÊNCIA SENADO
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