Mortes por
acidentes com motos devem aumentar, diz representante do Ministério da Saúde
Em 2010, das 42,8 mil mortes causadas
por acidentes de trânsito, quase 11 mil envolveram motociclistas – e o número
deve aumentar, já que a frota de motocicletas do país vem crescendo, informou
nesta quinta-feira (13) Marta Maria Alves da Silva, representante Ministério da
Saúde, durante audiência pública no Senado que discutiu a segurança de quem
utiliza esse tipo de veículo.
– É uma questão epidêmica, sim, e a
tendência é de aumento do número de óbitos – reiterou ela, que coordena a Área
Técnica de Vigilância e Prevenção de Violências e Acidentes do Ministério da
Saúde.
Marta Maria também observou que cerca de
80% das vítimas fatais – tanto nos acidentes de trânsito em geral como nos
casos que envolvem motociclistas – são homens, em geral na faixa etária entre
15 e 39 anos.
Outra conseqüência desse fenômeno,
ressaltou ela, é a elevação dos custos governamentais com o tratamento dos
acidentados. Marta Maria disse que, no ano passado, foram internadas 153,5 mil
pessoas devido a acidentes de trânsito – e que 50% delas estavam envolvidas em
acidentes com motocicletas. Ela também informou que o gasto total com essas
internações foi de R$ 200,3 milhões, sendo 48% relacionados às motos.
Representante da Associação Brasileira
de Medicina de Tráfego, o doutor Dirceu Rodrigues Alves Junior afirmou que,
“por incrível que pareça”, atualmente os acidentes com motos vêm afetando mais
as pessoas que usam o veículo para ir ao trabalho do que as pessoas que o
utilizam profissionalmente – como os motoboys.
Poder econômico
Dirceu Junior também destacou que a
expansão das vendas – estimuladas inclusive por medidas governamentais, como a
redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) – está relacionada ao
aumento de acidentes.
– O poder econômico esqueceu a
cidadania, o direito à vida. Estamos crescendo economicamente, mas também
estamos ceifando vidas e colocando gente em cadeiras de rodas – criticou.
O especialista argumentou que é
aperfeiçoar os cursos de formação de condutores, com o aumento do tempo de
treinamento e a utilização de simuladores pelas autoescolas. O mesmo apelo foi
feito por outros participantes da audiência, como o presidente da Associação
Brasileira de Motociclistas, Lucas Pimentel.
– Infelizmente, o processo de
habilitação que existe hoje não dá ao motociclista a vivência de que ele
precisa – declarou Pimentel.
Interiorização
Marta Maria Alves da Silva, do
Ministério da Saúde, também ressaltou que houve uma “interiorização” pelo país
do uso de motociclistas (e, portanto, dos acidentes com tal veículo),
especialmente nos municípios de pequeno porte. Ela apontou diversas causas para
isso, como a precariedade do transporte coletivo nessas regiões, a deficiência
na fiscalização e, no caso do Nordeste, a substituição de cavalos e jegues por
motos.
– A interiorização aparece mais no
Nordeste, principalmente no estado do Piauí; no Norte, com destaque para
Roraima e Rondônia; e no Centro-Oeste, principalmente em Mato Grosso e Mato
Grosso do Sul – afirmou ela.
FONTE: AGÊNCIA SENADO
BC poderá
investigar bancos por ‘lista eterna de maus pagadores’
O presidente do Banco Central, Alexandre
Tombini, admitiu nesta quarta-feira (12) que a instituição poderá investigar a
suposta existência de lista de maus pagadores, na qual seriam mantidos de forma
permanente os nomes de pessoas que foram devedores, mas renegociaram e quitaram
totalmente a dívida. Como salientou Tombini, esse tipo de cadastro não tem
amparo nas normas do BC nem do Conselho Monetário Nacional (CMN).
- Do ponto de vista dos direitos dos
consumidores, que se aplicam ao sistema financeiro, como já definido pelo
Supremo [Tribunal Federal], seria um abuso uma lista eterna de maus pagadores.
Certamente, nos deparando com esse tipo de situação, teríamos que examinar do
que se trata – afirmou.
Tombini se manifestou sobre o assunto em
audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), em mais uma reunião para
avaliação das diretrizes e perspectiva da política monetária. A senadora Ana
Amélia (PP-RS), que levantou a questão, lembrou ter apresentado projeto para
criminalizar esse tipo de cadastro negativo.
- Se o cidadão que tem algum problema e
não paga, mas faz uma renegociação, nunca mais vai operar com a instituição
[financeira] – argumentou a senadora.
FONTE: AGÊNCIA ESTADO
CPI da Violência
contra a Mulher investiga denúncia de estupro coletivo na Paraíba
Integrantes da Comissão Parlamentar
Mista de Inquérito (CPMI) da Violência contra a Mulher estiveram em Queimadas
(PB) na quinta-feira (13), para colher informações sobre estupro coletivo
ocorrido no dia 12 de fevereiro deste ano, vitimando cinco mulheres e
resultando na morte de duas delas.
A CPMI também vai analisar o suporte de
atendimento do Centro de Referência de Assistência Social e da Unidade de Saúde
da Família e as condições do município para atender mulheres em situação de
violência.
Nesta sexta-feira (14), às 14 horas,
será realizada audiência pública na Assembleia Legislativa, em João Pessoa.
Foram convidados: os secretários de Segurança Pública e de Saúde do estado da
Paraíba, Claudio Coelho Lima e Waldson Dias de Souza; a secretária de Mulher e
da Diversidade Humana, Iraê Heusi de Lucena Nóbrega; o presidente do Tribunal
de Justiça, desembargador Abraham Lincon Ramos; o procurador-geral de Justiça
do estado, Oswaldo Trigueiro; e o defensor público-geral do estado, Vanildo
Oliveira Brito.
Em julho, a CPMI prorrogou seus
trabalhos por 180 dias, em razão das preocupantes denúncias de violência que se
multiplicam no país. Além de dar continuidade ao seu plano de trabalho, a
comissão está recebendo e sistematizando informações que chegam de todos os
estados.
Desde fevereiro de 2012, quando foi
instalada, a comissão já visitou Pernambuco, Minas Gerais, Santa Catarina, Rio
Grande do Sul, Espírito Santo, Alagoas, Paraná, São Paulo e Bahia.
Composta por 11 senadores, 11 deputados
e igual número de suplentes, a CPMI é presidida pela deputada Jô Moraes
(PCdoB-MG) e tem como relatora a senadora Ana Rita (PT-ES).
FONTE: AGÊNCIA ESTADO
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