Torcedores
presos na Bolívia são usados como 'objetos de barganha política' pelo governo
Morales
De volta ao Brasil depois de visitar os
12 torcedores do Corinthians presos na Bolívia, o senador Ricardo Ferraço
(PMDB-ES) disse acreditar que os brasileiros são inocentes e “estão sendo
mantidos como reféns do sistema judiciário boliviano”. Os torcedores
corintianos estão presos na cidade de Oruro desde a morte do torcedor Kevin
Espada, de 14 anos, atingido por um sinalizador disparado da torcida brasileira
durante o jogo contra o San José, em 20 de fevereiro.
Na opinião do senador, os torcedores
“estão sendo objeto de barganha política” por parte do governo da Bolívia, em
virtude de a Embaixada do Brasil naquele país ter concedido asilo político ao
senador Roger Pinto Molina, crítico e opositor do governo do presidente Evo
Morales.
Líder da oposição, o senador Molina está
asilado há quase um ano na Embaixada do Brasil, registrou Ferraço, que visitou
os torcedores acompanhado do sub-secretário-geral do Itamaraty pelas
Comunidades Brasileiras no Exterior, embaixador Sérgio Danese.
- Contando com a importante assessoria
do chefe interino da Embaixada do Brasil em La Paz, ministro Eduardo Sabóia, e
o imprescindível apoio do deputado boliviano Franz Choque, visitamos o Presídio
de San Pedro, onde nossos cidadãos estão detidos desde o dia 20 de fevereiro.
Esta é a data da trágica, da lamentável perda da vida de um inocente jovem
boliviano, atingido por um sinalizador marítimo disparado durante uma partida
de futebol - relatou Ferraço, que é presidente da Comissão de Relações
Exteriores e Defesa Nacional (CRE).
O senador também afirmou que os
brasileiros estão com a integridade física ameaçada por dividirem espaço com
diversos criminosos no presídio, que está superlotado. Diante dessas
circunstâncias, Ferraço pede ação imediata dos ministros da Justiça, José
Eduardo Cardozo, e das Relações Exteriores, Antonio Patriota. O senador teme
pela vida dos brasileiros, cuja prisão preventiva pode durar até seis meses, de
acordo com as leis da Bolívia.
Ferraço também contou ter dialogado com
o senador boliviano Molina, que teve negado pelo governo Evo Morales um
salvo-conduto para sair da Embaixada do Brasil e deixar o país .
- Foi acertada e corajosa a decisão do
governo brasileiro de conceder asilo político ao parlamentar, que corria real
risco de morte. Pude constatar que todas as supostas acusações feitas contra
esse senador são infundadas. O que motiva essa perseguição política é o simples
fato de que ele faz oposição ao governo do senhor Evo Morales - declarou
Ferraço.
O senador disse que questionará o
ministro Antonio Patriota em relação ao assunto durante audiência na CRE
marcada para a próxima quinta-feira (4).
FONTE: AGÊNCIA SENADO
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