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quarta-feira, 13 de março de 2013

Preços em baixa colocam em risco 25 anos de trabalho dos cafeicultores


Preços em baixa colocam em risco 25 anos de trabalho dos cafeicultores
O extraordinário investimento dos últimos 25 anos em pesquisa, qualidade, produtividade e desenvolvimento de novas áreas de produção de café no Brasil, resultaram em um aumento na oferta de arábicas de qualidade e o consequente crescimento do consumo mundial de café, através das cafeterias, abertas aos milhares ao redor do mundo, e agora do mercado de monodoses, que conquistaram os jovens nos diversos mercados consumidores. Todo este trabalho agora está ameaçado pela forte queda dos preços do arábica, que no Brasil chegou ao patamar dos trezentos reais por saca, valor que gera prejuízo até nas regiões produtoras mais eficientes e capitalizadas.
Acreditando no discurso dominante nos principais mercados consumidores do mundo, os cafeicultores brasileiros investiram e trabalharam com afinco, levando o Brasil a ser hoje o fornecedor de mais de cinquenta por cento do café arábica consumido no mundo (aí incluso o consumo interno brasileiro).
A queda dos preços aconteceu em cima de um discurso de excesso de estoques e produção no Brasil, que não são confirmados pelos números levantados pela CONAB – Companhia Nacional de Abastecimento e, nos últimos meses, por um novo factoide: o café arábica está sendo substituído por robusta nos principais mercados consumidores, sem prejuízo para a qualidade e sem queda no consumo.
O discurso sobre café arábica de qualidade, café “gourmet”, “terroir”,“fair trade”, certificação e meio ambiente praticamente desapareceu. Agora o robusta resolve todo e qualquer problema de abastecimento (não se sabe de onde apareceu tanto café robusta).
Estreitaram fortemente o diferencial do robusta para o arábica e, no Brasil, entre os arábicas mais fracos e os de alta qualidade. Diminuiu, praticamente desapareceu, o prêmio para cafés arábica certificados.
Os cafeicultores brasileiros se mostram desorientados e ludibriados. A pergunta que mais ouvimos é se vale a pena continuar investindo na produção de café arábica e em qualidade. Os custos são altos e os riscos (secas, frio, pragas, escassez de mão de obra) assustam.
É urgente um pronunciamento do Ministério da Agricultura sobre os números de produção divulgados pela CONAB. Se estiverem corretos não existe excesso de café no Brasil. Se não for estancada e revertida a atual queda de preços, corremos o sério risco de perder 25 anos de trabalho dos cafeicultores brasileiros.
A situação das lavouras de café na América Central já é reflexo dos preços praticados no mercado internacional. Não podemos deixar que o quadro se repita no Brasil.
O Cecafé – Conselho dos Exportadores de Café do Brasil, informou que no último mês de fevereiro foram embarcadas 2.166.096 de sacas de 60 kg de café, aproximadamente 3% (57.670 sacas) menos que no mesmo mês de 2012 e 15% (380.855 sacas) a menos que no último mês de janeiro. Foram 1.909.695 sacas de café arábica e 34.452 sacas de café conillon, totalizando 1.944.147 sacas de café verde, que somadas a 220.891 sacas de solúvel e 1.058 sacas de torrado, totalizaram 2.166.096 sacas de café embarcadas (confira mais informações).
Até o dia 7 os embarques de março estavam em 63.840 sacas de café arábica e 5.250 sacas de café conillon, somando 69.090 sacas de café verde, mais 23.170 sacas de café solúvel, contra 131.820 sacas no mesmo dia de fevereiro. Até o dia 7, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em março totalizavam 498.930 sacas, contra 479.445 sacas no mesmo dia do mês anterior.
A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 1, sexta-feira, até o fechamento de sexta-feira, dia 8, subiu nos contratos para entrega em maio próximo, 70 pontos ou US$ 0,93 (R$ 1,81) por saca. Em reais por saca, as cotações para entrega em maio próximo na ICE fecharam no dia 1 a R$ 375,64/saca e dia 08 a R$ 371,76/saca. Na sexta-feira, dia 8, nos contratos para entrega em maio, a bolsa de Nova Iorque fechou com alta de 95 pontos.
As informações são do Escritório Carvalhaes.
FONTE: CAFEPOINT

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