Câmara amplia
punição para quem negar atendimento médico emergencial
Plenário aprovou projeto que criminaliza
a exigência de garantia financeira em atendimento médico de emergência.
O Plenário aprovou nesta quarta-feira
(2) o Projeto de Lei 3331/12, do Poder Executivo, que aumenta a pena para
instituições e profissionais que condicionarem o atendimento médico emergencial
a qualquer tipo de garantia financeira (cheque-caução ou nota promissória). A
proposta ainda será votada no Senado.
O projeto muda o Código Penal
(Decreto-Lei 2.848/40) para criar um novo tipo de crime específico relacionado
à omissão de socorro (artigo 135). Atualmente, não há referência expressa nesse
artigo quanto ao não atendimento urgente de saúde.
A pena definida pelo projeto é de
detenção de três meses a um ano e multa. Hoje, a punição prevista para omissão
de socorro é detenção de um a seis meses ou multa. Os agravantes continuam os
mesmos, com aplicação da pena em dobro, se da prática resultar lesão corporal
grave; e até o triplo, em caso de morte.
Os deputados Amauri Teixeira (PT-BA) e
Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) deram pareceres favoráveis pelas comissões de
Seguridade Social e Família; e de Constituição e Justiça e de Cidadania,
respectivamente. Segundo Faria de Sá, é um “absurdo” que o hospital exija
caução, promissória ou qualquer entrave burocrático antes do atendimento
emergencial. “O primeiro atendimento é fundamental para salvar a vida, e esses
minutos perdidos com burocracia serão preciosos”, disse.
O projeto prevê também a obrigatoriedade
de os estabelecimentos afixarem, em local visível, cartaz ou equivalente com a
informação de que constitui crime a exigência dessas garantias financeiras ou
ainda o preenchimento prévio de formulários para o atendimento.
Caso Duvanier
O governo federal passou a dar atenção
especial à recusa de atendimento em hospitais particulares desde a morte do então
secretário de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Duvanier Paiva,
em 19 de janeiro deste ano.
Após ter passado por dois hospitais
privados de Brasília, Duvanier acabou falecendo em um terceiro estabelecimento
particular. Segundo a família do ex-secretário, na ocasião, os hospitais teriam
exigido a entrega de um cheque-caução.
Para a deputada Jandira Feghali
(PCdoB-RJ), a aprovação do texto vai combater um problema que ocorre em todo o
País. “A Câmara dá uma resposta à altura à ganância pelo lucro de clínicas
privadas, vinculadas ou não ao atendimento de plano de saúde, que exigem
cheque-caução como condição para o atendimento de um paciente em situação de
emergência”, disse.
FONTE: Agência Câmara
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