A extensão rural
no Brasil: de quem é responsabilidade?
Por José Annes Marinho (Andef).
O Brasil vem passando por uma euforia no
ramo agro: grandes investimentos, novas tecnologias, excelentes produtividades
e crescimento exponencial. Para nós – consumidores – isso é espetacular e
grandioso, pois estamos vendo o Brasil buscar seu posto de “celeiro do mundo na
produção de alimentos”. Mas vocês não acham que deveríamos perguntar ao
produtor como ele está se sentindo? Será que está satisfeito, tendo, em alguns
casos, bons preços por seus produtos? Seu orgulho de trabalhar no campo
continua o mesmo? São perguntas que deveríamos fazer a eles, pois olhando e
observando tudo que tem acontecido nos últimos anos é um fato a ser analisado.
São fatos concretos que muitas vezes
desestimulam os nossos heróis a ficar no campo. Posso citar centenas ou até
milhares, mas alguns nos chamam atenção. O primeiro deles é que os produtores,
sem exceção, são acusados de “desmatadores” e isso não é verdade, posso lhe
dizer com total conhecimento. O segundo fato: onde está a educação no campo?
Será que devemos deixar a responsabilidade de educar os produtores somente para
empresas, revendas, associações de consultores, EMATER, cooperativas, entre
outros, ou o governo deveria assumir definitivamente sua responsabilidade em
orientar e educar principalmente os pequenos produtores, com maiores
dificuldades de acesso a informação com parcerias público-privadas? Há uma
frase emblemática “a união faz a força”, talvez nos falte essa pequena, e ao
mesmo tempo grande vontade de fazer mais por nossa agricultura. Acredito
fielmente, que nossa agricultura melhorou muito, foi e será um processo longo
de conscientização e de aprendizado, pois uma geração passa para outra o
conhecimento. Talvez esteja neste ponto nossa solução, pois a grande maioria
dos jovens tem buscado fora dos campos diversas especializações, cursos
superiores, tudo que possa contribuir para melhorar a vida de suas famílias no
campo.
Quando falamos em extensão rural,
entendo que estamos falando de educação, de conhecimento e de informação. O que
precisamos são líderes que determinem e estejam presentes, que “coloquem a faca
entre os dentes”, que possam ir a luta, que façam acontecer, que busquem incansavelmente
parcerias. Que paradigmas do passado – onde indústria, governo e ONG’s não
podem trabalhar juntos – sejam quebrados, que estas uniões sejam verdadeiras e
transparentes, pois tudo que fizermos está sendo feito para pessoas e seres
humanos. Assim, o governo terá forças para auxiliar com recursos e apoio
pessoal para as EMATER dos estados, indústrias, escolas, sociedade e todos os
demais para que voltemos a ter a extensão rural exemplar como era entre os anos
70 a 90.
Belos exemplos de comprometimento da
sociedade com o nosso motor da economia. Os produtores e a nossa agricultura
agradeceriam o empenho em ajudá-los e, sem dúvida, isso melhoraria sua
auto-estima, muitas vezes abalada por tantos problemas destinados ao campo,
injustamente. Reflitamos sobre nossos julgamentos para ajudar o Brasil Agro a
continuar crescendo.
Sobre a ANDEFedu
A ANDEFedu é a área da ANDEF (Associação
Nacional de Defesa Vegetal) destinada à educação, que se dedica a planejar,
organizar, inovar, desenvolver novas formas de educar e levar a
responsabilidade socioambiental e as boas práticas agrícolas aos campos
brasileiros.
Sua missão é atingir, incentivar e ser
referência ao empresário rural, a pesquisadores e à sociedade brasileira, por
meio de métodos que formem multiplicadores da sustentabilidade, visando a uma
agricultura forte e sustentável para o país. Para isso, a ANDEFedu produz há
mais de 35 anos conhecimento técnico-científico e melhores recursos para adoção
de boas práticas agrícolas na agricultura.
Por esse trabalho de cooperação e a
constante busca por melhores técnicas, a ANDEF e suas associadas se encontram
em lugar de destaque no meio rural e acadêmico. Seu pioneirismo, sua
criatividade, seu ímpeto, possibilitam diversos e excelentes resultados ao
empresário rural do Brasil: novas tecnologias, responsabilidade socioambiental,
conhecimento, informação, produtos altamente eficazes e, acima de tudo,
educação à família rural.
José
Annes Marinho é Engenheiro Agrônomo, Gerente de Educação da Associação Nacional
de Defesa Vegetal.
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