Russia pode
barrar importação de carne bovina brasileira
Durante negociações entre o secretário
nacional da Defesa Agropecuária, Enio Marques Pereira, e Sergei Dankvert,
representante do Rosselkhoznadzor (Serviço Federal de Controle Veterinário e
Fitosanitário da Rússia), o russo disse que devido à “fraca fiscalização
brasileira, seu país considera problemática a possibilidade de aumentar o
número de empresas brasileiras certificadas para exportar à Rússia”, e que até
junho deste ano, as exportações brasileiras para o país podem ser completamente
barradas.
Nas inspeções de 2010 e 2011 o serviço
veterinário russo já havia relatado pontos negativos sobre a indústria
frigorífica do Brasil, e por isso em nova visita marcada para este mês de maio,
é possível que a Rússia crie e/ou aumente as restrições para importação de
carne bovina brasileira. As visitas serão no Mato Grosso do Sul, Santa
Catarina, São Paulo, Minas Gerais e Goiás.
O maior problema no Brasil citado por
Dankvert, é que os resultados das inspeções russas não são repassados às
indústrias nacionais, o que dificulta o desenvolvimento do comércio entre os
dois países. Ele comenta também que caso a Rússia ingresse na OMC (Organização
Mundial do Comércio), as exigências sobre a inspeção brasileira seriam maiores.
De acordo com o Rosselkhoznadzor, o
Brasil exportou 227 mil toneladas de carne bovina para a Rússia em 2011,
apresentando queda de 19% sobre 2010; 134 mil toneladas de carne suína (-40%)
and 70 mil toneladas de carne de frango (-50%).
Em relação à Argentina, no primeiro
trimestre de 2012, os embarques de carne para a Rússia caíram 45% comparados à
2010. De acordo com Dankvert, além do baixo controle de qualidade, os
resultados comerciais não são compensadores. Já as exportações de carne do
Uruguai para a Rússia cresceram de 3 mil toneladas para 78 mil entre 2005 e
2011.
Existem 82 empresas uruguaias autorizadas
para exportar à Rússia e nenhuma teve problemas em relação a segurança
alimentar, disse Dankvert. Nesse contexto, o Uruguai pretende tomar parcelas do
mercado exportador brasileiro, argentino e paraguaio, devido aos casos de
aftosa neste último país. O Paraguai era um dos maiores mercados exportadores
para a Rússia, com volume de 40 mil toneladas entre janeiro e agosto de 2011.
Fonte: Globalmeatnews.com, traduzida e
adaptada pela Equipe BeefPoint.
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