Votação do
Orçamento é adiada para depois do Carnaval
Oposição tenta garantir votação dos mais
de 3 mil vetos presidenciais antes da análise da proposta orçamentária.
A votação do Orçamento foi adiada para
depois do Carnaval, ainda sem data marcada. Os líderes da Câmara e do Senado
reuniram-se nesta terça-feira (5) para tentar um acordo para votação, o que não
aconteceu.
Os deputados da oposição tentam garantir
a análise dos 3.025 vetos presidenciais existentes na pauta do Congresso antes
da votação do Orçamento. Entre eles estão os vetos da presidente Dilma Rousseff
ao projeto que redistribuiu os royalties do petróleo entre os estados, ao
Código Florestal e à proposta que extingue o fator previdenciário.
Decisão STF
A oposição argumenta que uma decisão do
Supremo Tribunal Federal (STF), de dezembro passado, determina que os vetos
tranquem todas as votações do Congresso. A decisão impediu a votação em regime
de urgência dos vetos dos royalties antes da análise dos vetos anteriores.
Em nota à imprensa, o ministro Luiz Fux
chegou a explicar que sua decisão não afetaria a tramitação do Orçamento. Mas,
segundo o líder do PSDB na Câmara, deputado Carlos Sampaio (SP), a decisão do
STF afeta sim a votação do Orçamento. “O que não está nos autos do processo não
existe no mundo jurídico. A simples nota à imprensa do ministro Fux não permite
a votação do Orçamento”, argumentou. O líder do DEM, Ronaldo Caiado (GO),
concordou: “O ministro só pode falar nos autos”.
Segundo o presidente do Senado, Renan
Calheiros (PMDB-AL), no entanto, não há qualquer impedimento jurídico para a
votação do Orçamento. “A decisão é clara e trata somente da votação cronológica
dos vetos, não tem nada a ver com o Orçamento. A peça orçamentária só não será
votada hoje por falta de acordo”, disse.
O presidente da Câmara, Henrique Eduardo
Alves, lamentou o adiamento da votação: “O Orçamento interessa não só ao
governo federal, mas ao País todo, aos estados e municípios, que são geridos
por todos os partidos. Teremos de construir um consenso para sua aprovação”.
Votação em bloco
O deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP),
que também participou da reunião de líderes, disse que a oposição espera
analisar os vetos mais polêmicos um a um e deixar o restante para votação em
bloco. Contudo, segundo líder do governo na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia
(PT-SP), o método de votação dos vetos ainda não foi definido: “É necessário um
parecer prévio sobre cada um dos vetos, de acordo com o Regimento. De qualquer
forma, creio que o Supremo Tribunal Federal ainda deverá analisar o tema de
forma mais abrangente na sua decisão final. Não dá para antecipar esse
formato”, disse.
FONTE: AGÊNCIA CÂMARA DE NOTÍCIAS
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