Deputados
divergem quanto à devolução de terra a índios no MT
Presidente da Frente Parlamentar em
Defesa dos Povos Indígenas, o deputado Padre Ton (PT-RO) afirma que o Executivo
“apenas cumpre a Constituição” ao devolver 165 mil hectares de terras aos
índios Xavante Marãiwatsédé no Mato Grosso. “O governo ainda deve, porque o
texto constitucional disse que teria que demarcar 100% das terras indígenas em
cinco anos, até 1993”, sustenta.
No último dia 29, uma força-tarefa do
Governo Federal finalizou a retirada de moradores da localidade de Suiá Missú,
em Posto da Mata (MT), iniciada há cerca de dois anos. A terra foi homologada
em 1998, mas já estava invadida e não foi devolvida aos indígenas.
Críticas
Para o deputado Wellington Fagundes
(PR-MT), que coordenou um grupo de trabalho que visitou a região no final do
ano passado, a decisão judicial deveria ser reavaliada. De acordo com o
parlamentar, o governo não tem trabalho de assistência nem para os brancos nem
para os índios na região.
Segundo Fagundes, “os índios foram
alocados numa área que não é apropriada, porque já era uma área agrícola, e os
brancos que foram retirados e estavam produzindo alimentos agora estão passando
fome”. O deputado afirma ainda que essa população está vivendo em lonas nas
cidades próxima à antiga ocupação.
Na opinião de Fagundes, o governo
deveria ter feito uma planejamento das transferências. Conforme afirma, 300
casas do programa Minha Casa, Minha Vida, poderiam solucionar o problema das
famílias desalojadas.
Assistência
De acordo com Padre Ton, o diretor da
Polícia Federal, que comanda a desocupação, garante que todas as famílias que
ocupavam as terras indígenas serão assentadas. Mas, o deputado também assegura
que, de acordo com informações da Fundação Nacional do Índio (Funai), “muitas
terras estavam com políticos da região”.
Na avaliação de Wellington Fagundes,
entre 5 e 6 mil pessoas moravam nas terras devolvidas ao índios. Já informações
do governo dão conta de que, desde o início da ação da força-tarefa, foram
desocupadas 619 construções, entre residências e comércio.
As notícias do Executivo afirmam ainda
que o Instituto de Colonização e Reforma Agrária já cadastrou 235 famílias a
serem transferidas para assentamentos na região, e pelo menos 30 famílias
receberão casas do Projeto de Aceleração do Crescimento (PAC) Vida Nova.
FONTE: AGÊNCIA CÂMARA DE NOTÍCIA
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