Indústrias
europeias adiam compras de café do Brasil
Torrefadores de café da Europa adiaram
grandes compras de grãos brasileiros nesta semana, com esperanças de que a
crescente colheita no maior produtor mundial de café gere uma maior queda nos
preços, disseram traders nesta sexta-feira. "Com a colheita brasileira
entrando em andamento em questão de dias, torrefadores esperam que a pressão de
venda acumule no mercado global nas próximas duas semanas", disse um
trader do mercado físico. "Alguns compradores acham que a queda dos
futuros que vimos esta semana é apenas o começo."
Os futuros do café arábica caíram
fortemente nesta semana, atingindo seus níveis mais baixos desde julho de 2010
nesta sexta-feira, com ampla fraqueza das commodities acelerando as tendências
de baixa, junto com a oferta abundante de café.
"O colapso no mercado de futuros
arábica esta semana está em grande parte ligado às quedas das commodities,
causadas pela crise da dívida da zona do euro e torrefadores da UE preocupados
com o poder do consumidor de gastar em vários países da zona euro", disse
outro trader.
"Eu não vi muitas compras de
oportunidade de torrefadores com os futuros em queda, eles estão extremamente
cautelosos sobre elevar os níveis de estoques, com o clima incerto da
economia." A fraqueza das commodities vem à medida que o Brasil deve
começar a colher sua safra, estimada para ser grande.
Mas os diferenciais de preço brasileiros
aumentaram esta semana, com vendedores brasileiros tomando uma dura linha de
preço, buscando compensação pela queda dos futuros. O MTGB brasileiro foi
cotado a 13 centavos abaixo do contrato julho do café arábica em Nova York,
contra 16 centavos na semana passada.
Os diferenciais para os grãos Excelso da
Colômbia caíram para 20 centavos acima do contrato em Nova York, ante 24
centavos na semana passada, com os fluxos de exportação continuando a melhorar,
atraindo algum interesse de compra.
A Colômbia registrou em 2011 o terceiro
ano consecutivo de baixa produção de café. Mas as exportações em abril estavam
se recuperando, trazendo expectativa de uma colheita melhor nesta temporada.
Os diferenciais da América Central
também mostraram um tom mais suave. "A maioria dos produtores da América
Central parecem estar mantendo estoques de café não vendido e mandando sinais
de que eles estão dispostos a ser mais flexíveis nos preços que o Brasil, mas o
interesse dos torrefadores é morno", disse um trader.
As informações são da Reuters, adaptadas
pela Equipe CaféPoint.
Nenhum comentário:
Postar um comentário