MILKPOINT
Como o preço de
venda do leite é distribuído entre produção, indústria e varejo? Uma análise
dos últimos 4 anos
Por Marcelo Pereira de Carvalho
(MilkPoint)
A análise da distribuição do preço médio
do leite entre os elos da cadeia, considerando os principais lácteos
comercializados (leite UHT e pasteurizado, leite em pó e queijos prato e
muçarela) mostra que, principalmente após 2010, o varejo foi quem melhor se
saiu no pós-crise, praticamente invertendo a sua participação com a indústria.
Os dados se baseiam no período entre janeiro de 2008 e março de 2012.
O gráfico 1 sintetiza essa constatação.
Nele, percebe-se que a fatia do produtor pouco se alterou no período, variando
de 39% para 40% do preço total do varejo. A indústria, por sua vez, teve sua
participação afetada negativamente, caindo de 33% em 2010 para 29% em 2011 e
26% no primeiro trimestre de 2012, refletindo o período difícil que este
segmento vem passando desde o ano passado.
Já o varejo, que via de regra não
participa das discussões setoriais e, muitas vezes, sequer é lembrado como elo
participante da cadeia, teve sua participação elevada de 29% em 2008 para 34%
nesse início de ano.
Como chegamos a esses dados?
Inicialmente, consideramos os preços ao
produtor e no atacado apontados pelo Cepea/USP, mês a mês. No caso dos
derivados, fizemos a conversão para litros de leite, calculado o preço de venda
de cada litro na forma de queijo e de leite em pó. Para o varejo, utilizamos
como valor base o levantamento realizado pelo MilkPoint em agosto de 2008,
aplicando desde então (e retroativamente, até janeiro de 2008) os valores do
IPCA mensais para cada derivado. Assim, partindo de um valor base relativamente
arbitrário - baseado em nosso levantamento inicial - foi estimar os preços dos
lácteos no varejo. Ainda que o valor absoluto de todos os meses a partir e
antes de agosto de 2008 dependa do valor inicial por nós levantado, o mais
importante aqui é comprender a tendência, o que o IPCA permite fazer.
Restava então fazer a ponderação entre
os produtos para que pudéssemos calcular os valores médios do litro de leite
vendido no atacado e no varejo. Nesse ponto, adotamos as seguintes proporções
fixas: UHT - 33%, pasteurizado - 8%, leite em pó - 29%; queijo - 30%.
A adoção de um valor fixo fere a lógica
do negócio, já que se determinado produto (como o leite em pó) se mostra
desinteressante por um período longo, é natural que sua produção caia em favor
de outros produtos mais rentáveis, o que contribuiria para reequilibrar os
valores recebidos entre os elos. Porém, como não dispúnhamos dos valores de
produção mensal ou anual de cada produto, tivemos de optar pelo valor fixo
arbritário, sabendo que ele provavelmente subestima, no tempo, os valores
auferidos pela indústria, que é quem irá alterar seu mix de produtos visando
recuperação da rentabilidade.
O gráfico 2 traz os valores mensais
dispostos sequencialmente ao longo de todo o período, ficando evidente que a
indústria viveu momentos muito favoráveis em 2009, principalmente ao final do
primeiro semestre, bem como no mesmo período em 2010, para depois ver sua fatia
gradativamente encolher, perdendo espaço para o varejo.
Além dos valores relativos, é oportuno
analisar os valores absolutos de venda do leite (sempre obtendo-os a partir da
conversão dos derivados lácteos em equivalente-leite), além da fatia que cabe
em valores absolutos a cada elo. Para podermos comparar os valores no tempo,
utilizamos o IPCA como indexador para correção da inflação no período (Gráfico
3).
É interessante notar que, nos últimos 4
anos, o setor basicamente não conseguiu agregar valor nestas commodities
lácteas que perfazem a maior parte do mercado. Com efeito, os valores finais
sempre giraram em torno dos R$ 2,12/litro, sendo esse valor uma média ponderada
da venda de leite em pó, queijo e leite fluido (lembrando novamente o problema
do mix fixo de produtos).
Destes R$ 2,12, o produtor ficou com R$
0,81, a indústria com R$ 0,67 e o varejo com R$ 0,64, sendo que nos últimos
meses o varejo inverteu de posição com a indústria, passando a receber mais de
R$ 0,70/litro contra R$ 0,54 para esta última. Um possível reflexo da situação
difícil da indústria foi a alteração do comando em diversas delas nos últimos
12 meses: LBR, BRF e Vigor, além da DPA e da própria Nestlé, entre as
principais empresas, tiveram mudanças entre seus principais executivos atuantes
no segmento lácteo.
Os melhores momentos para a indústria
ocorreram entre junho, julho e agosto de 2009, com valores acima de R$
2,30/litro, fruto da elevação dos valores do leite UHT. Naquele ano, a produção
do primeiro semestre fora 4,7% menor do que no mesmo período do ano anterior. A
indústria chegou a agregar mais de R$ 0,90 por litro de leite, porém durante um
ou dois meses apenas. Já os piores valores ocorreram em dezembro de 2010,
janeiro e fevereiro de 2011, com valores pouca acima dos R$ 1,90.
Os dados dos últimos 12 meses mostram
uma variação muito pequena: o valor médio de venda ficou em R$ 2,12-2,13 em 8
dos 12 meses.
Apesar da ineficiência em elevar os
preços, nesse mesmo período - 2008 a 2011 - o mercado de leite cresceu 18,8% em
volume, representando 5,1 bilhões de litros, passando de 27,03 bilhões para
32,13 bilhões (estimativas).
E como se comportaram os diferentes
produtos em relação a disputa por uma fatia do preço de venda? Os gráficos a
seguir mostram que houve significativas diferenças entre os produtos lácteos.
Leite UHT (longa vida)
No gráfico 4, são analisadas quatro
informações distintas para produto. No eixo y principal, analisamos a % do
preço recebido pelo produtor em relação ao valor de venda no atacado para o
produto, além do valor do atacado em relação ao valor de venda no varejo (valor
para o consumidor). Já no eixo y secundário, avaliamos a diferença, em
reais/litro, entre o preço de atacado menos o preço ao produtor e a diferença
entre o preço de varejo e atacado, ambos deflacionados para permitir a
comparação ao longo do tempo.
O gráfico mostra que tanto o produtor
quanto o varejo tem aumentado sua participação sobre o preço final no caso
desse produto. Em meados de 2009, a indústria chegou a ter 90% do preço de varejo,
espremendo este elo; nos últimos meses, os valores ficaram entre os mais baixos
da série, chegando a 75%, ficando o elo seguinte com 25%, uma margem bastante
considerável em se tratando de um produto que, historicamente, sempre foi
utilizado como chamariz, com margens não negativas. Os valores médios na série
ficaram em 82,1% para a indústria e produtor e 17,9% para o varejo.
Já o produtor ficou em média com 47,2%
do preço do atacado, com menor valor em junho de 2009 (36,1%) e maior valor de
53,1% em setembro do mesmo ano. Vale notar que, nos últimos 7 meses, o produtor
ficou com mais de 50% do valor do atacado, uma situação inédita ao menos no
âmbito da série.
Em valor (linhas no gráfico 4),
percebe-se que a indústria chegou a agregar quase R$ 1,50 por litro de leite
nos momentos áureos (e efêmeros) de 2009, ficando em média com R$ 0,92/litro
acima do preço de compra do leite (obs: deste valor devem ser descontados o
custo da embalagem, impostos e custos industriais). O pior momento ocorreu ao final
de 2009, fazendo valer a máxima que os extremos levam ao extremos opostos na
seqüência.
Por fim, o varejo, que na média do
período agregou em valores reais cerca de R$ 0,38/litro, sendo o pior mês março
de 2010 (R$ 0,20) e o melhor agosto de 2009, com R$ 0,61/litro. Nos últimos
meses, o valor agregado pelo varejo ao leite UHT ficou girando em torno de R$
0,50, um dos mais altos da série.
O gráfico mostra ainda um interessante
comportamento de espelho entre as linhas Varejo - Atacado e Atacado - Produtor,
principalmente após meados de 2009. Considerando que há pouca flexibilidade em
elevar preços no varejo, a margem da indústria fica condicionada a quanto deste
preço consegue capturar. Nos períodos em que a indústria consegue agregar mais
valor junto ao produtor, o varejo não captura margem signficativa; por outro
lado, nos períodos em que a indústria perde espaço junto ao preço do produtor,
o varejo melhora suas margens, indicando que o preço ao consumidor, em si,
varia bem menos do que os demais.
De fato, os dados de coeficiente de
variação mostram que o preço que mais varia é o de atacado: 13,7%, contra 12,3%
do preço ao produtor e 10% para o preço de varejo, o que explica o
comportamento constatado no parágrafo anterior (utilizou-se valores não deflacionados
para essa análise).
O gráfico 5 traz a distribuição do preço
final entre os elos, considerando-se o leite UHT. Houve pouca variação entre as
participações se comparado à combinação dos derivados, mas é possível perceber
a perda de participação da indústria. Em média, o elo intermediário ficou com
43,4% do preço final, porém terminando com 37 a 38%. Já o produtor recebeu
38,6% do preço final do UHT, porém finalizando com share acima do da indústria,
na faixa de 40%. Por fim, o varejo, que teve média de ganho de 17,9% no período
analisado, conforme já explicado, mas finalizou com 22 a 24% do preço final.
Queijos
O gráfico 6 traz os dados de % do preço
do produtor/atacado, % do preço de atacado/varejo e agregação de valor entre os
elos (linhas, com valores deflacionados) para os queijos, sendo considerada uma
média entre muçarela e queijo prato.
Nota-se uma certa tendência a
estabilização do mercado após os altos e baixos de 2009, até com uma situação
um pouco mais favorável a indústria, tendo aumento da participação do preço
final - 61,5% de média no período, considerando preço de atacado/varejo, com
valores na casa de 65% no final da série. Já o produtor tem recebido 64,2% do
preço de atacado, com leve tendência de queda.
Porém, apesar dessa situação com
tendência mais favorável para a indústria, ainda é no setor queijeiro que o
varejo obtém sua maior vantagem, capturando 38,5% do preço final, no mínimo -
isso porque na metodologia adotada, ao projetar os dados de varejo utilizando o
IPCA aplicado no nosso levantamento de agosto de 2008, usado como base, a curva
gerada apresenta valores consistentemente mais baixos do que nosso próprio
levantamento mês a mês, indicando que talvez a amostragem de agosto de 2008
tenha sido subestimada e os preços de varejo sejam mais maiores.
Feita essa ressalva, analisando-se o
preço final, a indústria tem captado 22,1% em média, com alguns valores tão
baixos quanto 15-17%, como verificado em final de 2009. Já o produtor tem
ficado com cerca de 39,5% do preço final, com alguma tendência de elevação.
O coeficiente de variação indica que, no
caso dos queijos, os preços de varejo flutuam muito menos do que no atacado e
do que ao produtor: 4,9%, 14,3% e 12,3%, respectivamente.
As margens do varejo menos atacado e
atacado menos produtor mostram, assim como no caso do UHT, um comportamento
oposto: quando um aumenta, o outro diminui. É interessante notar que, desde
2010, os valores têm variado menos, fenômeno válido também para o leite UHT,
sugerindo certa acomodação do mercado.
Na média, o varejo agregou R$ 0,80 por
litro de leite vendido na forma de queijo, contra R$ 0,34 no caso do UHT. Já a
indústria agrega R$ 0,46 por litro de leite vendido na forma de queijo e R$
0,82 por litro no caso do UHT (valores médios).
O gráfico 7 traz a distribuição do preço
final entre os elos para o queijo. Os dados mostram que esse derivado
apresentou os melhores valores para a indústria, em relação a evolução no
período. No início, a indústria capturava cerca de 20% do valor final, subindo
para 26-27%, com média de 25%. Já o varejo, que chegou a mais de 35%, terminou
o período analisado com cerca de 26%, tendo média de 30,3%. Já o produtor, no
que se refere aos queijos, ficou com 44,7% do preço final em média, oscilando
em torno desse valor ao longo do período.
Leite em pó
O gráfico 8 traz os dados relativos ao
leite em pó, de longe o produto mais problemático de todos. Fica evidente a
deterioração do mercado para esse produto, cujos valores não acompanharam os
demais lácteos.
É importante ressaltar que de junho de
2010 a março de 2011 houve descontinuidade dos dados de preços coletados pelo
Cepea no que se refere ao leite em pó no atacado. Para preencher esse vazio,
fizemos uma interpolação simples dos dados, que acreditamos não alterar a
análise e a tendência.
Em março de 2012, a margem bruta da
indústria (preço de atacado menos custo da matéria-prima era 46,8% do valor do
início de 2008, quando os preços do leite em pó ainda estavam positivamente
influenciados pelas cotações internacionais e pelos contratos de exportação com
a Venezuela (em valores reais), reduzindo a oferta interna do produto. Nesse
ponto, vale ressaltar que agosto de 2008, momento escolhido para o início de
nossa análise por se tratar do mês em que começamos a monitorar os dados de
varejo no MilkPoint, apresentava valores especialmente favoráveis para o leite
em pó, ainda que não nos mesmos patamares de um ano antes, o que certamente
afeta a tendência de declínio verificada nos meses seguintes.
Com efeito, no início da série (2008), a
indústria capturava no preço de atacado (preço produtor mais agregação da
indústria) cerca de 70% do preço de venda ou mais, valor que caiu para 52% ao
final da série, resultando em média de 65,7%. Já o produtor, que no início abocanhava
apenas metade do preço de atacado, ao final da série já estava também com mais
de 70%, ficando em média com 57,2%. Definitivamente, o pó não acompanhou, no
atacado, os movimentos de preços na produção e no varejo. O resultado (linhas
no gráfico 8) foi o aumento da agregação de valor do varejo em cima do pó, e
perda do mesmo quando a comparação é o preço da matéria-prima.
É interessante (gráfico 9) verificar
que, no varejo, os valores do pó tiveram forte redução no início do período,
não se recuperando após o tombo de 2009, mas também não caindo mais. Essa queda
inicial não ocorreu com o UHT (apesar das intensas flutuações no início do
período), que até aumentou de valor, e com o queijo, que teve pequena redução,
quando são considerados os valores deflacionados.
A redução nos valores do leite em pó
(convertido para litro de leite) é provavelmente fruto da queda abrupta das
exportações do produto, que colocou mais leite em pó no mercado nacional,
aliada ao aumento das importações do produto a preços menores do que os
praticados internamente.
O gráfico 10, por sua vez, traz a
distribuição porcentual do preço do leite em pó entre os elos. Percebe-se a
forte redução da participação da indústria no preço final do produto. Para se
ter uma ideia da magnitude dessa alteração ao longo do tempo, a indústria em
média ficou com 28,4% do valor final, porém passando de 35-37% no início para
menos de 15% ao final do período, o que reflete na dificuldade verificada por
várias empresas que têm no pó seu carro-chefe.
Já o varejo, com participação média de
34,3%, chegou a significativos 47,5% ao final do período (março de 2012). Por
fim, o produtor foi quem manteve seu share mais constante, na casa dos 37%. No
caso do pó, a guerra, claramente ganha pelo varejo, ficou entre a indústria, o
produto importado e o próprio varejo.
Desta maneira, analisando-se os gráficos
8, 9 e 10 em conjunto, nota-se que além da queda em valor real do litro de
leite vendido na forma de leite em pó, o varejo ampliou sua margem no produto,
o mesmo ocorrendo com o produtor.
A deterioração do mercado de leite em pó
remete a observação feita no início do texto. Certamente, a indústria vem
ajustando seu portfólio de produtos de forma a reduzir a participação do leite
em pó, o que contribuiria para melhorar o panorama apontado nos gráficos 1, 2 e
3 no que se refere aos valores absolutos e relativos de venda de leite. Em
outras palavras, essa adequação do portfólio teria contribuído de duas formas:
primeiro, ao elevar o valor real do leite vendido, já que o pó, de longe, foi o
produto com pior resultado em termos de valor real ao longo da série; e
segundo, ao melhorar a margem da indústria em relação ao varejo, já que o leite
em pó foi o produto com maior deterioração deste resultado ao longo do tempo.
Conclusões
A análise dos dados de janeiro de 2008 a
março de 2012 permite concluir que a indústria perdeu espaço principalmente
para o varejo, que passou a ficar com uma parcela maior do que no início da
série. Os valores ganhos pelo produtor pouco se alteraram (com alguma tendência
de elevação).
Apesar do aumento das vendas em volume,
o setor não tem conseguido ampliar os preços no varejo, quando se analisa os
valores corrigidos pela inflação, a exceção do leite UHT, que teve variação
positiva no período. Desta maneira, o aumento do volume ofertado, ampliando o
mercado, foi viabilizado mediante redução de preços, principalmente no caso do
leite em pó.
Nesse sentido, o setor não conseguiu
repassar o aumento nos custos de produção, que começaram no produtor, que teve
seus custos significativamente elevados neste período. O gráfico 11 mostra que
o custo de produção, calculado pelo índice ICP-Leite da Embrapa Gado de Leite,
subiu quase 30% em relação a agosto de 2008, contra 19% do preço do varejo.
Dentre os produtos, o que apresenta
tendência mais positiva de captura do valor pelo produtor e indústria foi o
queijo que, por outro lado, é ainda o segmento com maior participação do varejo
no preço final. Já o produto que apresentou maior mudança em relação ao início
da série foi o leite em pó, sendo o que mais sentiu a reversão na balança
comercial de lácteos do país. No caso do leite UHT, apesar do aumento dos
preços no varejo, é este o elo que está capturando o ganho adicional,
aumentando sua participação no valor final, sendo esse um fato novo no mercado,
bem como a constatação de que, após o início de 2010, as flutuações nos preços
dos derivados têm sido bem menores do que no período anterior.
É de se refletir sobre a perda de
participação da indústria no valor final de venda do leite, principalmente para
o varejo. Uma eventual correção dessa situação mediante redução dos preços ao
produtor esbarra nos altos custos de produção, resultando em desestímulo a
produção e aumento das importações. Nesse ponto, é interessante ressaltar que a
produção já vem crescendo menos do que o consumo.
Por outro lado, é oportuno que as
lideranças setoriais avaliem a posição do varejo na cadeia de lácteos. Este
segmento tem ampliado sua participação nos últimos anos, em detrimento do segmento
industrial, que teve suas margens reduzidas ao longo do período. Sob o ponto de
vista empresarial, é oportuno avaliar canais alternativos de distribuição, bem
como outras estratégias para melhorar o posicionamento competitivo de cada
indústria individualmente.
Marcelo Pereira de Carvalho Piracicaba -
São Paulo Engenheiro Agrônomo (ESALQ/USP), Mestre em Ciência Animal
(ESALQ/USP), MBA Executivo Internacional (FIA/USP), diretor executivo da
AgriPoint e coordenador do MilkPoint.
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