Excesso de
oferta provoca queda de 17,7% nos preços do milho em maio
O excesso de oferta de milho no mercado
interno pressionou para baixo os preços do cereal em maio, com uma queda média
de 17,7% em relação a abril. A redução mais acentuada foi registrada no
município de Sorriso (MT), de 29,2%, onde o valor da saca de 60 quilos caiu
para R$ 16,50. Os dados estão no boletim "Custos e Preços", elaborado
pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), com base na coleta
de dados sobre a comercialização e os custos de produção em algumas das
principais regiões produtoras do grão no País. Segundo o levantamento, as
condições climáticas favoráveis ao plantio da safrinha podem aumentar o
excedente do produto no ambiente doméstico nos próximos meses. "O quadro
reforça a necessidade de estimular o aumento da demanda por milho para evitar
quedas ainda mais expressivas nos preços aos produtores", alerta a CNA no
boletim.
Para conter quedas mais acentuadas do
preço do cereal, uma das medidas defendidas pela CNA é a realização de leilões
de Prêmio de Escoamento de Produto (PEP), mecanismo utilizado pelo governo
federal para estimular a comercialização do grão, levando o produto armazenado
das regiões produtoras para outras localidades do Brasil ou para outros países.
Na avaliação da entidade, a desvalorização do Real frente ao dólar e a
expectativa de quebra de safra do trigo no leste europeu, diante da falta de
chuvas na região, podem favorecer o escoamento via exportações. O trigo costuma
ser utilizado como substituto do milho na fabricação de rações, mas os
problemas climáticos na lavoura podem aumentar a demanda mundial pelo milho, o
que tende a favorecer o Brasil. "A questão é saber o momento em que o
governo fará esta intervenção no preço por meio dos leilões", sinaliza o
boletim.
Soja - Os preços da oleaginosa seguiram trajetória
ascendente em maio, em comparação com abril. A maior cotação no mercado interno
foi registrada em Tupanciretã (RS), onde a saca de 60 quilos chegou a R$ 62,60,
com valorização de 23,2% na comparação com abril. No entanto, a maior
valorização ocorreu em Sorriso (MT), de 41,9% em relação ao mês anterior, com a
saca sendo comercializada a R$ 54,75. Este comportamento é reflexo dos
problemas climáticos gerados pelo La Niña, que provocaram redução de oferta. No
cenário internacional, o quadro também é de valorização da soja, por causa de
vários fatores, e de especulações sobre o clima e o desenvolvimento da safra
norte-americana, além da alta do dólar e dos baixos estoques mundiais.
A matéria é da Assessoria de Comunicação
CNA, adaptada pela Equipe AgriPoint.
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