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terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

ILHÉUS

Ilhéus recebe 2.500 cruzeiristas no dia dos festejos a Iemanjá




O município de Ilhéus viverá nesta quarta-feira (2) um dia importante para as tradições religiosas, para o fortalecimento do turismo e para o aquecimento da economia local. Além dos nativos e dos turistas que já estão na cidade, a tradicional festa de Iemanjá deve atrair milhares de cruzeiristas que mais uma vez visitam São Jorge dos Ilhéus no transatlântico Costa Serena. De acordo com o secretário municipal de Turismo, Paulo Moreira, são boas as chances de o evento contar com a participação de um número significativo de turistas, uma vez que o navio traz ao porto cerca de 2.500 visitantes.
Com muita água de cheiro e sempre ao som dos atabaques, as homenagens serão iniciadas a partir das 12 horas, com duas concentrações: uma no bairro Nova Brasília, em frente à Maramata, com os terreiros da zona sul, e outra na praia do Cristo, com os terreiros da zona norte. O ponto alto da festa acontece às 16 horas, quando uma procissão marítima formada por dezenas de embarcações sairá das praias do Cristo e da Maramata com destino ao alto-mar onde as oferendas serão depositadas.
Vista por muitos como a maior manifestação pública do candomblé baiano, a festa de Iemanjá está completando 30 anos de celebração em Ilhéus. O evento é promovido pela Prefeitura, através da Secretaria de Turismo, com a participação dos terreiros de Mãe Carmosina, Mãe Laura, Pai Toninho e Pai Atanagildo. A exemplo do que aconteceu nas últimas décadas, nativos e turistas, oriundos de diversas etnias, credos e religiões, oferecerão mais uma vez inúmeros presentes à Rainha das Águas, fazendo durante a célebre procissão marítima um pedido ou agradecendo uma graça alcançada.
Representação - Na maioria de suas representações, Iemanjá segura um leque de metal e um espelho. A Rainha das Águas possui diversos nomes referentes à diversidade e às profundidades dos trechos do rio “Yemoja”. Para os adeptos do candomblé, Iemanjá simboliza a criação efetivada. O seu leque, chamado abebê, tem em seu centro um recorte, onde surge o desenho de uma sereia. Em outros modelos do apetrecho, constam a lua e a estrela. Complacente, é responsável pela pescaria farta, além da vida com abundância de alimentos. Ela não lembra a volúpia das sereias ou a lara    indígena, mas é representada e cultuada com muito respeito, pois é a “mãe da criação”. 
A lenda diz que Iemanjá transformou-se num rio para correr mais depressa e fugir do seu marido, Okere, que a maltratava. Ele a perseguiu com seus exércitos até a casa de seu pai. Quando a alcançou pediu que voltasse. Como não foi atendido, transformou-se em montanha para barrar sua passagem. Então Iemanjá pediu ajuda a Xangô, o orixá do fogo, raios e trovões. Xangô juntou muitas nuvens e com um raio provocou uma chuva que encheu o rio. Com outro raio partiu a montanha em duas. Assim, Iemanjá pôde correr para o mar. Mais tarde, seguindo o povo iorubá, atravessou o oceano protegendo os escravos das tormentas e chegando à Bahia, fez do exílio seu reino.
Sincretismo - Existe um sincretismo religioso estabelecido entre Nossa Senhora dos Navegantes e a orixá da mitologia africana Iemanjá. Em alguns momentos, festas realizadas em homenagem às duas se fundem. No Brasil, tanto Nossa Senhora dos Navegantes como Iemanjá tem sua data festiva no dia 2 de fevereiro.


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