Uruguai responde às suspeitas de triangulação levantadas pelo Brasil
O presidente do Instituto Nacional de Leite (Inale) do Uruguai, Manuel Marrero, disse que "é muito fácil demonstrar o quanto o Uruguai produz e a quantidade de leite que exporta" em resposta às denúncias de suspeitas de triangulação na exportação de leite em pó uruguaio ao Brasil por parte dos produtores brasileiros.
Marrero disse que essas afirmações por parte das organizações de produtores do Brasil são "recorrentes", já que acontece "todos os anos". Marrero reconheceu que houve um aumento importante das exportações de leite em pó ao Brasil. Hoje, esse é o principal mercado para o Uruguai, absorvendo 33% do leite em pó exportado em 2011.
O Uruguai produz um volume muito alto que permite exportar mais de 65% e o consumo interno é menos de um terço do que se produz. Por isso, não tem sentido falar de triangulação quando a maior parte do leite produzido no Uruguai está sendo exportado.
Marrero disse que, nos anos anteriores, não houve embargos, mas sim, atrasos nas licenças de importação por parte do Brasil. "Isso ocorreu nos anos de 2008 e 2009. Não foram mais que demoras na concretização das exportações".
"Os negócios entre o Uruguai e o Brasil não tem um teto, por isso, esse sistema é considerado melhor comparado ao da Argentina-Brasil, já que não tem um limite. Esse acordo foi negociado há três anos e foi bem sucedido para o Uruguai. Esse é o sistema que teria que ter normalmente no Mercosul, sem determinação de cotas nem embargos".
Em janeiro, o Uruguai exportou um total de 3.161 toneladas de leite em pó (3% a menos que em janeiro de 2011) e 3.068 toneladas de leite em pó desnatado (399% a mais que no mesmo mês do ano anterior). Considerando o volume total de lácteos exportados, houve um aumento de 74% com relação a janeiro de 2011.
O Brasil foi de longe o principal mercado para leite em pó desnatado uruguaio em janeiro, representando 88% das vendas totais. Em seguida, veio Cuba, com 11%. Quanto às exportações de leite em pó integral, o principal mercado foi Cuba (45%), seguido por Colômbia (42%) e, em terceiro, Brasil (9%).
A reportagem é do El Observador, traduzida e adaptada pela Equipe MilkPoint.
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