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terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

MILKPOINT

Pagamento por qualidade seria o melhor estímulo para atingir as normas de qualidade, segundo pesquisa
Em dezembro passado o MilkPoint lançou uma enquete para saber de seus leitores o que precisaria ser feito para que as normas de qualidade fossem atingidas pela maioria. O pagamento por qualidade foi o item mais citado pelos leitores, com 25% das respostas (Gráfico 1). Como as respostas eram dissertativas, foram classificadas e agrupadas para que a compilação fosse feita de forma assertiva. 

A pesquisa contou com a participação de cerca de 200 respostas de produtores e técnicos de diversas regiões do Brasil, e resposta que mais se repetiu foi a obrigatoriedade das indústrias pagarem seus produtores pela qualidade do leite, sendo uma forma de bonificar aqueles que têm o compromisso de promover um produto com baixas contagens de células somáticas e bacterianas totais, além de penalizar os que não possuem essa preocupação. "Todas as empresas deveriam fazer o pagamento por qualidade, na grande maioria a conscientização acontece pelo bolso" disse o produtor Eliziario Pedrozo.

Em segundo lugar, com 16% das respostas, aparece a necessidade de ter assistência técnica para assistir as fazendas para que atinijam as metas das normas de qualidade, como cita o agricultor Alcivan José Rodrigues de Oliveira: "é preciso assistência técnica especializada, integral e permanente".

Com 13%, aparece a preocupação em ter agentes que fiscalizem o trabalho nos laticínios, exigindo deles a comprovação de que seus produtores possuam qualidade dentro da normativa. Nesse contexto, apareceram muitos argumentos semelhantes ao do produtor Giovani Dalla Valle: "o mais importante é o trabalho de fiscalização aos laticínios, pois sempre que houver empresas que comprem leite sem qualidade adequada, o produtor não irá se sujeitar a modificar seu manejo rústico e pouco eficiente a fim de melhorar a qualidade."

Gráfico 1: O que precisaria ser feito para que as normas de qualidade fossem atingidas pela maioria?





Algumas respostas interessantes foram selecionadas e estão apresentadas abaixo:

"Acredito que uma coisa a ser feita é o cadastramento do produtor de leite diretamente com os laboratórios de análise. Esta relação direta pode ser usada para montagem de um prontuário online, que pontue de alguma forma esse produtor e, portanto, possa medir sua evolução, mesmo que ele mude de laticínio (Hugo Zardo Filho, Médico Veterinário)."

"Sugerimos que as indústrias sejam classificadas pelo poder público, através de um site; ou selo de classificação (tipo o selo usado em geladeiras para consumo de energia); ou outra forma mais inteligente que o consumidor perceba. Essa classificação se daria em função dos resultados de qualidade (CBT, CCS, inibitórios e Etc.) de coletas amostras regulares, executadas pelos próprios fiscais, em todos os caminhões de coleta ou carretas que descarregam em cada planta SIFADA por período ininterrupto de 2 a 3 dias e analisadas na RBQL. Sabemos que os critérios (pesos e valores) deverão ser desenvolvidos, mas também tudo indica que quem faz a qualidade acontecer é a indústria e quem faz a indústria agir em qualquer mercado do mundo é o consumidor; o poder público arbitra (regula); o Poder Público classifica; o consumidor escolhe; a indústria exige; a pesquisa desenvolve; o técnico assiste e produtor faz a qualidade. (Lomanto Arantes Moraes, Consultor)."

"Sugestões do Grupo de qualidade do leite da USP - Centro de Estudos sobre Qualidade do Leite da USP - QualiLeite-USP

1 - Deveriam ser mantidos os limites propostos originalmente na IN-51, de 400 mil células somáticas por mL e de 100 mil unidades formadoras de colônias por mL;
 

2 - Devem ser escritas e publicadas as "Normas de Destinação do Leite", num prazo máximo de 120 dias, com conteúdo tal que o leite não conforme não continue a ser consumido pela população, visto que hoje ele é consumido sem nenhuma implicação negativa para a saúde pública, e que este produtor não seja penalizado, porém que haja uma previsão de advertência às indústrias por estarem recebendo este leite;
 

3 - As "Normas" sejam escritas com a participação de representantes dos envolvidos no processo, com a ajuda de profissionais especialistas no assunto;
 

4 - A advertência às indústrias contenha orientação em implantar o "Programa de Melhoria da Qualidade do Leite" junto à estes produtores não conformes, já previsto na IN-51;

5 - O "Programa de Melhoria" seja acompanhado e fiscalizado pelos técnicos do MAPA;

6 - O "Programa de Melhoria" tenha metas claras para o indicador "Porcentagem de Produtores Abaixo dos Limites Previstos na IN-51". Por exemplo, uma indústria que tenha 50% de produtores abaixo de 400 mil células somáticas por mL deve, num prazo de um ano, atingir 60%, dois anos 70%, três anos 80%, quatro anos 90%, cinco anos 95% e seis anos 97%;
 

7 - Se a indústria não atingir as metas previstas, que ela seja autuada.
 

Desta maneira o MAPA estaria mantendo a proposta original da IN-51, sem, no entanto, penalizar ninguém, mas contribuindo efetivamente para a melhoria da qualidade do leite. As indústrias e os produtores teriam um prazo de até seis anos para se adequarem aos limites estabelecidos. O MAPA teria um indicador concreto para verificar a eficiência do "Programa de Melhoria". Como consequência deste posicionamento, haveria implicações sociais positivas, com desdobramentos políticos extremamente favoráveis aos atuais gestores do processo. "

"Sugiro 3 pontos:

1- Indústria: a indústria está posicionada estrategicamente na cadeia. Se o leite não melhorou com o pagamento por qualidade, é porque a diferenciação sinalizada ao produtor pela indústria não foi suficiente para estimulá-lo a investir. Grande parte do problema está na indústria; os EUA, que tem legislação atual equivalente à nossa IN51 em CCS, classifica por qualidade o leite em tipo A (leite fluido e queijos moles) ou tipo B (queijos duros e leite em pó). Aqui temos 90% do mercado fluido em longa vida, que só "sobrevive" a esta vida longa a custa de estabilizantes, ao contrário do resto do mundo. Porque não estimular a indústria a retirar esse estabilizante do fluido e direcionar o leite não conforme para pó ou queijos de massa cozida? Segregar leite é o primeiro recurso da evolução; a indústria que lançar o primeiro longa vida sem estabilizantes vai iniciar esse processo.
 

2- Legislação: uma forma de iniciar uma evolução gradual da normatização seria criar sanções aos não conformes na legislação atual (IN51 em vigor) desde já e adiar as novas regras.
 

3- Melhoria da qualidade: acredito no que disse a Dra Pamela Ruegg quando perguntada por que os EUA tem baixa CCS e nós não temos: "Enquanto os produtores não forem obrigados a descartar vacas com CCS alta, ninguém vai fazê-lo por livre e espontânea vontade". Para fazer isso, precisamos iniciar um programa com bom senso, misto da aplicação gradual da legislação com estímulo comercial por qualidade diferencial. (Roberto Jank Jr., Produtor)."

Mesmo com a prorrogação dos prazos para os novos padrões de qualidade do leite por meio da IN62, o assunto ainda está em debate. E é de consenso geral que um trabalho de qualidade do leite só será efetivo se tiver participação de todos os elos da cadeia e com isso as responsabilidades estarão compartilhadas.
FONTE: MILKPOINT

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