EUA: baixa no rebanho bovino causa maiores preços de carne
Os produtores dos Estados Unidos estão bastante cientes sobre o que aconteceu com o gado e com os preços da carne no ano passado. Agora, a queda reportada no rebanho bovino norte-americano resultará em inflação nos preços da carne.
Como reportado na semana passada pelo relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) que registrou o rebanho bovino do país em 10 de janeiro de 2012, o rebanho do país está em seu menor nível desde 1952 (veja matéria relacionada aqui). Os produtores começaram a reter mais novilhas para cria, o que eventualmente poderá levar a uma mudança na tendência. Porém, a remoção dessas fêmeas para engorda significará que a produção de carne bovina dos Estados Unidos cairá ainda mais antes de começar a crescer.
Um artigo do USA Today nota que os preços varejistas da carne bovina projetados pelo USDA, que atualmente estão em níveis recordes, aumentarão em 4% a 5% nesse ano. O artigo cita o consultor econômico da Drovers/CattleNetwork, John Nalivka, da Sertling Marketing, dizendo que os preços da carne poderão aumentar ainda mais rápido, em até 10% nesse ano. Ele também disse que a medida que os preços do boi aumentaram para recordes, os frigoríficos absorveram perdas significantes, à medida que os preços atacadistas não acompanharam esse aumento. Os varejistas também resistiram em repassar todos esses maiores custos da carne aos consumidores.
Ainda, os preços varejistas para carne bovina “Choice” e todas as carnes frescas alcançaram novos recordes em dezembro, de acordo com um relatório do USDA divulgado na semana passada. O relatório cita o preço médio varejista da carne bovina “Choice” para dezembro como US$ 5,02 por libra (US$ 11,06 por quilo), mais que os US$ 5,00 por libra (US$ 11,02 por quilo) de novembro. Pelo quarto mês consecutivo, o preço desse tipo de carne apresentou aumentos nominais.
O papel das exportações de carne bovina nos maiores preços do boi e da carne dos Estados Unidos é visível, mas a demanda doméstica também tem se mantido surpreendentemente bem. O economista da Universidade de Missouri, Ron Plain, disse que, baseado em dados preliminares, a demanda por carne bovina aumentou 4% em dezembro e 1% em todo o ano de 2011. A demanda por carne bovina caiu em 2008, 2009 e 2010, principalmente devido à crise econômica.
A contínua inflação nos preços varejistas da carne bovina, entretanto, eventualmente poderá ameaçar a demanda doméstica e internacional por carne bovina dos Estados Unidos, resultando em perda de participação de mercado para outras proteínas ou para outros exportadores de carne bovina. Para avaliar essas ameaças, a Drovers/CattleNetwork lançará nessa semana o site MoreCowsNow.com, uma iniciativa que visa fornecer aos produtores ferramentas e informações para expandir de forma efetiva em termos de custo seus rebanhos.
Felizmente, o relatório da semana passada mostrou uma leve mudança na tendência de liquidação de longo prazo nos números de bovinos dos Estados Unidos, com o número de novilhas de reposição aumentando 1% com relação ao ano anterior. Esse aumento sugere que os produtores em áreas com umidade adequada começaram a responder aos sinais de mercado para expandir seus rebanhos ou vender novilhas de reposição, que ganharam um valor considerável recentemente.
A lista do número de novilhas de reposição de corte estado por estado dos Estados Unidos do relatório reflete as diferenças regionais na precipitação e nas ofertas de forragem durante 2011. As novilhas de reposição de Oklahoma caíram 15% e os dados do Texas mostram uma queda de 10%. Em contraste, as novilhas de reposição de corte aumentaram em 29% em Colorado, 17% em Iowa, 18% em Nebraska, 14% em South Dakota e 18% em Wyoming.
Se as condições climáticas permitirem, a tendência em direção a mais retenção de novilhas deverá continuar e acelerar nos próximos anos. Até que um número significante dessas novilhas adicionais produzam bezerros e esses alcancem pesos de mercado, os números de bezerros e bois para engorda permanecerá estreito. Os preços para todas as classes de bovinos deverão continuar altos, bem como os preços varejistas da carne bovina.
A reportagem é da Drovers, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.
Por favor se puder, coloque um link para o BeefPoint
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