CPI da Petrobras
ouvirá sindicalista sobre segurança nas plataformas
O presidente do Sindicato dos
Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF), José Maria Rangel, é o próximo
a ser ouvido pela CPI do Senado que investiga irregularidades na Petrobras. O
representante dos trabalhadores vem denunciando falhas de segurança em
plataformas de exploração de óleo e gás da estatal brasileira e dará
explicações ao parlamentares nesta quarta-feira (9), a partir das 10h15. O tema
é um dos eixos de atuação da comissão de inquérito, que investiga também
denúncias de corrupção na empresa e de superfaturamento na construção de
refinarias.
Segundo o Sindipetro-NF, a plataforma
P-62 foi lançada ao mar, na Bacia de Campos, em janeiro deste ano, ainda sem
estar concluída e sem todos os equipamentos de segurança necessários. Do tipo
FPSO (navio que produz, armazena e transfere óleo), a P-62 está a 125
quilômetros da costa e tem capacidade para produzir 180 mil barris e 6 milhões
de metros cúbicos de gás por dia.
Em maio, a unidade chegou a ser
interditada por uma semana, pela Agência Nacional de Petróleo (ANP), conforme
explicou à CPI a presidente da agência reguladora, Magda Chambriard:
- A ancoragem provisória da plataforma
tinha 15 linhas tensionadas em vez das 21 previstas no projeto e não havia
análise indicando que essa situação não trazia risco de rompimento do riser
[tubo que vem do poço e traz a produção para a plataforma] - explicou.
Abreu e Lima
Também na quarta-feira (9), os senadores
ouvirão Glauco Colepicolo Legati, gerente-geral de Implementação de
Empreendimentos da Petrobras, sobre a construção da refinaria de Abreu e Lima,
em Pernambuco.
Alvo de investigação do Tribunal de
Contas da União (TCU), a refinaria, que teve custo inicial estimado de US$ 2,5
bilhões, em 2005, deve ser concluído até o fim de 2014, com três anos de
atraso, por US$ 18 bi.
Já ouvido pela CPI, um dos acusados pelo
superfaturamento na obra, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo
Roberto Costa disse que a empresa errou ao divulgar dados preliminares
relativos ao custo do empreendimento.
- Não houve má-fé. Houve o erro de
divulgar um dado extremamente preliminar. Um dado divulgado na hora errada e de
forma errada - afirmou, referindo-se aos US$ 2,5 bilhões.
Paulo Roberto Costa foi preso em março
na Operação Lava Jato, chegou a ser solto, mas voltou a cumprir prisão
preventiva em junho.
FONTE:
AGÊNCIA SENADO
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