OPERAÇÃO
PELARGÓS
ILHÉUS-BA - A Polícia Federal deflagrou
hoje (18/07/2013) a OPERAÇÃO PELARGÓS, visando o combate de desvios de recursos
públicos conveniados a fim de atender o Programa Nacional de Apoio ao
Transporte Escolar nos anos 2009/2010, no município de Ilhéus. O valor total
dos contratos ultrapassa a cifra de dois milhões de reais.
PELARGÓS significa “cegonha” em grego,
ave que, segundo a lenda, transporta com carinho e cuidado as crianças
entregando nos lares quando do nascimento, daí a relação com o objeto da investigação,
uma vez que as licitações fraudadas versavam sobre transporte escolar.
A fraude consistiu, basicamente, no uso
de empresas “laranjas” com o objetivo de participar de processos licitatórios
de forma fraudulenta, de modo que quem efetivamente prestaria o serviço seria a
empresa pertencente ao grupo criminoso. Em contrapartida, pelo menos duas
campanhas políticas foram beneficiadas com verbas da quadrilha.
Não obstante as fraudes no processo de
escolha da empresa vencedora, foram comprovadas a participação de um
ex-vereador e do ex-prefeito do município de Ilhéus no período de 2009/2012,
tendo estes políticos recebido doações de campanha de uma das empresas
envolvidas. Os irmãos do ex-vereador, inclusive, já constaram na folha de
pagamentos de uma das empresas.
Outro fato digno de registro é que os
ônibus utilizados pela empresa prestadora do serviço de transporte não atendia
à legislação de trânsito não possuindo sequer pedido de alvará (uma vez que
contavam com a conivência da Administração Municipal à época), principalmente
no tocante aos itens de segurança e os motoristas credenciados não tinham o
curso específico atinente ao transporte escolar. Dessa forma, durante todo o
período as crianças transportadas estavam expostas a perigo de acidentes com
eventual risco de morte.
Os investigados estão sendo acusados dos
crimes previstos no art. 1º, III do Decreto-lei nº 201/67, arts. 89 e 90 da Lei nº 8.666/93 em
concurso com o art. 288 do Código Penal Brasileiro (formação de quadrilha). As penas
somadas podem chegar a 20 anos de prisão.
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