Propostas da
reforma política somente terão validade a partir de 2016
Grupo de trabalho se reunirá todas as quintas-feiras
a partir das 9 horas. No início de agosto, haverá duas audiências públicas para
ouvir representantes da sociedade civil.
O coordenador do Grupo de Trabalho da
Reforma Política, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), afirmou nesta
quarta-feira, após a primeira reunião do colegiado, que todas as propostas
discutidas pelo grupo e que forem aprovadas pela Câmara e Senado só valerão a
partir de 2016. Segundo ele, se as propostas tivessem como objetivo valer já
para o próximo ano, esse fato poderia dificultar a discussão.
“O que nós vamos aprovar de reforma
política mais profunda vai valer para 2016 e 2018. Algumas questões nós podemos
experimentar em 2016, e vermos se podem ser ampliadas ou modificadas para
2018”, destacou Vaccarezza. “O adiamento da validade das propostas servirá para
distender os conflitos políticos motivados pelos interesses individuais dos
parlamentares”, ressaltou.
O deputado Miro Teixeira (PDT-RJ), que
participa do colegiado, cobrou o pleno funcionamento do grupo de trabalho
durante o ‘recesso branco’ do Congresso (nas duas próximas semanas) para que
fosse dado um “exemplo”, já que o grupo se propõe a reformar a política
brasileira.
“Constitucionalmente, não poderia haver
recesso sem a redação da Lei de Diretrizes Orçamentárias [LDO]”, lembrou Miro.
“Devemos dar o exemplo, pois o que está acontecendo [o recesso] é uma burla à
Constituição”, acrescentou o deputado.
Portal no
e-Democracia
Em resposta ao deputado do Rio de
Janeiro, Vaccarezza afirmou que o colegiado não poderia funcionar formalmente
nas próximas semanas por conta do recesso da Câmara. O coordenador afirmou, no
entanto, que ficará em Brasília no período, pronto para receber sugestões dos
deputados e trabalhando e na formatação do portal na internet que acolherá
sugestões “dos cidadãos brasileiros em qualquer ponto do País e no mundo”. O
portal ficará hospedado no e-Democracia, na página da Câmara.
Vaccarezza informou também que o grupo
de trabalho se reunirá todas as quintas-feiras, a partir das 9 horas da manhã.
Ele acrescentou que haverá uma reunião de trabalho interna no dia 31 de julho e
que nas reuniões seguintes, nos dias 8 e 15 de agosto, ocorrerão audiências
públicas com entidades da sociedade civil como centrais sindicais, igrejas,
Confederação Nacional da Indústria (CNI), o Movimento de Combate à Corrupção
Eleitoral, entre outros.
Já no dia 22 agosto, haverá uma reunião
do grupo de trabalho para os deputados debaterem que tipo de proposição
legislativa – projeto de lei, proposta de emenda à Constituição – será
apresentada para a definição das novas regras da reforma política.
Esperança e ceticismo
Durante a primeira reunião do grupo, os
deputados demonstraram um misto de esperança e ceticismo em relação ao sucesso
da comissão em apresentar e aprovar em Plenário uma proposta de reforma
política. Vários lembraram o recente relatório sobre o assunto elaborado pelo
deputado Henrique Fontana (PT-RS), que trabalhou por dois anos no tema e não
conseguiu sua aprovação em Plenário.
Um deles foi o deputado Sandro Alex
(PPS-PR). “Estivemos reunidos ao longo de dois anos, inclusive em inúmeras
capitais do Brasil [durante audiências públicas regionais realizadas pela
antiga comissão especial da reforma política]. Estaremos em total descrédito se
não conseguirmos levar uma proposta a plenário”, afirmou.
A deputada Luiza Erundina (PSB-SP), que
foi incluída hoje no colegiado como representante da bancada feminina, lembrou
que este é o quarto grupo que ela participa sobre reforma política. “Temos que
vir com ânimo e com a disposição de fazer mais um esforço para que as
frustrações passadas não se repitam”, disse.
Os deputados que
compõem o grupo
Além de Vaccarezza, o grupo é composto
por Ricardo Berzoini (PT-SP), Marcelo Castro (PMDB-PI), Marcus Pestana
(PSDB-MG), Guilherme Campos (PSD-SP), Esperidião Amin (PP-SC), Luciano Castro
(PR-RR), Rodrigo Maia (DEM-RJ), Júlio Delgado (PSB-MG), Miro Teixeira (PDT-RJ),
Antonio Brito (PTB-BA), Leonardo Gadelha (PSC-PB), Manuela D’Ávila (PCdoB-RS),
Sandro Alex (PPS-PR) e Luiza Erundina (PSB-SP).
FONTE: AGÊNCIA CÂMARA DE NOTÍCIAS
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