Colômbia busca
recuperar compradores de café e conquistar mercados
Os cafeicultores da Colômbia lutam para
recuperar o terreno perdido, enquanto buscam novos mercados para colocar sua
produção, que esse ano chegará a 10 milhões de sacas de 60 quilos, disse o
gerente da Federação Nacional de Cafeicultores.
A Colômbia sofreu em 2012 sua pior
colheita em mais de três décadas – 7,74 milhões de sacas -, devido a um plano
de renovação de cultivos e fortes chuvas que não deixaram cumprir com suas metas
nos últimos quatro anos.
Muitos compradores tradicionais de café
da Colômbia buscaram novos fornecedores em países centro-americanos e inclusive
alguns da América do Sul, como Equador e Peru.
“Vemos que a cafeicultura
centro-americana tem um gravíssimo problema de envelhecimento”, disse o gerente
da Federação, Luis Genaro Muñoz no Fórum da Reuters sobre Investimentos na
América Latina, estimando que o envelhecimento junto com a ferrugem poderiam
afetar até 3 milhões de sacas centro-americanos. “Aqui, haverá um espaço de
mercado interessante que obviamente vamos conquistar”.
Muñoz confiou que o país alcançará a
meta de produção de 10 milhões de sacas esse ano para começar a aumentá-la à
medida que o mercado demande e anunciou um aumento da fertilização de cultivos
para obter uma alta produtividade.
A Colômbia consome atualmente cerca de
350.000 toneladas de fertilizantes por ano e a meta é elevar isso para 500.000
toneladas, com uma redução dos preços dos químicos, disse Muñoz.
Ele prognosticou uma recuperação dos
preços pela menor oferta esperada dos países centro-americanos, uma
oportunidade que não deixarão passar os cafeicultores colombianos. “Estamos
trabalhando para voltar aos países que foram tradicionalmente consumidores de
café da Colômbia e que, em alguma proporção, variaram sua mistura como
consequência da queda da produção e dos preços relativamente bons ou dos preços
superiores que os arábicas tiveram”.
A Colômbia conta atualmente com mais de
938.000 hectares cultivados de café, dos quais 650.000 estão renovados,
tecnificados e resistentes à ferrugem. Mais de 566.000 famílias derivam seu
sustento da produção de café nesse país sul-americano e vem enfrentando os
baixos preços internos, a valorização da moeda e uma queda nas cotações
internacionais.
Os principais mercados do café
colombiano são Estados Unidos e Europa, mas o país está abrindo espaço em
continentes como a Ásia.
Muãnoz anunciou que o processo de
expansão de Juan Valdez, uma reconhecida marca que tem 172 lojas na Colômbia e
43 no exterior, continuará com abertura no Peru, Equador, México e no estado
norte-americano da Flórida. Inclusive, as lojas chegarão ao Oriente Médio, com
pontos de venda em Dubai e Kuwait. Somente no Peru esse ano está prevista a
abertura de 15 lojas e um número similar em 2014.
A reportagem é da Reuters, traduzida e
adaptada pelo CaféPoint.
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