Centro de
Controle de Zoonoses faz prevenção contra a leishmaniose
Um projeto do Centro de Controle de
Zoonoses de Itabuna – CCZ em parceria com o curso de Medicina Veterinária da
Universidade Estadual de Santa Cruz – UESC está fazendo testes gratuitos e
levantando índices de leishmaniose no município. Os testes realizados pelo CCZ são estratégia
para combater a doença, que é um dos problemas mais graves de saúde pública no
Estado. Os kits para os testes são distribuídos pela Secretaria de Saúde da
Bahia – Sesab que faz um acompanhamento anual, mas em 2013, com a parceria
entre o CCZ e a UESC, esse acompanhamento foi aprofundado.
O secretário da Saúde, Renan Araújo,
afirma que esse é um projeto importante, pois une o ensino com a assistência a
população e é dessa maneira que o SUS deve funcionar. “Os animais atendidos no
CCZ passam por esse diagnóstico e o estudo oferece condições de termos um
controle maior da doença em nosso município” disse. A médica veterinária do CCZ
Sonia Lopo explica que as pessoas podem levar seus cães para fazer o teste
gratuito. “Quem tem um cão que apresente feridas que não se curam com remédios para
sarna, deve investigar”. Ela conta que se esse teste fosse feito em laboratório
particular custaria em média R$ 200,00.
Os testes são feitos por Sonia Lopo e
Samir Hage, médicos veterinários do Centro de Controle de Zoonoses, e depois
são enviados para a UESC onde é feito o teste sorológico, que detecta
anticorpos e identifica se o animal já teve contato com o parasita e, quando
necessário, o teste molecular que detecta o DNA do parasita. Com 37 testes
realizados de janeiro a maio, o índice já chega a 30% da população de animais
do CCZ de Itabuna. Sonia Lopo esclarece que “esse percentual ser alto é normal
dentro da população do Centro, porque estão aqui àqueles animais que as pessoas
não querem, estavam doentes ou os donos desistiram deles”.
A doença é comum nos cães, mas também
atinge humanos e pode levar a óbito. Na região Sul do Estado a transmissão
ocorre através do mosquito de palha, que pica um animal infectado e depois as
pessoas. A veterinária do CCZ destaca a importância de os animais passarem pelos
testes, principalmente para que não sejam adotados doentes e as pessoas corram
o risco de se contaminar. “Cidades
próximas a Itabuna apresentam índices altos de positividade da leishmaniose em
humanos. Então, nós temos que monitorar constantemente porque nossa população
de cães é muito grande e nosso clima é apropriado para a proliferação do
mosquito” explicou Sonia Lopo.
Existem dois tipos de leishmaniose: a
visceral, que é a mais perigosa, pois não tem lesões externas e ataca o fígado
e o baço; e a tegumentar, que apresenta lesões na pele que muitas vezes são
confundidas com sarna. Os testes realizados no Centro de Controle de Zoonoses –
CCZ são específicos para o diagnóstico da leishmaniose visceral, com o
resultado sendo conhecido em 15 minutos. Nos cães diagnosticados com a doença,
a recomendação é a eutanásia, pois só há tratamento para humanos e quando o
tratamento é feito em um animal corre o risco de criar um parasita resistente
ao tratamento.
Nenhum comentário:
Postar um comentário