Juízes federais pedem segurança
e reajuste salarial
A ameaça de que são vítimas juízes federais e suas famílias em decorrência de suas decisões contra o crime organizado foi tema de audiência pública na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) na tarde desta quarta-feira (13). O presidente da Associação dos Juízes Federais (Ajufe), Gabriel de Jesus Tedesco Wedy, pediu atenção dos senadores ao PLC 03/10, que está pronto para ser votado em Plenário, e trata de algumas das principais reivindicações da magistratura federal.
A proposta cria um colegiado de juízes para decidir questões referentes a delitos praticados por organizações criminosas. Hoje essas decisões são dadas pelos juízes individualmente, o que os torna vulneráveis a retaliações criminosas. A proposição também autoriza os tribunais a reforçarem a segurança dos prédios da Justiça, com controle de acesso, instalação de câmeras de vigilância e de detectores de metais.
Foi de Raquel Corniglion o depoimento mais emocionado da audiência. A juíza contou como precisou deixar sua casa, entregar o filho mais velho a um casal de amigos e mudar-se com o marido e o filho caçula para a casa de uma servidora do Poder Judiciário como forma de se proteger das ameaças de criminosos. Raquel foi avisada pela Polícia Federal à época de que havia um plano de ataques a Campo Grande, semelhantes aos ocorridos em São Paulo em 2006, e que ela seria um possível alvo dos bandidos. Até que a investigação fosse concluída, o que durou quase um mês, a juíza teve a rotina alterada completamente.
- Juízes são seres humanos, pais, mães que vão proteger suas famílias. O crime organizado sabe disso. É preciso que algo seja feito para que possamos fazer nosso trabalho de forma independente, sem pressões ou ameaças, declarou a juíza.
Depois de Raquel Corniglion, coube ao presidente da Associação dos Juízes Federais do Rio Grande do Sul (Ajufergs), José Francisco Andreotti, falar de um tema que ele classificou como "antipático": o reajuste salarial dos magistrados. Os juízes estão na luta pela aprovação do PL 7749/2010, que aumenta subsídios dos ministros do Supremo Tribunal Federal e, por escalonamento, reajusta também os salários dos juízes em 14,78% - passando de mais de R$ 26 mil para cerca de R$ 30 mil.
- Corremos o risco de a remuneração da magistratura deixar de ser o teto para virar o piso do serviço público. Além disso, o Brasil é o único país ocidental em que os juízes federais ganham menos que os integrantes do Ministério Público, afirmou Andreotti.
No dia 27 de abril, os juízes federais farão uma paralisação para pressionar pelo reajuste. Na data, o Judiciário apenas decidirá casos de emergência.
FONTE: Agência Senado
NOTA DO EDITOR:
O picadeiro do “Circo” Brasil continua movimentado e em evidência. Os nobres senadores, representantes e eleitos pelo voto do povo, fizeram a maior balburdia para que o salário mínino do sofrido trabalhador brasileiro não chegasse ao mísero patamar de R$ 600,00 reais, alegaram que se fosse concedido esse valor o país apresentaria um “rombo” nas contas públicas.
Quanto ao quesito segurança, evidentemente que concordamos.
Impressionante, agora os magistrados querem que seus salários, pagos através dos sacrificados impostos que são taxados, imputados e descontados do pobre e honesto trabalhador brasileiro, passe a ser de R$ 30.000,00 (trinta mil), reais, ou seja, um aumento de R$ 4.000,00 (quatro mil) reais que alcança um percentual de 14,78%. O assalariado brasileiro tem que trabalhar mais de sete meses para totalizar esse valor.
Perguntamos: porque as Associações de Magistrados de todo o país não se manifestaram em prol de um aumento maior para o trabalhador brasileiro? Pois é, simplesmente cruzaram os braços e, como a estatua que o representa, ficaram “cegos”.
Afinal, Magistrado é um servidor público ou não?
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