CARTA DO LEITOR

O SIGNIFICADO ESQUECIDO DA SEMANA SANTA

Foram-se os tempos de menino, onde a Semana Santa era verdadeiramente de “santidade”. Começava com as procissões pelas ruas da cidade, levando a imagem do Cristo carregando a cruz, se detendo na casa de algum paroquiano para, em sinal de devoção e fé, lembrar em cada estação o caminho do Calvário que Jesus percorreu. Os fieis ajoelhados rezavam contritamente. Isto se repetia todos os dias da semana, até a sexta feira da paixão onde a imagem do Cristo Morto saía da catedral e dava a volta nas principais ruas da cidade. A multidão acompanhava num silencio respeitoso que somente  era interrompido pela voz do padre no megafone rezando parte do Pai Nosso e Ave Maria sendo completado pelos fieis ao uníssono. É claro que desde tenra idade fomos ensinados pela nossa mãe, tia ou avo, sobre quem era Jesus, sua missão, sua paixão (preferiria dizer SEU AMOR), morte e ressurreição. Também aprendíamos desde tenra idade a rezar. Éramos instruídos espiritualmente e soubemos que existia um Deus e suas Leis e sabíamos diferenciar o certo do errado. Enfim, fomos ensinados ética e moralmente a não fazer mal ao próximo. Esta educação religiosa vinha principalmente, repito, pelos nossos pais, pela escola, (quem tirou a educação religiosa das escolas?) e depois pela catequese antes da primeira comunhão. Isto como cristãos e católicos. DAQUELA ÉPOCA!

HOJE EM DIA, as coisas mudaram. E como! As maiorias das crianças desta geração sabem de cor e salteado o Hino do Clube de Futebol do pai, quem é o atacante do time. Aprende desde pequeno a dizer palavrões, fazer gestos obscenos e até ameaçar seus professores, seus próprios progenitores, e por ai vai. É raro achar uma criança cristã de sete anos de idade que saiba rezar alguma coisa. As mães que deveriam ter a responsabilidade da instrução espiritual do filho argumentam que não tem tempo, que chegam cansadas do trabalho. Mas tem tempo para ficar grudadas na TV junto com o menor que também acaba aprendendo as malandragens que passam todo dia nas telenovelas da globo.

Pergunto-me: POR QUE NOS ESQUECEMOS DE GUARDAR A TRADIÇAO CRISTÃ E DE ENSINAR AOS NOSSOS FILHOS O VERDADEIRO SIGNIFICADO DA SEMANA SANTA? Estes dias que deveriam ser de oração e de recolhimento espiritual, se torna uma festa de “feriadão” onde quem pode vai pra praia a “descansar” ou  farrear, (como se no Brasil não existissem feriado demais!) O Pessoal já diz: “Feliz feriado”, como se estivéssemos no Natal, ou “feliz páscoa”, já se preparando para o “sacrifício” de  comer um banquete de bacalhau e vinho (para o rico) ou de peixe e cerveja (para o quem não pode) na sexta feira, e  se “empanturrar” de chocolate no Domingo, Mas quase, (e digo, quase porque sei que existem cristãos que “guardam” pelo menos a sexta feira santa,) NINGUEM NA FAMILIA ENSINA QUE, O QUE SE RECORDA NESTA DATA, É O SOFRIMENTO DE JESUS, O CRISTO, QUE SE OFERECEU PARA SER SACRIFICADO NA REDENÇÃO DOS NOSSOS PECADOS! A maioria, desde o mais rico ao mais pobre, já esta procurando ovos de chocolate para comemorar a Páscoa, num desvairado ato de consumismo pregado pela mídia e a tradição materialista. Aliás, alguém poderia me dizer o que tem a ver na cultura cristã- brasileira ovos de chocolate e coelhinho com a Ressurreição do Cristo? Eu admiro as outras religiões onde os pequenos são ensinados a guardarem a tradição espiritual do seu Profeta, Líder ou Mentor Espiritual e que pelo menos uma vez ao ano rememoram ou guardam as datas do seu Messias ou Enviado Divino, seja ele chamado de Buda, Krishina, Moisés, Baháú´lahh, Allan Kardec, e tantos outros. Está na hora de nós, ditos “cristãos,” aprendermos com as outras religiões a guardar a tradição da nossa fé, e, junto aos nossos filhos, (pelo menos na semana santa) relembrar a vida, AMOR ( a crucifixão foi um ato de amor e não de paixão) morte e ressurreição do “maior herói da nossa historia, Mestre dos Mestres, JESUS o CRISTO!

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