Conselhos de
engenharia podem reforçar fiscalização de obras públicas
Para evitar a interrupção de obras
públicas e o desperdício dos recursos aplicados, a Comissão de Meio Ambiente,
Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA) poderá aprovar projeto que
obriga o Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea) a
apresentar relatório anual sobre a situação de obras realizadas com recursos
públicos que estejam atrasadas ou paralisadas.
O relatório anual, com a discriminação
das obras interrompidas, ajudará no trabalho já realizado por órgãos de
controle externo e interno da União. O projeto (PLS 58/2008), do senador
Fernando Collor (PTB-AL), prevê que o Confea envie o relatório até o 31 de
dezembro de cada ano às comissões de Fiscalização e Controle da Câmara e do Senado,
ao Tribunal de Contas da União (TCU), à Controladoria-Geral da União (CGU) e ao
Ministério Público.
O conselho fará o levantamento com base
em informações prestadas pelos Conselhos Regionais de Engenharia, Arquitetura e
Agronomia (Creas), órgãos responsáveis pela fiscalização das obras in loco.
O relator da matéria na CMA, senador
Eduardo Amorim (PSC-SE), acatou emendas aprovadas durante a tramitação da
matéria na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) e apresentou
novos ajustes à proposta.
Ele sugere, por exemplo, que o
descumprimento do envio de relatório até a data estabelecida sujeitará o
presidente do Confea à suspensão temporária do exercício profissional, por
período que pode variar de dois a cinco anos. A penalidade contida no projeto
original, de multa de 0,1% do valor das obras paralisadas, foi excluída por
Amorim.
O texto em votação na CMA determina que
conste do relatório anual obras públicas inacabadas e paralisadas realizadas
com participação financeira da União e listadas em cadastro geral a ser mantido
pelo governo. As obras devem estar em pelo menos uma das seguintes situações:
ter recebido Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) pela paralisação; estar
com atraso de mais de 18 meses, mesmo sem ART; ou reunir evidências que levem o
encarregado pela vistoria a concluir que está paralisada.
Abandono
Para Fernando Collor, as irregularidades
constatadas pelo TCU nas obras públicas representam “uma chaga” que resulta em
um prejuízo de bilhões de reais para a sociedade brasileira. Ele se diz
particularmente preocupado com obras abandonadas e com poucas chances de serem
retomadas.
Na opinião do autor do projeto, falta
fiscalização in loco, capaz de verificar o problema na obra e prever ações
corretivas. Para ajudar na solução, ele aponta a capilaridade do sistema
Confea/Crea e sua capacidade de incorporar, entre as atribuições já previstas
em lei, o papel de fiscalização e coleta de informações sobre obras de
engenharia realizadas no país.
Fonte: Agência Senado
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