Peças dos
séculos XVII, XVIII e XIX são resgatadas pelo IPAC na Igreja do Pilar
Confessionários em madeira, banquetas
para apoio de objetos litúrgicos (sagrados) e tocheiros esculpidos na madeira,
pertencentes à Igreja do Pilar, situada no bairro do Comércio, em Salvador,
estão sendo restaurados pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural
(IPAC). De acordo com o diretor geral do IPAC, João Carlos de Oliveira, as
peças são originárias dos séculos XVII, XVIII e XIX e estão passando por
processo de conservação e restauro. O IPAC é vinculado à Secretaria de Cultura
do Estado da Bahia (SecultBA).
“Com essas ações estamos resgatando
aspectos estéticos e históricos da época da cada peça”, explica João Carlos. O
confessionário é um elemento clássico das instituições católicas, onde os
adeptos fazem confissões sentadas ou ajoelhadas à peça. Segundo a equipe do
IPAC os confessionários não se encontravam em uso e devem datar do século XVII.
A equipe está formada por 16 profissionais. “Foram sete marceneiros, seis responsáveis
pela recomposição de elementos pictóricos, uma responsável técnica e técnicos
auxiliares”, comenta o diretor do órgão estadual.
O diretor do IPAC lembra que as ações
estão sendo feitas em parceria com a irmandade da igreja do Pilar. “Devido a contingenciamentos
deste ano, contamos com a colaboração de todos os locais onde fazemos obra”,
diz João Carlos. Prefeituras de Xique Xique em Banzaê, irmandades do Rosário
dos Pretos e do Pilar, são alguns exemplos das parcerias com IPAC. No caso do
Pilar, a irmandade está cedendo transporte.
RAROS – A coordenadora de Restauro de
Elementos Artísticos (Cores) do IPAC, Kathia Berbert, destaca que esses
confessionários são raros e dos poucos exemplares desse período existentes no
Brasil. Resgatados em mal estado de conservação, os confessionários são
policromados em tons azulados.
Já a restauração das banquetas está
sendo finalizada. “Elas eram utilizadas nas laterais dos altares, servindo de
suporte para elementos de celebração, chamados de alfaias, como os cálices, as
patenas, os ostensórios e os turíbulos” Explica Kathia Berbert. Em geral essas
peças eram confeccionadas em prata e ouro, decoradas artesanalmente, lavradas,
buriladas e cinzeladas. Cerca de 24 tocheiros em madeira também estão em
processo de restauro.
ESPANHÓIS – AIgreja do Pilar foi
construídanos séculos XVII e XVIIIao sopé da encosta, que divide as Cidades
Alta e Baixa, em Salvador. Os recursos vieram da comunidade da cidade, com
participação de imigrantes espanhóis. A edificação é tombada pelo
IPHAN/Ministério da Cultura como Patrimônio do Brasil e apresenta influências
do barroco, rococó e neoclássico.
“Esses restauros exigem delicadeza,
sensibilidade e técnica dentro dos parâmetros científicos”, alerta a
coordenadora do IPAC, Kathia Berbert. São usados pincéis extremamente finos
(pelo de Marta) e técnicas de reintegração, como o rigattino, pontilhismo e
trateggio, dentre outros. “Quem define o tempo de duração do trabalho sãoas
próprias peças, dependendo do estado de conservação, das intervenções e
obedecendo a um diagnóstico e um projeto de restauro”, explica.
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