PEC propõe
unificação das eleições no país a partir de 2022
Proposta de Emenda à Constituição com o
objetivo de unificar as eleições no país foi apresentada no dia 19 de dezembro
pelo senador Romero Jucá (PMDB-RR). De acordo com a proposição, a partir de
2022 os eleitores poderão votar no mesmo dia para os cargos no Executivo
(prefeito, governador, presidente da República) e no Legislativo (vereadores,
senadores, deputados estaduais e federais). Hoje, são realizadas eleições a
cada dois anos, alternando-se eleições municipais com eleições para cargos
estaduais e federais.
Para fazer coincidir os pleitos numa
única eleição geral, realizada a cada quatro anos, vereadores e prefeitos
eleitos em 2016 terão mandatos de seis anos, em vez dos quatro anos atuais,
caso a proposta (PEC 71/12) seja aprovada.
Além de diminuir os custos com o
processo eleitoral, Jucá argumenta na justificativa da PEC que a unificação das
eleições também garantiria maior transparência para o eleitor.
“Os eleitores teriam acesso a um quadro
mais claro da realidade política, com condições de melhor formar juízo a
respeito da continuidade ou da substituição de seus representantes”, justifica
o parlamentar.
Alianças
O senador por Roraima acrescenta que a
proposta, se aprovada, evitaria que os alinhamentos, acordos e pactos de governabilidade
precisem ser revistos a cada dois anos, conferindo maior estabilidade política.
“Emergiria da eleição geral única um
quadro político estável por todo o quadriênio seguinte. Todos os atores teriam
clareza a respeito de suas tarefas, dos meios disponíveis e das alianças
formadas na situação e na oposição, na União, nos estados e nos municípios”,
defendeu.
A proposta ainda aguarda designação de
relator na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ).
Reforma Política
Substitutivo do senador Renan Calheiros
(PMDB-AL) à PEC 38/11 aprovado pela CCJ também prevê, entre outras medidas, uma
mesma data para realização de eleições municipais, estaduais, distrital e
federal. A proposta original foi redigida por comissão de juristas designada no
Senado para elaborar um conjunto de proposições que integram a reforma
política.
Para Renan, a coincidência das eleições
seria um "elemento motivador do entendimento entre os partidos políticos e
as lideranças municipais, estaduais e federais, em benefício do interesse
nacional". Para assegurar os direitos adquiridos pelos atuais mandatários,
a medida seria adotada apenas em 2018.
Em vez de estender os mandatos de
prefeitos e vereadores, como prevê a proposta de Jucá, a PEC 38/2011 propõe que
os prefeitos e vereadores eleitos em 2016 teriam, excepcionalmente, mandatos
mais curtos, de apenas dois anos, o que propiciaria a unificação dos pleitos a
partir de 2018.
A PEC 38/2011 também altera a data de
posse de chefes do Executivo. Pelo texto, a posse de governador será no dia 10
de janeiro e de presidente da República no dia 15 do mesmo mês, enquanto que a
posse de prefeitos ocorrerá no dia cinco de janeiro.
O texto aguarda votação pelo Plenário,
juntamente com outras propostas da reforma política que tratam da suplência de
senador (PEC 37/2011), das coligações partidárias (PEC 40/2011), da fidelidade
partidária (PLS 266/2011), e do financiamento público exclusivo de campanha
(PLS 268/2011).
Outras propostas da reforma política
Os senadores já aprovaram e enviaram à
Câmara o PLS 265/2011, que veda a transferência de domicílio eleitoral de
prefeitos e vice-prefeitos durante o exercício do mandato, e o PLS 267/2011,
que trata da cláusula de desempenho partidário nas eleições.
Foram rejeitadas pelos senadores a PEC
39/2011, que acaba com a possibilidade de reeleição para presidente, governador
e prefeito, e a PEC 41/2011, que põe fim à exigência de filiação partidária
para candidatos em eleições municipais.
Na Comissão de Constituição, Justiça e
Cidadania (CCJ), aguarda reexame a PEC 43/2011, que institui o sistema
eleitoral proporcional de listas fechadas nas eleições para a Câmara dos
Deputados. A matéria, que tramitou em conjunto com a PEC 23/11, foi rejeitada
na comissão, mas recebeu recurso para votação em Plenário. As propostas
voltaram à comissão por conta de requerimento para que tramitem em separado.
FONTE: Agência Senado
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