Novos sintomas
do ácaro e leprose em ramos novos centrais do cafeeiro
Por José Braz
Matiello
As ocorrências de problemas novos, em
lavouras de café, têm sido frequentes no campo. São sintomas ou sinais de
anormalidades, que acontecem em diferentes partes das plantas e que chamam a atenção
pela dificuldade de sua caracterização, em relação aquilo que já se conhece, da
prática ou de citação na literatura.
Aqui, se relata um tipo novo de ataque
em cafeeiros, do ácaro e da leprose, afetando os ramos novos das plantas.
A leprose é uma doença que tem se
tornado importante nas regiões e anos mais secos e quentes, sendo causada por
um vírus e transmitida pelo ácaro Brevipalpus phoenicis. Os sintomas normais,
bem conhecidos, da infecção aparecem na folhagem, através de lesões
translúcidas circulares ou acompanhando as nervuras, sendo o vírus pouco
sistêmico, dependente de transmissão pelas picadas do ácaro.
Lesões ocorrem, ainda, nos frutos, sendo
que neste caso aparecem marcas de cor de ferrugem e com aspecto deprimido e,
nos frutos maduros descolorações na casca, de forma circular. Em alguns casos
mais recentes, tem sido descritos sintomas diferenciados nos frutos, com lesões
bem pequenas e em grande número em cada fruto. Estas também ficam de cor marrom
e, ao se juntarem, chegam a tomar grande parte da superfície do fruto,
acelerando a secagem da sua casca.
Nos ramos, a condição nova de ataque
ocorre apenas na ramagem lateral, que sai internamente no cafeeiro,
constituída, principalmente, de bifurações saídas dos ramos produtivos
primários. As lesões nesses ramos são pouco visíveis, mas o sintoma final da
infecção é a seca e morte de muitos ramos da planta. Nessa situação, pode ser
que parte da morte seja devida não só à leprose em si, mas, ainda, à infecção.
O problema ocorre em seguida, com fungos oportunistas secundários, como o
Colletotrichum, favorecidos pelas machucaduras provocadas pelo próprio ácaro,
ou pela lesão da leprose.
Os novos sintomas, agora observados,
guardam relação com o ataque de leprose, pelo hábito dos ácaros transmissores
se localizarem mais dentro das plantas. O efeito secundário dos fungos pode
estar sendo facilitado pelo efeito primário por ácaros, com ou sem prévia
contaminação pelo vírus da leprose.
José Braz Matiello Macapa - AmapáConsultoria/extensão rural
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