GENOCÍDIO DOS
ÍNDIOS ÀS MARGENS DO RIO CURURUPE
Essa é a história que fala sobre o
genocídio dos índios ocorrido às margens do Rio Cururupe, no dia 26 de setembro
em 1937, relatada pela Cacique VALDELICE AMARAL DE JESUS, CACIQUE TUPINAMBÁ DE
OLIVENÇA (JAMOPOTY), e escrita por Jaborandy Tupinambá de Olivença
RELEMBRANDO A
HISTÓRIA
Em 22 de abril de 1500, colonizadores portugueses
liderados por Pedro Alvares Cabral, invadiram e se apossaram dessa nova terra que
veio a ser chamada de Brasil.
Aqui chegando, encontraram logo de
inicio habitantes de outra nação: Nossos parentes TUPINAMBÁ. Além de
desconsiderar e de desprezar os habitantes, os colonizadores europeus
praticaram atos cruéis e sanguinários como a escravização dos índios e
trouxeram doenças, condenando a maioria dos parentes a morte.
A pratica do extermínio continuou ao
longo do tempo. A ganância pelas nossas terras aumentava com o passar dos
séculos e com isso prosseguia o massacre dos índios “remanescentes” de
OLIVENÇA.
No dia 26 de setembro de 1937 aconteceu
nas margens do rio cururupe aqui em Ilhéus- Sul da BAHIA, um grande massacre
dos parentes conhecido pelos mais velhos como: A REVOLTA DO CABOCLO MARCELINO.
Neste massacre foram mortos vários
parentes, E NUNCA SE FEZ JUGAMENTO.
PARA PUNIR OS
CULPADOS.
O movimento que ficou conhecido como a
REVOLTA DO CABOCLO MARCELINO, começou em 1929,conforme se lê no texto extraído
da dissertação de mestrado da Prof Maria Hilda Paraíso, “OS INDIOS NA AREA DOS
CORONÉIS DO CACAU”. A construção da ponte sobre Rio cururupe teve reflexos graves
aos índios de Olivença… A reação dos “caboclos” de Olivença terminou por se
processar em 1929, sob o comando de Marcelino, liderança TUPINAMBÁ na época.
Argumentando a necessidade de recuperar
as nossas terras perdidas, e expulsarem os atuais ocupantes da ALDEIA.
A reação (das autoridades da época) foi
imediata, e em novembro de 1929 uma caravana de praças e de inspetores de
quarteirão deslocou-se para o cururupe iniciando a repressão aos revoltosos…
E o governo covardemente instalou a
linha Ilhéus-Olivença usando caminhões como veículos.
ASSUMINDO
COMPROMISSO
Diante do massacre do Rio cururupe,o
qual ficou conhecido “martírio” de nós Tupinambá de Olivença que hoje continua
através da fome da falta de terras para trabalhar, da ausência de politicas
publicas diferenciadas de educação, saúde ,moradia e transporte, é que nós Povo
Tupinambá de Olivença convoca, anualmente, toda a população para estarmos juntos
para dizer NÃO a tanta violência.
Índios e não-índios estão sempre juntos
nesta peregrinação, para dizer SIM ao projeto do Deus da vida que chama todos
de filhos e filhas. Vamos juntos glorificar o nome de Deus apoiando a nossa
luta justa do Povo Tupinambá de olivença pelo nosso reconhecimento étnico
cultural e pela demarcação de nossas terras.
Em todos esses anos de caminhada ao
cururupe, deixamos marcas de um povo que relembra um fato histórico de
genocídio, buscando o cumprimento dos seus diretos, mas que celebra a vida na
esperança de um País melhor e de uma sociedade mais justa.
Venha ser adubo na TERRA, onde nós
TUPINAMBÁ possamos celebrar o DEUS DA VIDA, com nosso “manto sagrado”. E que
vivamos enquanto POVO TUPINAMBÁ EM TERRAS TUPINAMBÁ.
AWERE!!!
VALDELICE AMARAL DE JESUS
CACIQUE TUPINAMBÁ DE OLIVENÇA
(JAMOPOTY)
Nenhum comentário:
Postar um comentário