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quarta-feira, 30 de setembro de 2015

SESSÃO ESPECIAL NA CÂMARA HOMENAGEIA A GREVE DOS BANCÁRIOS DE 1985

SESSÃO ESPECIAL NA CÂMARA HOMENAGEIA A GREVE DOS BANCÁRIOS DE 1985

Em homenagem aos 30 anos da greve histórica dos bancários em setembro de 1985, foi realizada ontem (28) uma Sessão Especial na Câmara Municipal de Salvador, promovida pelo vereador e bancário Everaldo Augusto (PCdoB). "A greve não surgiu de uma hora para outra, mas foi resultado da luta e resistência da categoria bancária", salientou Everaldo. "É necessário resgatar a história. Mostrar para os bancários de hoje como chegamos até aqui", afirmou.
Na sessão, estavam presentes representantes da Federação e dos sindicatos dos bancários da Bahia, Itabuna, Feira de Santana, Jequié, Irecê e Jacobina, além ex-dirigentes sindicais que tiveram participação ativa na greve de 1985 no estado.
"Naquele momento era proibido fazer greve, mas havia uma sede de liberdade. A greve dos bancários foi uma explosão de liberdade", avaliou Beraldo Boaventura, presidente do Sindicato da Bahia à época. "Queríamos fazer daquele movimento um ato de resistência. A greve foi intencionalmente política pela democracia", lembrou.
Em sua fala, Euclides Fagundes, vice-presidente do Sindicato da Bahia, também destacou a importância política da greve: "Do ponto de vista econômico da categoria foi importante, mas o maior legado mesmo foi o rompimento com o cerco da ditadura militar".
Para Emanoel Souza, presidente da Federação da Bahia e Sergipe, a primeira consequência da greve de 1985 foi a greve na Caixa, que levou ao reconhecimento dos funcionários do banco como bancário. Ele defendeu que aquele movimento sirva de inspiração para a categoria bancária atualmente, quando há necessidade de defender a democracia e os interesses dos trabalhadores. "Precisamos realizar neste ano outra greve de 1985", conclamou.
A paralisação fechou as agências em todo o país de 10 a 12 de setembro de 1985, mobilizando cerca de 500 mil bancários. Foram três dias de grande adesão à greve, que surpreendeu os banqueiros e levou a atenderem quase que integralmente as reivindicações. Após a ditadura militar, em que não havia direito à greve, os trabalhadores conquistaram um reajuste salarial foi de 89,55%.
Ao final da sessão, as entidades sindicais e os bancários que tiveram atuação destacada na greve de 1985 foram homenageados.

(FEEB BA/SE)

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