SESSÃO ESPECIAL
NA CÂMARA HOMENAGEIA A GREVE DOS BANCÁRIOS DE 1985
Em homenagem aos
30 anos da greve histórica dos bancários em setembro de 1985, foi realizada
ontem (28) uma Sessão Especial na Câmara Municipal de Salvador, promovida pelo
vereador e bancário Everaldo Augusto (PCdoB). "A greve não surgiu de uma
hora para outra, mas foi resultado da luta e resistência da categoria
bancária", salientou Everaldo. "É necessário resgatar a história.
Mostrar para os bancários de hoje como chegamos até aqui", afirmou.
Na sessão,
estavam presentes representantes da Federação e dos sindicatos dos bancários da
Bahia, Itabuna, Feira de Santana, Jequié, Irecê e Jacobina, além ex-dirigentes
sindicais que tiveram participação ativa na greve de 1985 no estado.
"Naquele
momento era proibido fazer greve, mas havia uma sede de liberdade. A greve dos
bancários foi uma explosão de liberdade", avaliou Beraldo Boaventura,
presidente do Sindicato da Bahia à época. "Queríamos fazer daquele
movimento um ato de resistência. A greve foi intencionalmente política pela
democracia", lembrou.
Em sua fala,
Euclides Fagundes, vice-presidente do Sindicato da Bahia, também destacou a
importância política da greve: "Do ponto de vista econômico da categoria
foi importante, mas o maior legado mesmo foi o rompimento com o cerco da
ditadura militar".
Para Emanoel
Souza, presidente da Federação da Bahia e Sergipe, a primeira consequência da
greve de 1985 foi a greve na Caixa, que levou ao reconhecimento dos
funcionários do banco como bancário. Ele defendeu que aquele movimento sirva de
inspiração para a categoria bancária atualmente, quando há necessidade de
defender a democracia e os interesses dos trabalhadores. "Precisamos
realizar neste ano outra greve de 1985", conclamou.
A paralisação
fechou as agências em todo o país de 10 a 12 de setembro de 1985, mobilizando
cerca de 500 mil bancários. Foram três dias de grande adesão à greve, que
surpreendeu os banqueiros e levou a atenderem quase que integralmente as
reivindicações. Após a ditadura militar, em que não havia direito à greve, os
trabalhadores conquistaram um reajuste salarial foi de 89,55%.
Ao final da
sessão, as entidades sindicais e os bancários que tiveram atuação destacada na
greve de 1985 foram homenageados.
(FEEB BA/SE)
Nenhum comentário:
Postar um comentário