Será
que aprovam?
Projeto define
enriquecimento ilícito como crime
O enriquecimento ilícito pode passar a
ser considerado crime. É o que estabelece o Projeto de Lei do Senado (PLS)
35/2015, que tramitará na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ),
em caráter terminativo. O texto prevê reclusão de dois a cinco anos, além do
confisco dos bens, e a possibilidade de aumento da pena em até dois terços – se
o funcionário público, embora não figurando como proprietário dos bens, deles
fizer uso.
Do senador Humberto Costa, o projeto
altera o Código Penal (Decreto-Lei 2.848/1940) para prever, dentro do item de
corrupção passiva, o fato de o funcionário público possuir, manter ou adquirir
bens ou valores de qualquer natureza, incompatíveis com sua evolução
patrimonial ou com a renda que auferir em razão de seu cargo, emprego, função
pública ou mandato eletivo. Na justificativa do projeto, o autor argumenta que
essa conduta, embora figure como ilícito civil e administrativo, conforme prevê
a Lei de Improbidade Administrativa (Lei 8.429/1992), ainda não constitui
crime.
Humberto Costa lembra que a cada dia são
mais frequentes os casos de enriquecimento ilícito envolvendo agentes públicos,
servidores ou não, que conseguem vantagens indevidas em razão de mandato,
cargo, emprego ou função, seja em órgãos da administração direta, seja na
administração indireta ou fundacional de qualquer dos poderes. De acordo com o
autor, o enriquecimento ilícito é um comportamento “gravíssimo, que impede o
bom funcionamento da administração pública e causa danos incalculáveis a toda a
população”, pois é um reflexo da prática reiterada de atos de corrupção. Dada a
gravidade desse comportamento, acrescenta o senador, a utilização do Direito
Penal para impedir a sua ocorrência mostra-se adequada e proporcional.
Segundo Humberto Costa, a proposta busca
dar maior proteção à administração pública, protegendo-a de atos de corrupção.
Visa resgatar, também, a imagem de honestidade e integridade que deve existir
no poder público e ser demonstrada por seus servidores. Enfim, diz o senador,
visa acabar com a “impunidade que hoje impera em nosso país”.
Fonte: Agência Senado
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