CPI vai
investigar quem usou HSBC para sonegar impostos
Os depoimentos do presidente do banco
HSBC no Brasil e de dois secretários da Receita Federal e uma diligência
conjunta do Senado Federal e do Ministério Público Federal na França são algumas
das medidas previstas nos sete requerimentos apresentados pelo senador Randolfe
Rodrigues (PSOL-AP) em Brasília, na instalação da CPI do HSBC.
A comissão parlamentar do Senado vai
investigar o braço brasileiro no escândalo que envolve a maior evasão de
impostos da história: a lista de dados bancários da agência do HSBC em Genebra,
Suíça, envolvendo 106 mil clientes de 203 países, que somam uma fortuna de US$
204 bilhões operados através de uma rede de 20 mil empresas off shore ancoradas
em notórios paraísos fiscais.
Dessa lista, constam 8.667 brasileiros,
detentores de 6.606 contas no banco que movimentaram, entre 2006 e 2007, cerca
de US$ 7 bilhões. O senador Randolfe Rodrigues, autor do requerimento de
instalação da CPI, quer saber da Receita Federal quem, da lista de brasileiros,
declarou legalmente a existência de contas secretas na agência suíça do HSBC.
Uma das primeiras ações da CPI será uma
reunião de trabalho com a equipe do procurador Rodrigo Janot, do Ministério
Público Federal, que deve definir uma diligência na França, para sintonizar
ações com a Justiça francesa, visitar a redação do jornal Le Monde, que
denunciou o caso, e ouvir o depoimento de Hervé Falciani, o ex-funcionário de
informática do HSBC que vazou os arquivos do banco para a imprensa. O primeiro
requerimento de Randolfe pede o comparecimento de dois jornalistas: Fernando
Rodrigues, do portal UOL, e Chico Otávio, do jornal O Globo, que lideram a
investigação da lista do HSBC no Brasil.
Além do atual secretário da Receita
Federal, Jorge Rachid, o senador Randolfe pediu o depoimento do ex-secretário
Everardo Maciel, que disse ser possível o resgate pelo Brasil dos US$ 7 bilhões
desviados para o exterior, supostamente sem informação ao Fisco brasileiro.
Os requerimentos apresentados por
Randolfe Rodrigues serão votados na primeira reunião formal da CPI, na manhã de
hoje.
Um passo decisivo da CPI, segundo
Randolfe, é definir com a Receita Federal o nome dos brasileiros que declararam
a existência de contas no HSBC. A partir desses dados, a CPI vai estabelecer,
com os arquivos do Fisco, quem está sujeito às investigações sobre evasão de
divisas. (Viomundo)
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