Estudante de
Ilhéus é premiada na 12ª Febrace
Aluna do Ceep Amev, Stephanie Lauren
Oliveira, com a orientação de duas professoras, teve projeto de decomposição de
sacolas plásticas reconhecido pelo Centro Estadual Paula Souza e pela Sociedade
Brasileira de Micobiologia (SBM).
Somente em 2014, a Associação Americana
para o Avanço da Ciência quantificou em 8 milhões de toneladas o volume de
material plástico arrastado pelas correntes marítimas em todo o mundo. Entre os
principais tipos do derivados de petróleo encontrados no mar estão as sacolas e
garrafas PET.Preocupada com esse quadro, a estudante Stephanie Lauren Oliveira,
do Centro Estadual de Educação Profissional Álvaro Melo Vieira (Ceep Amev), em
Ilhéus, desenvolveu experimento que decompõe mais rapidamente as sacolinhas. O
projeto, que conta com orientação das professoras Ana Clara Correia Melgaço e
Margarete Correia de Araújo, estimula a decomposição desse tipo de material
utilizando microorganismos presentes no solo. Com o projeto, o trio foi
premiado na Feira Brasileira de Ciência e Tecnologia 2015 (Febrace). O evento
está em sua 12ª edição e foi realizado pela Universidade Federal de São Paulo,
na capital paulista, na última semana.
O projeto da estudante ilheense, de 17
anos, que está no quarto ano do curso técnico de biocombustíveis, foi premiado
em dose dupla. O Centro Estadual Paula Souza, autarquia do Governo de São Paulo
que fomenta a pesquisa científica e administra cerca de 200 escolas técnicas,
escolheu o experimento como um dos destaques. A importância ecológica e
científica da iniciativa também foi reconhecida pela Sociedade Brasileira de
Microbiologia (SBM), que o premiou com brindes e certificados. Concorreram, em
categorias diversas, cerca de 2 mil projetos, enviados por estudantes de todos
os estados da federação.
Decomposição - Segundo Stephanie Lauren,
o projeto veio da necessidade de diminuir a quantidade de sacolas plásticas no
meio ambiente, por elas representarem riscos a animais e à água. “A nossa
intenção é decompor o material biologicamente, usando microorganismos presentes
no solo. Através de processos aeróbicos e anaeróbicos (com e sem a presença de
oxigênio, respectivamente), induzimos seres vivos presentes no solo a retirar o
carbono do plástico e depois a usar o próprio material para se alimentar”,
explica Lauren.
Estudos da Associação Americana para o
Avanço da Ciência apontam que as sacolas plásticas levam até duzentos anos para
se decompor na natureza, sem qualquer intervenção humana. Com os experimentos
feitos no Ceep Amev pela estudante ilheense, o tempo médio para que esse tipo
de material desapareça é de 11 anos. “Esse espaço de tempo foi obtido em nossos
primeiros experimentos e pode ser diminuído com o avanço das pesquisas”,
destaca Lauren
Agora, com o reconhecimento do projeto
por importantes órgãos científicos do Brasil, Stéphanie Lauren planeja passos
mais largos: “Com os experimentos avançando, quem sabe poderemos produzir
microorganismos para decomposição em grande escala e reduzirmos
consideravelmente a presença dessas sacolas no meio ambiente?”, finaliza a
estudante.
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