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segunda-feira, 2 de abril de 2012

MILKPOINT

Leite inspecionado cresce 3,9% em 2011
Segundo a Pesquisa trimestral do leite realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada ontem (29/03), a captação brasileira formal em 2011 foi de 21,8 bilhões de litros de leite, apresentando um aumentou 3,93% em relação ao volume captado em 2010. É um valor abaixo da média de crescimento dos últimos 5 anos que foi de 5,2%, mas mais alto do que muitos agentes do mercado estavam estimando.
"É possível que, com preços da matéria-prima mais alta, uma quantidade maior de leite tenha sido formalizada", pondera Marcelo Pereira de Carvalho, do MilkPoint. Dessa forma, é esperada uma redução no leite informal, número que só será conhecido mais adiante, quando o IBGE divulgar a Pesquisa Pecuária Municipal.
A razão para esse aumento foi a aceleração da produção no último trimestre, conforme o gráfico abaixo atesta. A captação no quarto trimestre de 2011 foi de 5,9 bilhões de litros de leite, 5,4% maior do que o quarto trimestre do ano de 2010 e 10,7% maior que o terceiro trimestre de 2011. Pela primeira vez na história, foi produzido em um mês mais de 2 bilhões de litros.
O clima favorável no final do ano, com o restabelecimento das chuvas, aliado a estabilidade de preços ajudam a explica o aumento do quarto trimestre.
Analisando a receita menos o custo de ração para uma vaca de 20 kg/dia, sendo o resultado corrigido pela inflação, o produtor apresentou uma média anual de R$ 12,81 R$/vaca/dia, 6% superior ao ano de 2010, quando esse número foi R$ 12,08 /vaca/dia.
Da quantidade adquirida, a grande maioria foi feita por estabelecimentos federais (92,9%) e o comportamento da evolução mensal de captação pode ser visualizado no gráfico abaixo, onde é possível observar a sazonalidade de produção e a evolução de um ano para o outro.
Quando a análise é feita considerando os Estados da Federação, algumas observações tornam-se interessantes. A região que apresentou a maior taxa de crescimento ao compararmos o ano de 2011 com o ano anterior foi o Nordeste, que despontou com 10,3% de aumento acumulando 1,3 bilhão de litros de leite, com destaque para os Estados do Ceará e Pernambuco, que tiveram crescimento de 16,9% e 11,5% respectivamente. Mas o Nordeste ainda tem pequena participação no total Brasil e representa apenas 6,2% do total de leite captado oficialmente.
O Sul foi a segunda região em crescimento, crescendo 7,4%, tendo Santa Catarina um aumento de 13,6%. O Rio Grande do Sul apresentou crescimento consistente de 7,3% e, sozinho, captou mais do que toda a Região do Centro-Oeste, com 3,2 bilhão de litros de leite.
Dos seis maiores Estados captadores de leite, houve uma alteração no ranking: São Paulo trocou de posição com o Paraná, ocupando agora a terceira posição. Dessa forma, a ordem atual decrescente dos maiores Estados produtores de leite é: Minas Gerais, Rio Grande do Sul, São Paulo, Paraná, Goiás e Santa Catarina. Um fato que chama a atenção é Minas Gerais; embora esteja na posição de maior captador de leite com 25,6% de participação nacional, praticamente manteve o mesmo volume, apresentando até uma pequena redução de 0,6% no volume formal captado. Hoje, a região Sudeste é responsável por 40% da captação nacional e o Sul por 34%. Essa e outras observações podem ser verificadas na tabela abaixo.
Vale lembrar que os dados da Pesquisa Trimestral do Leite representam a captação do laticínio de um determinado estado ou região, não representando a produção da região. Assim, se há entrada de leite cru de um estado para o outro, para ser processado em um laticínio nesse segundo estado, a estatística de captação é computada no estado que recebeu o leite.
A matéria é da Equipe MilkPoint.

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