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sexta-feira, 27 de abril de 2012

BEEFPOINT - 01



EUA: líderes da indústria tentam silenciar o alarme gerado pela “vaca louca”
Após o anúncio do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) sobre o registro de um caso de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), a doença da “vaca louca”, na Califórnia, a agência e outros representantes da indústria de carnes disseminaram a mensagem de que a descoberta não representa nenhuma ameaça aos consumidores, à indústria – ou a seus parceiros comerciais.
“Eu acho que temos um grande sistema nos Estados Unidos para a vigilância (de EEB) e acho que o Serviço de Inspeção Sanitária Animal e Vegetal (APHIS) tem administrado bem isso”, disse diretor executivo da Associação Nacional de Carnes do país, Barry Carpenter. “Nós sabemos que esses casos esporádicos atípicos de EEB vão ocorrer em bovinos aqui. Isso não deveria ter nenhum impacto no comércio porque nosso status junto à Organização Internacional de Saúde Animal (OIE) não será afetado”.
A forma “atípica” de EEB é identificada como vindo de outra fonte que não o alimento animal, apesar de a fonte específica não poder ser identificada. A EEB “típica”, por outro lado, pode ser transmitida a animais através de seus alimentos que incluem subprodutos de outro animal infectado. Essa é de preocupação muito maior, porque sua presença pode indicar que o sistema de proibição do uso de partes de animais na alimentação de bovinos que funciona nos Estados Unidos não está sendo efetivo.
“Os produtos de carne bovina dos Estados Unidos estão entre os mais seguros do mundo e o anúncio do USDA hoje confirma que o sistema de vigilância de doenças animais do país funciona para proteger nossos rebanhos e o público”, disse o Instituto Americano de Carnes.
Se essas afirmações acalmarão os mercados e os consumidores, ainda não se sabe. O fato é que esta é a quarta vaca infectada com EEB nos Estados Unidos, e o abalo causado por ela é comum segundo especialistas da indústria. “O que matou o mercado em 2003 foi que as exportações caíram para zero da noite para o dia”, disse o economista e diretor da Steiner Consulting Inc. em Manchester, Len Steiner, . “Eu não acho que isso deverá ocorrer dessa vez”.
O Comitê de Agricultura do Senado fez sua parte em comunicar garantias aos consumidores: “O fato de que estamos ouvindo sobre essa descoberta e de que nunca houve nenhuma ameaça aos consumidores, mostra que os mecanismos que estão em prática para proteger nosso fornecimento de alimentos funcionou como pretendido”, disse a senadora Debbie Stabenow, presidente do comitê.
Estas garantias parecem não ter tido muito efeito no fechamento dos mercados. Os preços futuros do gado caíram em seu limite diário (3 centavos ou 2,6%) para seu menor nível desde 1o de julho de 2011. Em 2003, os preços caíram 21% quando o Governo federal confirmou a presença de EEB pela primeira vez.
“Lodo rosa”
Os economistas notaram que a descoberta desse caso de “vaca louca” veio em seguida da controvérsia do uso da chamada carne magra de textura fina ”lodo rosa”, deixando algumas questões sem resposta. “O  mercado já estava em uma situação tênue”, disse o economista da Sterling Marketing Inc., John Nalivka. “O problema é que colocamos a indústria de carne bovina e o mercado em uma situação ruim. Isso foi bidirecional (entre perdas de frigoríficos e perdas de confinamentos).”
Se a longevidade da expressão “vaca louca” é alguma indicação, executivos da indústria de carnes terão que conviver com isso e com a expressão “lodo rosa” por décadas. Menos de uma hora depois da declaração do caso de EEB na Califórnia, quase todas as importantes organizações de notícias, incluindo jornais, redes de televisão e agências de notícias usaram o termo “vaca louca” em suas notícias.
Fonte: MeatPlace.com, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint



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