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sexta-feira, 9 de setembro de 2011

EDUCAÇÃO INFANTIL

Condição dos professores da educação infantil avaliada em dissertação

“Condição Docente: Representações do presente” é o título da dissertação defendida pela professora Elenice de Brito Teixeira Silva, na Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), no programa de pós-graduação em Educação “Conhecimento e inclusão social” nível Mestrado. Os seus orientadores foram os professores/Drs. João Valdir Alves de Souza e Isabel de Oliveira e Silva.
A professora Elenice graduou-se em pedagogia, na Universidade Estadual de Santa Cruz – UESC, a sua pesquisa priorizou trajetórias profissionais de cinco professoras e um professor em exercício na educação infantil no município de Ilhéus/BA, buscando interpretar as representações da prática educativa expressas nas narrativas desses sujeitos.
“Nessa perspectiva, busquei a possibilidade de reconstituição das expressões, palavras, silêncios, atitudes, sentimentos e conhecimentos que perpassam as práticas de professoras da educação infantil e que traduzem concepções e sensibilidades docentes. Parti do pressuposto de que existe um conjunto de discursos que, de alguma maneira, ajudam a construir as representações sobre essa prática. São discursos sobre a mulher, a divisão do trabalho, a criança e o magistério, muitas vezes respaldados em concepções naturalísticas, religiosas e políticas que integram as práticas sociais e ajudam a construir, manter e também superar as identidades docentes.”
Diante da diversidade de enfoques teóricos sobre a questão das representações ela optou por dialogar com a teoria das representações proposta pelo sociólogo e filósofo francês Henri Lefebvre (1983). Esta opção se apoiou na compreensão de que os pressupostos lefebvreanos se apresentam como possibilidade para desvendar as condições por meio das quais as representações dessa prática se formaram.
O diálogo com autores que têm se dedicado à questão da condição docente na educação infantil, bem como a análise de questionários e a interpretação das entrevistas narrativas lhe conduziram à conclusão de que as professoras e o professor da educação infantil, se consideradas suas origens familiares, experimentaram um movimento de ascensão em suas trajetórias sociais quando da inserção no magistério. Hoje, entretanto, eles consideram estar vivendo um momento cada vez mais desprestigiado, tanto do ponto de vista econômico, quanto social.
Algumas representações sociais existentes sobre a prática educativa na educação infantil e que dizem dessa prática como naturalmente feminina, pouco profissional e voltada para a proteção e suprimento das necessidades das crianças, de algum modo sustentam algumas passagens narrativas dos sujeitos entrevistados. No entanto, essas representações são contextualizadas e ganham elementos de práticas emergentes que ocorrem em instituições desprovidas de condições objetivas; de práticas de cuidado voltadas para crianças de meios populares; como também, de discursos pedagógicos que enfatizam o desenvolvimento infantil e os direitos da criança.
FONTE: ASCOM


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