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terça-feira, 19 de maio de 2009

STF EM CHAMA

Nas reportagens sobre o qui pro quo (esta é a língua mais adequada ao tratamento do caso) no Supremo, a grande falha dos meios de comunicação foi ater-se ao sensacional – e superficial – e esquecer a divisão profunda entre os ministros do tribunal constitucional do país. Falou-se no estilo imperial de Gilmar Mendes, nas brigas de Joaquim Barbosa com diversos colegas que, em dois casos, exigiram intervenção da turma do deixa-disso para que não chegassem à pancadaria, no estilo conciliador de Ayres de Britto.
Criou-se um clima de partida de futebol, com torcedores de ambos os lados cantando vitória. Mas faltou falar nas clivagens ideológicas, mais importantes que eventuais divergências pessoais (que, por piores que sejam, podem ser resolvidas com mais facilidade). Há o grupo mais técnico, há os que dão valor mais alto ao clamor popular; há os ministros favoráveis à interpretação mais ampla possível do direito de defesa, há os ministros (e provavelmente Joaquim Barbosa seja o mais radical nesse aspecto) favoráveis à expansão do limite das investigações. Nem sempre a divisão é partidária: o ministro Eros Grau, por exemplo, não fala com Barbosa, embora ambos tenham a mesma matriz ideológica e tenham sido nomeados pelo mesmo governo.
Já houve casos em que ficou claro que um ministro sequer tinha lido o processo que estava julgando em última instância; em outros casos, talvez outro ministro tenha lido o processo, mas sem prestar atenção suficiente, tanto que reclamou de fatos já devidamente esclarecidos e documentados nos autos.
É difícil cobrir o Supremo. Os ministros tendem a ser mais discretos do que outras autoridades e, frequentemente, quando falam, procuram amenizar as divergências. Mas há os ministros aposentados, que voltaram ao exercício da advocacia ou da política; esses não apenas conhecem o ambiente como se sentem mais livres para contar histórias, mesmo que seja em off. Dá para fazer; dá para avançar muito mais, nas reportagens, do que se avançou até agora.
Dois exemplos: o ministro Joaquim Barbosa se referiu aos jagunços que Gilmar Mendes teria no Mato Grosso; o ministro Eros Grau disse que Joaquim Barbosa batia em mulher. Algum repórter foi verificar essas histórias? Comandar jagunços é crime, bater em alguém (especialmente em mulher, mesmo antes da Lei Maria da Penha) é crime. E a matéria, onde é que está?

Competência 1

Excelente o trabalho que vem sendo realizado pela equipe do portal Congresso em Foco com base no Siafi, que controla as movimentações financeiras, porém não apenas nele, mas também em entrevistas (e, com certeza, em denúncias de gente insatisfeita), revelou toda a farra das passagens aéreas. O mais importante é que não são denúncias partidárias: as revelações atingem todas as legendas e mais da metade dos deputados federais. Nestes tempos de internet, um portal com redação pequena, apenas nove pessoas, consegue liderar toda a cobertura nacional dos meios de comunicação. É notável.

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