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sábado, 22 de setembro de 2018

GRAPIÚNA TEM ARTIGO PUBLICADO NA REVISTA MITHOS


GRAPIÚNA TEM ARTIGO PUBLICADO NA REVISTA MITHOS
Como não reproduzir um texto, escrito por uma das pessoas que dará continuidade a minha descendência, publicado na edição da MITHOS, que aborda temas inerentes à História Antiga e Medieval, editado e impresso pela Ethos Editora.
Nessa edição, o tema abordado foi: “DOSSIÊ “A MORTE DESVENDADA: PERCEPÇÕES SOBRE O ALÉM NO MUNDO ANTIGO E MEDIEVAL”.
O texto publicado na inicia na página 138 e finalizado na página 153, da MITHOS pode ser lido abaixo em toda sua íntegra:


A GUERRA DE TRÓIA E OS CADÁVERES DISPUTÁVEIS

Jacquelyne Taís Farias Queiroz*

Resumo: Durante os quase dez anos da guerra de Tróia surgiram outras circunstâncias e situações que levaram os gregos e troianos a lutar. Entre tantos outros motivos encontramos os combates longos, árduos e que provocaram muitas mortes em torno da defesa, do ultraje ou do intento de sequestro de cadáveres. Nos cantos XVI e XVII da Ilíada, Homero nos descreve a luta em torno de alguns cadáveres. O comportamento dos homens e das divindades diante desses cadáveres nos revela os códigos de conduta e de honra da sociedade grega do século VIII a.C.
Palavras-chave: Ilíada. Cadáver. Ultraje.
Abstract During the almost ten years of the war surged other circumstances and situations that made Greek and Trojan fight. Among them it is possible to find the lengthy hard fighting that caused a lot of deaths for the defense, outrage or for the corpses kidnapping. In the 16th and 17th chants from Iliad, Homer describes the fight around the corpse. The men and gods behavior about these corpses show us the code of conduct and honor of Greek society in 8th century b.C.
Keywords: Iliad. Corpse. Outrage.


* Mestre em Letras: Cultura, Educação e Linguagens (UESB). Professora Auxiliar da Universidade do Estado da Bahia (Campus XVIII, Eunápolis, BA). jacquelynequeiroz@gmail.com  


Os poemas atribuídos por Homero têm muito a nos revelar acerca de alguns códigos de conduta da sociedade da grega arcaica. A Ilíada narra uma guerra que durou dez anos sendo motivada pelo rapto de Helena por um troiano. Esse rapto foi o estopim inicial, porque em meio a essa guerra muitas outras razões surgiram e em muitos momentos foram até norteadas por outras questões, como: demonstrar a honra, desonrar alguém, obter espólios, tomar o prêmio de guerra de um companheiro, mostrar que tinha valor enquanto guerreiro e também lutava-se por cadáveres.
Isso mesmo, cadáveres. Os interesse e interferências dos deuses e as lutas entre aqueus, troianos e divindades em determinados pontos da Ilíada se deram bravamente, foram visceralmente motivadas em torno da posse de cadáveres. Sem economizar na quantidade de versos, Homero descreve esses acontecimentos com riquezas de detalhes. Também percebemos a sua preocupação em nos narrar o som das armas ricocheteando, a agonia e a morte dos homens em torno desses corpos sem vida.
Vamos nos ater aqui especialmente aos cantos XVI e XVII da Ilíada. O canto XVI é conhecido como Patrocléia, em geral se referem a ele com tal nomenclatura por descrever os feitos de Pátroclo em campo de batalha através de uma grande chacina (NUNES, 2009. p. 361). Já no canto XVII são descritos os feitos heroicos de Menelau, onde são reconhecidos (pelos aqueus e troianos) o seu valor de bravura e a sua reafirmação enquanto áristos através da manifestação de respeito e temor por parte dos troianos.
Nos propomos a identificar nesses cantos a preocupação em torno dos antifunerais e espoliamento das armas em relação a três personagens heroicos: Sarpédone, Cebríones e Pátroclo. Homero se atém a retratar em quase dois mil versos a luta entre aqueus, troianos e a preocupação dos deuses pela posse de cadáveres como se estes fossem bens preciosos. E até mesmo porque não afirmar como prêmios de guerra? Porque alguns cadáveres foram disputados como verdadeiros tesouros até as últimas consequências
Nessa perspectiva ao nos questionarmos: Por que luta-se para obter e ultrajar um cadáver se tantos outros morreram na guerra tal qual este por quem se luta? Por que uma divindade ordena o rapto de um cadáver para garantir-lhe o rito fúnebre sendo que este deus jamais passará por tal experiência? Um homem em meio à guerra pode se ver obrigado a proteger um cadáver ou esse ato é somente motivado por consideração, afeto e indignação?
Porter (2011, p. 297) nos fala que o corpo não pode ser tratado e visto pelo historiador somente no âmbito biológico, mas que deve ser encarado como um resultado de sistemas e sinais sociais. Então talvez buscando as respostas para tais indagações teremos a oportunidade de perceber melhor os códigos de conduta sociais e guerreiros que regiam a sociedade grega do século VIII a. C.
Também ao analisarmos como os gregos tratavam os seus mortos, através do respeito e a oferta dos ritos fúnebres, da luta em torno desses corpos e ultrajes realizados nos cadáveres, podemos compreender o código de valores que norteiam a moral dos guerreiros que buscavam em campo de batalha espólios de guerra e prêmios, mas também ansiavam por honra, glória e imortalidade.


O rapto divino de Sárpedone
O canto I da Ilíada apresenta a seguinte situação: Aquiles se encontra muito aborrecido porque Agamêmnon lhe tomou o seu prêmio de guerra, a escrava Briseide. Aquiles tinha um prêmio diferenciado em relação aos outros companheiros de combate, uma bonificação à altura de sua importância enquanto guerreiro; porque a sua presença e a de seus companheiros Mirmídones na batalha faziam a guerra pender a favor dos aqueus. Tal reconhecimento foi materializado na figura de Crises demonstrando que em termos de hierarquia Aquiles era superior em relação aos demais aqueus.
Se sentindo afrontado por não ter o seu valor reconhecido enquanto guerreiro, Aquiles decide retirar a si e os Mirmídones da peleja. Os guerreiros aqueus logo sentem a ausência provocada por Aquiles e os troianos avançam em direção às naves do aqueus. Se continuassem naquele ritmo em pouco tempo os troianos venceriam a guerra e os aqueus retornariam humilhados para seus lares.
Aquiles havia alcançado o seu objetivo, demonstrando que a sua presença e a dos Mirmídones na guerra era importante, fundamental e que fazia diferença. Desta maneira também provar que ele não era um comum, que ele se ressaltava em importância entre os outros aqueus. Queria ressaltar a qualquer custo a sua superioridade nem que isso significasse a derrota dos aqueus pelos troianos.
Já no Canto XVI percebemos as consequências do ultraje sofrido por Aquiles, pois este ainda se faz irredutível até o momento em sua decisão, pois se nega a ajudar os aqueus. Porém acaba cedendo a um pedido de Pátroclo, permitindo a este usar as suas armaduras e comandar os Mirmídones com a seguinte condição: lutar somente até afastar os troianos das naves dos dânaos e não a se aproximar em ocasião alguma dos muros de troianos.
Pátroclo entra em campo de batalha e mata dez troianos com fúria (Ilíada, XVI, 399-418). A sua ação chama logo atenção de ambos lados da guerra. Sarpédone percebe que por conta da atuação feroz de Pátroclo os guerreiros Lícios começam a recuar e por isso decide ir ao seu encontro:
Sarpédone, quando viu os couraças-sem-cinto
seus camaradas, mortos pela mão de Pátroclo
Menécio, reprovou os Lícios quase-deuses:
“Que vergonha! Para onde fugis, Lícios, à hora
de mostrar a que vieste? Vou ao encontro eu
mesmo desse homem. Quero saber quem é o forte
que a tantos causou males e quebrantou os joelhos!”
Disse. E saltou do carro ao solo, todo-em-armas.
Pátroclo apeia da biga, ao vê-lo; feito abutres,
garras-em-gancho, bicos recurvos, brigando
num rochedo elevado, aos guinchos, eles dois,
opostos um ao outro, embatem-se, gritando”.
(Ilíada, XVI, 419-430).
Sarpédone era guerreiro valoroso e corajoso. Mesmo Pátroclo já tendo matado muitos homens, isso não o desencorajou ou o fez titubear frente ao inimigo. Homero iguala os dois, comparando-os a aves prontas para o ataque sem temor algum. Sarpédone mostrou o seu valor diante dos homens aos quais comandava, não tendo medo, nem correndo da morte, mas justamente indo ao seu encontro (VERNANT, 1978, p. 40).
Zeus, vendo a bravura do seu filho a quem chama de “meu Sarpédone” (Ilíada, XVI, 434) lamenta a sua morte. O Crônida acaba confessando a Hera o seu desejo em retirar o seu filho com vida do campo de batalha. A deusa Hera o repreende, dizendo que se realmente ele sente afeto verdadeiro por Sarpédone deixe então que “seja prostrado sem vida na pugna terrível pela potência de Pátroclo” (Ilíada, XVI, 451-452).
Segundo Mossé (1989, p. 47) sucumbir em combate para um herói representa a honra suprema, ter uma bela morte. E na atitude de Hera percebemos esse valor que permeia a honra guerreira, seria muito mais nobre e glorioso morrer jovem em campo de batalha em uma luta árdua, pelas mãos de outro forte e temido guerreiro do que morrer já em avançada idade na paz de seu lar. A deusa sugere ainda que ao Sarpédone cair morto, Zeus remova o cadáver do filho e o envie para a Lícia para poder receber os devidos ritos fúnebres das mãos de seus parentes.
Continuando a luta homicida, Sarpédone arremessa uma lança que fere superficialmente o ombro de Pátroclo. Revidando o ataque, Pátroclo dispara o seu dardo e “no coração de Sarpédone entrou, onde envolve o diafragma. Ei-lo que tomba por terra, tal como carvalho, ou pinheiro” (Ilíada, XVI, 481-482).
Glauco, escudeiro de Sarpédone, se encontra ferido com gravidade no ombro, sem forças para agir, pede ao deus Apolo que o cure para ajudar a “livrar o cadáver do inimigo” (Ilíada, XVI, 526). Com a saúde e o ânimo reestabelecido ele consegue avisar a Heitor e com censura lhe fala:
Muito esquecido, sem dúvida, Heitor, dos aliados te encontras,
que tua causa aqui morrem, distantes da pátria querida
e dos amigos. Não levas jamais a nenhum teu auxílio.
Morto se encontra Sarpédone, o chefe dos Lícios guerreiros,
[...]
Vamos, amigos, para onde o cadáver se encontra; indignai-vos
no coração de que as armas lhe dispam e o corpo os Mirmídones
lhe encham de opróbrio, irritados por causa de tantos Aquivos
que, junto às naus, nossas lanças à Morte funesta levaram.
(Ilíada, XVI, 540-547)
A fala de Glauco dá indícios para compreendermos algumas questões. A primeira delas é acerca da preocupação em relação as armas de Sarpédone, pois aquele que as possuir alcança a glória entre os seus afirmando talvez que possui as armas de um valoroso guerreiro que encontrou a morte em suas mãos. Porém, esse fato não é interessante estar associado à memória do morto perante a coletividade.
O que moveu Heitor foi a preocupação de sua imagem e da sua autoridade perante os combatentes troianos que comandava e aos guerreiros de outras localidades que os apoiavam, principalmente os advindos da Lícia. Pois a depender da maneira que Heitor se comportasse diante do cadáver (ignorando, ultrajando ou lutando pela posse) de Pátroclo, ele poderia obter maior ou menor respeito.
Então podemos perceber que Heitor não teve alternativa, pois para continuar tendo o apoio dos guerreiros à sua volta, ele teve que se lançar à luta pelo cadáver de Sarpédone.
Segundo Vernant (1989, p. 82) um guerreiro se torna importante quando ele é lembrado em meio à massa de defuntos desconhecidos dos guerreiros que lutaram na Guerra de Tróia e nem ao menos foram citados por Homero. Porque teoricamente não se destacaram, não possuíam ou não manifestaram uma característica que os fizessem excepcionais, não realizaram um feito heroico que proporcionasse destaque diante dos demais, não eram reis ou filhos de algum rei ou divindade.
Por isso o cadáver de Sarpédone era tão importante nesse sentido, pois em vida ele foi rei da Lícia, era corajoso, destemido e ainda era filho de Zeus. Tais características faziam o seu cadáver se tornar valioso e objeto de disputa, seja com o intento de honrá-lo ou desonrá-lo.
Homero menciona que Sarpérdone “Embora estrangeiro, ele era o baluarte de Ílion, [...] o melhor de seus muitos guerreiros” (Ilíada, XVI, 550-551). Tais elogios também podemos observar na fala de Pátroclo ao Ajazes, pois ele se refere ao inimigo como “o valoroso Sarpédone” (Ilíada, XVI, 559). Iniciando-se a peleja pela posse do cadáver: Lícíos e Teucros de um lado, Argivos e Mirmídones do outro.
Os Argivos e Mirmídones tinham a intenção de obter o cadáver para lhe despir das armas e ultrajá-lo, mutilando o seu corpo, e lhe negando os funerais. Já os Lícios e Teucros querem adquirir o cadáver para evitar que lhe despojem as armas, para proteger dos ultrajes e para lhe ofertar todas as honras fúnebres que cabe a um rei receber.
Homero nos diz que “iniciaram terrível peleja ao redor do cadáver. Era indizível o estrondo das armas” (Ilíada, XVI, 565-566) e ainda menciona que a peleja envolvia tantas pessoas que o som dos escudos e dos gládios se batendo poderia ser comparado ao barulho dos golpes dos lenhadores que derrubam as árvores (Ilíada, XVI, 633-634). Ainda acerca da insistência dos guerreiros de ambos lados da guerra em obter o cadáver, Homero faz a seguinte comparação:
Movimentam-se todas à volta do corpo, do mesmo
modo que moscas volteiam no estáb’lo ao redor das vasilhas,
na primavera, no tempo em que o leite transborda dos tarros.
Dessa maneira apinhavam-se em torno do morto. Zeus grande
não afastava da pugna terrível o olhar penetrante.
(Ilíada, XVI, 641-645)
Zeus aflito acompanhou toda a luta em torno do corpo de seu filho Sarpédone, para poder intervir se caso necessário. O Crônida permitiu que o cadáver de Sarpédone fosse alvo de disputa, para que alta glória maior ainda ele pudesse atingir mesmo depois de morto. Tal disputa transformou o seu cadáver em um prêmio valoroso.
A batalha continuou e muitos perderam a sua vida em luta por um cadáver, pois “Fora impossível, embora a indivíduo avisado, a Sarpédone reconhecer, porque o corpo se achava, dos pés até a fronte, completamente coberto de pó, de sangueira e de tiros.” (Ilíada, XVI, 638-640). Vamos aqui lembrar que o corpo de Sarpédone não se encontrava sujo de seu próprio, mas do sangue dos inúmeros homens que morreram no intento de obter o seu cadáver.
Despois de luta árdua os aqueus ganham vantagem e tiveram a oportunidade de retirar a armadura do corpo de Sarpédone. Isso chama a atenção de Zeus que começa a temer que os aqueus se apoderem do corpo de seu filho para praticar ultrajes e por essa razão se dirige a Apolo com as seguintes palavras:
Febo dileto, retira Sarpédone, logo, do alcance
dos crebros dardos e o corpo lhe limpa do sangue anegrado
na corrente de um rio, em lugar bem distante da pugna;
unge-o com óleo divino, de roupa imortal o reveste
e aos condutores velozes, depois encarrega que o levem
o Sono e a Morte, irmãos gêmeos. Sem perda de tempo estes devem
depositá-lo no solo fecundo e sagrado da Lícia,
onde os irmãos e parentes exéquias condignas lhe façam,
com cipó e túmulo, as honras devidas a quantos se extinguem.
(Ilíada, XVI, 666-675).
Vernant (2006, p. 45) menciona que existiu uma oposição radical entre os deuses e os homens. Os primeiros são athanátoi (imortais), enquanto os homens são brotoí (perecíveis), destinados a adoecer, a envelhecer e a morrer. Ainda o autor nos apresenta Zeus como o deus da justiça, da exata repartição das honrarias e do respeito aos privilégios que cabe a cada um.
Zeus é imortal e não vai utilizar os ritos fúnebres. Mesmo assim a sua preocupação é notória em garantir que seu filho Sarpédone receba funerais. Por que a sua preocupação o leva a ordenar que dois outros deuses retirem o corpo de seu filho do meio da peleja?
Justamente por ser mortais os homens têm ritos fúnebres e tais ritos sãos seus privilégios exclusivos. Então, nesse caso, Zeus garante que Sarpédone receba as honras fúnebres, porque é a parte que cabe a ele enquanto mortal. Como nos fala Malta (2000, p. 145), a não realização do funeral faz com que o morto fique sem esse privilégio. Por isso que Zeus ordena que o deus Morte (Thânatos) e o deus Sono (Hípnos) retirem o corpo de Sarpédone e entregue aos seus parentes na Lícia para lhes conceder os funerais de direito.
A outra questão é garantir a honra e a superioridade do guerreiro na memória dos vivos através de seu funeral; ou seja, reafirmar mesmo depois de morto a sua areté (virtude); pois como nos lembra Pires (2006, p. 107), a areté é o elemento que vai reforçar a superioridade distintiva do heroi.

O corpo de Cebríones também se torna alvo de disputa
Durante o combate pela posse do corpo de Sarpérdone, Pátroclo mata oito homens e Homero nos fala que ele não matou mais porque muitos fugiram (Ilíada, XVI, 692-697). Vamos nos lembrar que o motivo que impulsionou Sarpédone a lutar com Pátroclo foi o fato dele já ter matado outros dez homens em campo de batalha. O que nos leva a deduzir que Pátroclo em seu primeiro dia de batalha tem um desempenho notável e mata sozinho dezoito homens.
Pátroclo está tão enfurecido e indomável, que este ignorou as instruções de Aquiles, em que delimitava a sua atuação em somente repelir os troianos de maneira que não se aproximassem das naves dos aqueus e ainda o advertiu para não se abeirar dos murros de Tróia. Enlouquecido, fez justamente o contrário, quase tomou Tróia se Apolo não tivesse dado vários golpes no escudo de Pátroclo nas três vezes que ele tentou escalar os seus muros (Ilíada, XVI, 689-704).
Atiçado pelo deus Apolo, Pátroclo combate com Heitor e na tentativa de acertá-lo com uma pedra acaba por acertar Cebríones, irmão de Heitor e também filho do rei Príamo. Pátroclo ao ver o seu corpo já sem vida no chão
[...] atirou-se a correr para o claro Cebríones,
como leão cheio de ira, que à Morte conduz a coragem,
em pleno peito ferido depois de arrasar um rebanho:
sobre Cebriones, Pátroclo assim te atiraste, impetuoso.
Nesse entrementes, Heitor, do seu carro, também já saltara.
Ambos em torno do morto iniciaram terrível peleja,
como dois leões esfaimados e cheios de ardor que no cimo
de um alto monte disputam o corpo da corça abatida.
(Ilíada, XVI, 751-758)
Tanto Heitor quanto Pátroclo correm simultaneamente em direção ao corpo de Cebríones e lutam como dois leões. Diferente de Sarpédone que além de ter características notáveis, era filho de Zeus e rei; Cebríones também é filho do rei Príamo de Tróia, porém nos cantos XVI e XVII não é mencionado que Cebríones realizou algum ato de bravura ou se deu cabo de muitos guerreiros em pouco espaço de tempo como Pátroclo. Mesmo assim, possuir as armas do filho de um rei poderia fazer aumentar a glória de qualquer guerreiro.
Por isso percebemos que o intuito dos aqueus é obter as armas do cadáver, enquanto a intenção dos troianos é impedir que o corpo seja espoliado dessas mesmas armas, tal divergência de intenções vai ocasionar também forte peleja em torno do corpo de Cebríones.
O desejo em obter o cadáver de Cebríones era tão grande que Homero nos diz que “Pela cabeça o cadáver Heitor segurou, sem largá-lo, enquanto Pátroclo o aferra do pé. Os demais combatentes, Teucros e Argivos, em torno do corpo a lutar continuam” (Ilíada, XVI, 762-764). Mas os aqueus ganham em vantagem novamente e conseguem despir o corpo de Cebríones de suas armas. Homero não menciona se os aqueus além de espoliar o cadáver, ameaçaram ou desejaram realizar ultraje sobre Cebríones.

O cadáver precioso de Pátroclo
Depois que conseguiu despojar as armas o corpo de Cebríones, Pátroclo volta a lutar contra os troianos e “Por vezes três comete, como Ares veloz na aparência, com grandes urros; nove homens, três vezes, sem vida ele prostra” (Ilíada, XVI, 784-785). Na quarta investida Apolo decide fazer Pátroclo parar, pois sem ser percebido pelo herói, o deus com a mão espalmada lhe bate em suas costas, causando tontura sem medida. Ainda sem ser notado, Apolo lhe tira o capacete, couraça e a sua lança é quebrada, deixando-o vulnerável e aturdido. Enquanto isso, pelas costas um guerreiro troiano chamado Euforbo, lhe crava uma lança nos ombros. Euforbo, assim como Pátroclo, estava no seu primeiro dia de luta e havia matado vinte homens (Ilíada, XVI, 791-813); ou seja, não foi um qualquer, um “sem nome” que conseguiu ferir Pátroclo, foi um guerreiro que também se sobressaiu em termos de valor entre os demais.
Vendo Heitor que Pátroclo estava ferido, apressou-se em lhe enterrar no ventre uma lança. Ferido e fraco, Pátroclo é ameaçado de ultraje por Heitor, pois promete que “os abutres de Tróia farão bom repasto” de seu cadáver (Ilíada, XVI, 836). Mesmo sem forças Pátroclo provoca Heitor dizendo que ele era somente o terceiro a lhe ferir e que se não acaso tivesse a ajuda de uma divindade, jamais ele seria capaz de matá-lo. Pátroclo ainda afirma que se viessem vinte troianos de frente os teria matado. Ele respondeu à ameaça de futuro ultraje ao seu cadáver chamando-o de incapaz, inferior, desvalorizando assim o seu feito. Depois de ter dito tais palavras “cobriu-o com o manto de trevas a morte” (Ilíada, XVI, 847-857).
Vamos agora nos ater a seguinte questão: Quantos Pátroclo matou em seu primeiro e único dia de combate?
Homero menciona no canto XVI da Ilíada que foram dez homens antes de Sarpédone morrer, oito depois que Sarpédone foi resgatado a mando de Zeus e vinte e um homens depois da morte de Cebríones; ou seja, Pátroclo consegue abater trinta e nove guerreiros e ainda lutar em torno de dois cadáveres. Na guerra Pátroclo mostrou o seu valor, mostrou para que veio, ele se sobressaiu em relação aos demais, ele fez diferença no campo de batalha, a sua presença foi interrompida por um deus, no caso Apolo, em dois momentos distintos. Se não fosse a ação da divindade, Pátroclo teria conquistado Tróia sozinho e teria matado mais de trinta e nove homens. Pátroclo se tornou um homem de valor, então, quem não queria o seu cadáver?
Quem conseguisse ultrajar o seu corpo se afirmaria como superior entre os seus e rebaixaria o ofendido ao patamar dos animais. Como aqueles que se propusessem a lutar e a morrer para defender o cadáver de tais ultrajes também teriam o seu quinhão de fama e honra. E desta maneira os muitos guerreiros dos dois lados da guerra se voltam para o corpo de Pátroclo, pois ambos desejam ter a posse desse cadáver.
Como dito antes, as ações para ultrajar ou defender um cadáver são tentativas em demonstrar de certa forma a superioridade em relação aos demais. Como podemos perceber nos adjetivos utilizados por Homero ao se referir a Menelau como “O nobre filho de Atreu, [...] valoroso guerreiro” (Ilíada, XVII, 1), acreditamos que ele foi considerado tão nobre e valoroso ao ponto de abandonar a batalha rapidamente e “ao redor do cadáver se pôs a girar, [...] o louro Atrida, desta arte, circunda o cadáver de Pátroclo” (Ilíada, XVII, 4-6) pronto e armado para matar qualquer um que ousasse sobre ele colocar as mãos.
Ao se aproximar de Menelau, Euforbo reivindica as armas de Pátroclo como suas por direito, porque antes dele nenhum homem havia conseguido ferir Pátroclo. Ele ainda comunica que está disposto
inclusive a matá-lo para adquirir as armas de Pátroclo e assim alcançar alta glória entre os teucros. Nesse diálogo, apesar da ameaça de morte, Euforbo é respeitoso com Menelau, pois ao se referir a ele o chama de “Chefe de homens, de Zeus alto aluno” (Ilíada, XVII, 12). Ele reconhece a superioridade de Menelau em relação aos outros aqueus e o seu valor, mas mesmo assim, isso não é empecilho para dizer que está disposto a matar caso necessário.
Menelau em contrapartida não recua diante da ameaça de Euforbo e vai ao seu encontro, luta, mata e lhe retira a armadura. Não sendo impedido por nenhum dos troianos que assistem a tudo com passividade. Ninguém interveio por temerem Menelau (Ilíada, XVII, 61-69).
Porém, Menelau ao perceber que Heitor vinha com muitos outros troianos incitados pela notícia que Euforbo jazia no chão por conta da defesa do cadáver de Pátroclo, Menelau mesmo angustiado deixa o corpo de Pátroclo desprotegido.
Vamos aqui observar a seguinte questão, Menelau encontrava-se espoliando Euforbo, um cadáver importante (de alguém que mesmo aprendiz em seu primeiro dia de batalha já havia matado vinte aqueus, o primeiro a ferir Pátroclo) e ao mesmo tempo estava a defender o cadáver de Pátroclo. Ao perceber que os troianos vinham em considerável número em sua direção, se vê diante de alguns dilemas:
1 – Se ele abandonar as armas e o cadáver de Pátroclo que lutava por sua causa (pois defendia a honra de Menelau diante dos troianos por conta do rapto de Helena, sua esposa) e algum dos aqueus percebesse que ele fugiu deixando para trás as armas de Aquiles e o cadáver de Pátroclo, talvez ele pudesse ser censurado pelos seus guerreiros (Ilíada, XVII, 90-93).
2 – Por vergonha82, poderia enfrentar sozinho Heitor e os troianos, porém logo ficaria cercado e morreria (Ilíada, XVII, 94-95) e ultrajariam facilmente o corpo de Pátroclo.
3 – Sair e carregar o cadáver de Pátroclo (Ilíada, XVII, 104-105).
Como vimos antes, ele decide sair correndo sem o corpo de Pátroclo. Ele não é censurado por sua atitude, pois Homero menciona que Menelau retrocedeu frente a presença de Heitor e “[...] o cadáver o Atrida deixou; mas amiúde volta a enfrentar o inimigo. Assemelha-se a 82 O verso que se refere ao momento é: “[...] por ceder à vergonha” (Ilíada, XVII, 94), na tradução de Carlos Alberto Nunes (2009); porém na tradução de Haroldo de Campos (2002) para o mesmo termo ele utiliza por significado “brio”.
leão majestoso, que do curral é enxotado por cães” e que o seu “[...] coração valoroso sentindo no peito angustiar-se-lhe” (Ilíada, XVII, 109-113).
Menelau consegue encontrar Ajaz e comunica-lhe acerca da morte de Pátroclo e pede “[...] ao menos levemos para o alto Pélida [Aquiles], nu, como está, porque Heitor despojou-o das armas brilhantes” (Ilíada, XVII, 120-122). Com essa notícia Ajaz corre junto com Menelau para onde se encontrava o corpo de Pátroclo e se depara com a seguinte cena:
Pós ter despido o cadáver de Pátroclo, Heitor o arrastava
para poder decepar-lhe a cabeça com o bronze afiado
e o corpo, assim mutilado, jogar para os cães da cidade.
[...]
depois [...] mandando que as armas de Pátroclo
para Ílio sacra levassem, como alto sinal de triunfo.
(Ilíada, XVII, 125-131).
Heitor despojou as armas de Pátroclo e ter em mãos as armas do inimigo não era suficiente. Para completar a sua glória, Heitor se preparava para decapitar o cadáver de Pátroclo e deixar que os animais selvagens fizessem de seus restos mortais repasto. Heitor lhe tirou a vida e também lhe queria tirar a bela morte através do desmembramento de seu corpo e dificultando a realização de seus ritos funéreos. Vernant (1978, p. 59) menciona que um cadáver ultrajado era aquele que não possuía sepultura.
Com a aproximação de Ajaz, Heitor desiste de seu intento de desonrar o cadáver de Pátroclo. Menelau e Ajaz começam a circundar o defunto para impedir novas investidas. Enquanto isso Heitor se retira da batalha e vai em direção aos muros de Tróia. Porém ele não parte sem antes ser duramente criticado por Glauco, lembrando-lhe que sem os Lícios os troianos sozinhos não teriam condições de proteger os muros de Tróia, que Heitor praticamente permitiu que o cadáver de Sarpédone fosse entregue aos cães. Ainda lhe previne que o correto e mais sensato seria Heitor retornar, lutar e levar o cadáver de Pátroclo para dentro dos muros de Tróia e pedir como resgate as armas e o cadáver de Sarpédone (Ilíada, XVII, 140-168).
Devemos observar mais atentamente essa parte da narrativa, pois aos leitores é informado que o corpo de Sarpédone se encontrava longe dali, em segurança e com a garantia de seus ritos fúnebres na Lícia. Porém, os seus companheiros não tinham tal informação. Depois de luta árdua, viram o corpo de Sarpédone desaparecer e isso os levou a crer que o cadáver estava em posse dos aqueus. Segundo a proposta de Glauco então, o corpo de Pátroclo era tão valioso para os aqueus que poderia ser utilizado como moeda de troca pelo corpo de Sarpédone.
Depois de grave censura, Heitor se vê sem alternativa novamente, pois se decidisse não lutar pelo corpo de Pátroclo poderia perder o apoio dos guerreiros Lícios e estes poderiam deixar a guerra. Afinal de contas eles estavam ali lutando por uma causa que inicialmente não pertencia a eles. Glauco ainda recorda a Heitor uma questão pertinente, que Sarpédone “foi teu hóspede e amigo” (Ilíada, XVII, 151); ou seja, tinham laços de amizade. Konstan (2005, p. 36) menciona que na epopeia clássica “a amizade é concebida como um laço formal em vez de emocional, baseado na obrigação e não no amor”.
Então Heitor retorna à luta, chama os guerreiros aliados. Para incentivá-los promete entregar metade da armadura de Pátroclo para aquele que “conseguir arrastar para Tróia o cadáver de Pátroclo” (Ilíada, XVII, 231). Já do lado aqueu, Menelau não promete espólios ou prêmios de guerra e pede que “vinde espontâneos; revolta no peito abrigai ante a ideia de se atirar o cadáver de Pátroclo aos cães troianos” (Ilíada, XVII, 254-255).
O sentimento de indignação, o desejo pela recuperação da honra do lado aqueu e a ofensa notória por Páris não devolver Helena à Menelau, nesse momento, são deixados de certa forma de lado. O importante, o foco da desavença que motivou muitas pessoas a lutarem reside agora em um cadáver, no corpo já sem vida de Pátroclo.
Homero nos fala que os aqueus prontamente se colocaram em volta do corpo de Pátroclo e este ficou protegido por detrás dos seus escudos. Por vezes os troianos tinham vantagem e um dos seus conseguia arrastar o corpo de Pátroclo; porém, acabava sendo morto por um aqueu. As ordens de Ajaz eram sempre as mesmas, que “todos juntos, deviam lutar ao redor do cadáver” (Ilíada, XVII, 359).
A batalha foi tão intensa que Homero nos conta que a terra ficou encharcada do sangue dos homens que sucumbiam por conta da luta pelo corpo de Pátroclo, porque lutavam sem cessar, pois “mata-se, entanto, sem pausa, ao redor do cadáver” (Ilíada, XVII, 411).
Em muitos momentos “de ambos os lados, assim, o cadáver puxavam de Pátroclo, em reduzido terreno” (Ilíada, XVII, 394-395). Tanto teucros quando dânaos não recuavam, nem desistiam, pois afirmavam que preferiam morrer a ter que ter que passar pela vergonha de ceder a glória para o oponente (Ilíada, XVII, 410-422). Apolo incitava Heitor a não cessar, enquanto a deusa Atena falava sempre a Menelau que seria uma humilhação e vergonha permitir “se rasgarem os cães sob os muros de Tróia o companheiro prestante de Aquiles” (Ilíada, XVII, 556-559).
Depois de árdua peleja, Menelau e Ajaz suspendem o cadáver de Pátroclo e protegidos pelos demais aqueus conseguem do campo de batalha transportá-lo, pois:
Como dois mulos robustos, usando máximo esforço,
trazem, por ínvias picadas, no espesso dos montes, um tronco
ou viga excelsa para uso das naves, e o suor e a fadiga
o coração lhe oprime, no afã de o caminho vencerem:
ambos, assim, o cadáver carregam [...]
(Ilíada, XVII, 742-746).
Apesar das investidas incessantes dos troianos, finalmente o corpo de Pátroclo é levado em segurança pelos aqueus para ser entregue a Aquiles que ainda não está ciente da morte e da batalha que se deu em torno do cadáver do amigo.
Considerações finais
São tantos acontecimentos, diálogos, evocações aos deuses, mortes e sobressaltos. Mas durante quanto tempo esses homens lutaram e morreram em torno desses cadáveres? Para responder a nossa questão evocamos a explicação salutar de André Malta (2006, p. 82), ele nos explica que é um pouco difícil percebermos a temporalidade da narrativa por conta da quantidade de ações em poucos versos, mas o fato é que toda a Ilíada narra somente 52 dias do 9º ano da Guerra de Tróia e que os cantos que vão do XI ao XVIII se referem apenas ao 26º dia de combate narrado na Ilíada.
Podemos chegar aqui a seguinte linha de raciocínio: os acontecimentos descritos por Homero em mais de dois mil versos contidos nos cantos XVI e XVII, ao qual se destinam esse estudo, teoricamente ocorrem em um único dia. Ou seja, em um único dia se disputaram três cadáveres.
Outra questão é em relação à conduta de Heitor em relação ao cadáver. Ao observarmos os versos anteriores a esses mencionados percebemos que após Heitor matar e retirar as armas de Pátroclo, ele tem o intento de retornar aos muros de Tróia para exibir a sua glória e oresultado de seus feitos. Ou seja, inicialmente ele não se dispõe por vontade própria a luta pelo cadáver de Pátroclo. Heitor é persuadido; ou até mesmo coagido por Glauco a lutar por aquele cadáver. Menelau também teve receio de ser censurado por algum guerreiro aqueu caso ele abandonasse o cadáver de Pátroclo nas mãos dos troianos.
Heitor e Menelau se percebiam sem alternativa diante da decisão de lutar por um cadáver. Enquanto comandantes e reis teriam que ter atitudes que não pudessem ser repreendidos por seus guerreiros. Em muitas circunstâncias, ao se depararem diante de um cadáver valoroso, não o defendia por amor ou consideração, mas porque era uma atitude a ser tomada enquanto líder. Na epopeia homérica, segundo Vernant (2001, p. 407), o indivíduo vive e existe pelo olhar do outro, pois “ele é o que os outros veem dele. A identidade de um indivíduo coincide com a sua avaliação social: da derrisão ao louvor, do desprezo à admiração”.
Os corpos dos guerreiros mortos também se tornaram prêmios de guerra. Sarpédone tem as armaduras espoliadas pelos aqueus, o seu cadáver é levado por Apolo, Morte e Sono para a Lícia. Assim os aqueus não conseguem ultrajá-lo. Cebríones tem as armas também espoliadas pelos aqueus; porém, esses não tiveram interesse em obter o cadáver para realizar ultraje. Pátroclo revela ser um valoroso guerreiro, mata 39 homens em campo de batalha em seu dia de estreia na guerra. A luta pelo seu cadáver valioso é tão grandiosa que Homero reserva um canto inteiro para descrever tal disputa.
Depois do estudo e análise dos Cantos XVI e XVII da Ilíada acreditamos que talvez tenhamos algumas pistas para respondermos o seguinte questionamento: Quem desejava então disputar um cadáver na Guerra de Tróia? A depender do valor do guerreiro, todos queriam.

* Mestre em Letras: Cultura, Educação e Linguagens (UESB). Professora Auxiliar da Universidade do Estado da Bahia (Campus XVIII, Eunápolis, BA). jacquelynequeiroz@gmail.com  

REFERÊNCIAS:
Fontes:
HOMERO. Ilíada. Tradução de Carlos Alberto Nunes. São Paulo: Ediouro, 2009.
HOMERO. Ilíada. Tradução de Haroldo de Campos. Versão bilíngue. São Paulo: Arx, 2002.
Estudos:
KONSTAN, David. A amizade no mundo clássico. São Paulo: Odysseus, 2005.
MALTA, André. A Selvagem Perdição: Erro e a ruína na Ilíada. São Paulo: Odysseus, 2006.
______. O Resgate do Cadáver: O último Canto d’Ilíada. São Paulo: Humanitas Publicações, 2000.
MOSSÉ, Claude. A Grécia Arcaica de Homero a Ésquilo. Lisboa: 70, 1989.
NUNES, Carlos Alberto. Os Feitos de Pátroclo (Patrocléia)/Resumo. In: HOMERO. Ilíada. Tradução de Carlos Alberto Nunes. São Paulo: Ediouro, 2009, p. 361.
PIRES, Francisco Murari. Mithistória. v. 1. São Paulo: Humanitas, 2006.
PORTER, Roy. História do Corpo. In: BURKE, Peter. (Org.) A escrita da História: Novas perspectivas. São Paulo: UNESP, 2011, p. 297-333.
VERNANT, Jean-Pierre. A Bela Morte e o Cadáver Ultrajado. Revista Discurso, n. 9, p. 31-62, 1978.
______. Entre o Mito e Política. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2001.
______. L’Individu, la mort, l’amour. París: Gallimard, 1989.
______. Mito e religião na Grécia Antiga. São Paulo: Martins Fontes, 2006.

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