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segunda-feira, 9 de março de 2009

LAVA VULCÂNICA

O PORRE E A RESSACA DA IMPRENSA BRASILEIRA

Onde foi parar a brasileira sem nome que há 15 dias passados estava nas primeiras páginas e na escalada dos telejornais identificada apenas pela nacionalidade – foi seqüestrada, confiscada, embargada, censurada?
Que fim levou a advogada pernambucana Paula Oliveira que emocionou o país quando apareceu como vítima da agressão dos skinheads suíços?
Depois que se descobriu que foi protagonista de uma farsa, embuste, patranha, a moça simplesmente sumiu. Evaporou.
A brasilidade é um sentimento que só se manifesta quando inflado pela indignação. Solidariedade só no câncer – parafraseando Nelson Rodrigues – e, mesmo assim, somente no velório ou féretro.
Paula Oliveira está vivendo agora um drama terrível, maior ainda do que o de ter sido supostamente seviciada por três hooligans da extrema-direita suíça.
Há poucos dias tinha o apoio e o consolo de 190 milhões de conterrâneos; agora está sozinha, com suas mágoas, família e amigos mais próximos.
Ninguém quer saber por que razão fez o que fez. A alegação de doença apresentada por seus advogados pode atenuar a sentença judicial, mas coloca-a numa solidão ainda mais penosa. Ninguém gosta de saber que foi manipulado por um surto de paranóia ou fantasia persecutória.
Nunca se saberá se Paula Oliveira se auto-imolou para denunciar o ressurgimento do nazifascismo europeu (e mundial) ou se apenas queria chamar a atenção para si mesma. Está condenada a assumir definitivamente o papel de vítima de um acesso maníaco.
A implacável gangorra que transformou a heroína em vilã foi construída por nossa mídia. Não houve má-fé, todos agiram com as melhores intenções, é sempre assim. Porém todos são igualmente responsáveis pelo vexame sofrido pelo Estado brasileiro, legítimo representante da brasilidade e o maior prejudicado nesta história.
O sumiço total do caso no fim durante o período carnavalesco escancara os procedimentos e valores que comandam os nossos meios de comunicação. O assuntão transformou-se magicamente em assuntinho.
A metamorfose impõe um questionário como:
O surpreendente desfecho por acaso tornou sem importância o recrudescimento da violência política no Brasil, Europa, Américas e Ásia?
Os fantasmas de Hitler e Mussolini devem voltar para os armários ou para os museus só porque a patrícia Paula Oliveira fez uma acusação sem fundamentos?
O neonazismo, o neofascismo, o neostalinismo e o neototalitarismo porventura deixaram de representar uma ameaça?
Saiu de cena definitivamente o espectro da intolerância política, religiosa e étnica só porque Paula Oliveira simulou uma violência contra si mesma?
Nossa mídia vive de porre, esta é a verdade.
De porre e de ressaca, alternadamente. Aos estouros da manada sucedem mergulhos modorrentos, num ritmo regular, constante e invariável, que só serve para estimular a implantação da cultura da afoiteza e da morbidez.
Como a grande imprensa recusa a olhar-se no espelho, auto-amordaçada, estamos condenados a repetir indefinidamente o caso Paula Oliveira.
Doravante, quem vai encarnar o conflito entre verossimilhança e veracidade será a grande imprensa brasileira. Merecido castigo para aqueles que tiveram vergonha de rememorar sua história e seu passado de glórias.
A tenebrosa Segunda Guerra Mundial deve ser engavetada justamente quando o mundo prepara-se para reverenciar os 50 milhões de mortos no 70º aniversário da sua execução?
Nenhum veículo de comunicação local, regional e Nacional, até agora, não conseguiram.

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