Empresa
inexistente presta serviços ao governo federal, denuncia o Sindilimp-BA
Ana Angélica Rabelo, coordenadora geral
do Sindicato dos Trabalhadores em Limpeza Pública, Comercial, Industrial,
Hospitalar, Asseio, Prestação de Serviços em Geral, Conservação, Jardinagem e
Controle de Pragas Intermunicipal (Sindilimp-BA), denuncia a falta de critério
para contratação de empresas terceirizadas pelos governos federal, estadual e
municipais. "Como é que o nosso sindicato consegue rastrear uma empresa
que atende pelo nome de Execução Construção e Terceirização Ltda. e descobre
que ela não existe e o governo federal a contrata? São fatos como esse que
levam os trabalhadores terceirizados sofrerem tanto com atrasos salariais e
outros ataques trabalhistas", disse.
A sindicalista lembra que o Sindilimp-BA
trabalha com o conceito de que a responsabilidade solidária por parte do
tomador de serviço nos casos de descumprimento de obrigações trabalhistas deve
ser cumprida com rigor."Os governos têm ou deveriam ter um compromisso
ainda maior: o moral. Quem contrata deve participar mais do processo de
fiscalização se todos os direitos trabalhistas estão sendo cumpridos. Uma
questão fundamental e lógica deve ser a comprovação de que a empresa existe. No
caso da Execução Construção e Terceirização Ltda. nosso Departamento Jurídico
descobriu que ela nem ao menos existe legalmente. Será que os diversos órgãos
de controle do governo federal não conseguem realizar nem ao menos isso?",
questiona.
O vereador Luiz Carlos Suíca, membro da
direção do Sindilimp-BA, lembra que os governos não podem ficar omissos com os
tantos problemas enfrentados pelos trabalhadores terceirizados. "Devem ter
o compromisso moral de defender e praticar a legalidade, a impessoalidade, a
moralidade, a publicidade e a eficiência em todos os atos praticados. Exigir a
manutenção de um relacionamento pautado no respeito mútuo, preservação e confidencialidade
das informações pertinentes à empresa que contrata. Os governos devem preservar
a imagem e os interesses de suas gestões. Não rejeitar ataques aos direitos dos
trabalhadores é ser conivente com a minimização da dignidade, da qualidade de
vida e do bem-estar social dos empregados terceirizados", critica com
veemência.
Edson Conceição Araújo, membro da
diretoria executiva da Central Única dos Trabalhadores (CUT-BA), acrescenta que
no desespero os trabalhadores terceirizados acabam atacando as entidades
representativas, em especial o sindicato de base. "Precisam entender que
quem contrata são os governos e quem deve pagar são as empresas. Os sindicatos
existem para defender os interesses das categorias e não podem ser
responsabilizados por atrasos salariais e demais atentados aos direitos. As
companheiras e companheiros terceirizados já recebem 24% menor do que o dos
empregados formais, segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística
e Estudos Socioeconômicos) e ainda são vítimas de descasos e omissões.
Continuamos atentos para no mínimo denunciar os erros brutais que
constatamos".
Ana Angélica Rabelo finaliza informando
que "o setor jurídico do Sindilimp-BA está tomando todas as providências
contra a Execução Construção e Terceirização Ltda. e exigir do governo federal
um posicionamento sobre de quem é a responsabilidade ou irresponsabilidade pela
sua contratação. Empresas fantasmas atentam contra todos. Não pagam os impostos
devidos e com isso a arrecadação do Estado é menor. Com isso faltarão recursos
para a educação, saúde pública através do SUS (Sistema Único de Saúde), a
arrecadação do INSS será menor. Esses são alguns exemplos de como a sociedade é
afetada por essas empresas. Para as trabalhadoras e trabalhadores terceirizados
o sofrimento é ainda maior porque não existe nada mais deprimente do que
trabalhar e não receber na data correta".
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