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quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Ex-Aluno de Agronomia da UESC brilha em Congresso Internacional na França

Ex-Aluno de Agronomia da UESC brilha em Congresso Internacional na França

Ex-aluno do Curso de Agronomia da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), André Luiz Custodio Franco, realizou palestra em Congresso Internacional na França. Ele discorreu sobre pesquisa realizada no Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena) da Universidade de São Paulo, em Piracicaba, que e mensura o impacto sobre a biodiversidade do solo da transformação de áreas de floresta em pastagens e de pastagens em canaviais.
A conclusão é que esse impacto é devastador sobre a macrofauna original do solo: em que 90% dela – formada por cupins, formigas, minhocas, besouros, aranhas e escorpiões – desapareceram por completo. A pesquisa foi realizada por André Franco, durante o seu doutorado e estágio de pesquisa no exterior realizados como bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), orientado pelo professor Carlos Clemente Cerri. Os resultados do trabalho foram publicados no periódico (Science of the Total Environment).
“Nossa intenção foi verificar como a mudança no uso do solo interfere na emissão de gases e no armazenamento de carbono no solo e, em consequência, na composição da matéria orgânica, ” diz Franco. Invertebrados, micro-organismos e fungos desenvolvem um grande papel na reciclagem do solo, graças à sua ação na decomposição da matéria orgânica. Eles compõem a microfauna do solo. Formigas e cupins – que integram a macrofauna do solo – são os principais agentes estabilizadores, evitando a erosão graças à construção de seus ninhos.
Para verificar o que acontece com a biodiversidade devido a mudança no uso da terra, os pesquisadores retiraram blocos de solo na forma de cubos com 30 centímetros de profundidade. Essas amostras foram coletadas em três canaviais localizados em Jataí, Goiás, Ipaussu e Valparaíso, São Paulo. Nessas áreas uma parte da pastagem foi convertida em cana. A equipe também coletou blocos de áreas da mata nativa, para demonstrar a biodiversidade do solo em um sistema estável, antes do desmatamento para pastagem.


“Quando a mata nativa é convertida em pasto, todos os predadores de topo do solo, como as aranhas e os escorpiões, desaparecem”, diz Franco. “Na ausência de predadores, as populações de cupins e minhocas explodem. A quantidade de cupins no solo aumenta nove vezes. Já a de minhocas cresce 14 vezes.” Por outro lado, quando o pasto é convertido em canavial, as populações de cupim e minhocas também são eliminadas, em decorrência da correção química do solo.
O solo nativo é ligeiramente ácido e os invertebrados e micro-organismos estão adaptados para viver num ambiente de leve acidez. Como a cana precisa de um solo mais alcalino, a agroindústria introduz quantidades maciças de calcário – além de fertilizantes, herbicidas e pesticidas. “Isto torna o solo tóxico, especialmente para as minhocas”, diz Franco. O resultado da correção química do solo e, posteriormente, da adubação química é a eliminação quase completa de toda a sua biodiversidade. Os poucos animais e micro-organismos que poderiam se adaptar a um solo levemente alcalino são eliminados pelos agrotóxicos.
“Cerca de 90% da macrofauna do solo desapareceu. Em termos de grupos animais, perdeu-se 40%”, diz Franco. Ou seja, o solo dos canaviais é um solo extirpado de biodiversidade – e, em consequência, instável. Cupins e formigas são os “engenheiros do solo”, observa Franco. "Eles são importantes para manter sua estabilidade. Onde há mais animais a estabilidade do solo é maior. Decorre daí que menos animais significa menor estabilidade e, por conseguinte, maior risco de erosão."

Outra questão a ser contabilizada é a perda de carbono do solo. A ação de cupins e formigas faz com que partículas de carbono sejam encapsuladas em microagregados de argila ou areia e permaneçam protegidas da decomposição por micro-organismos. Já as minhocas estabilizam as partículas de carbono que passam pelo seu trato digestivo e que ficam igualmente encapsuladas, fora do alcance dos microrganismos. A perda da macrofauna coloca em risco a estabilidade do solo e a sua capacidade de armazenar carbono, além de contribuir para a liberação de carbono na atmosfera.

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